Nasci em um bairro de sambistas em Salvador, o bairro do Garcia e talvez por isso, sempre fui apaixonado pelo samba. Ao me mudar para o Rio de janeiro, fui durante anos, tamborim da Escola de samba São Clemente e do bloco Simpatia é quase amor, desfilei inúmeras vezes pelo meu Salgueiro querido e também por outra escolas como a Portela e Grande Rio. O samba é para mim, fonte de energia, de relaxamento, onde você consegue esquecer as dificuldades da vida, desestrassar e encontrar forças para seguir em frente, o samba é enfim, alegria! Uma vez, saindo de um ensaio da quadra da São Clemente, escutei um colega ritmista gritar a plenos pulmões: "O SAMBA É O JABACULÊ DA VIDA!" Estávamos com a alma lavada. O samba é iso aí, o jabaculê, o oxigênio da vida, no samba encontramos forças para recomeçar com mais força ainda. E atendendo a pedidos, publico hoje outra vez, dia nacional do samba, a letra de um samba meu, que define bem o que é o samba, o brasileiro e como um não pode viver sem o outro, porque "quem samba, se esquece da dor".
QUEM SAMBA SE ESQUECE DA DOR
letra e música de Ricco Duarte
Somos os zés
Da Silva dos rés
Da tribo de muitos pajés
Aldeias de Angola e de Olinda
Já vimos dançar uns mil Manuéis
Já vimos rolar cabeças e anéis
Coqueiros e igarapés
E estamos de pé ainda
No morro da silva dos zés.
Quando o batuque rolou nas marés
E deixou o meu canto de fé
Fazer a magia
Me espalhei pelas terras do Rio
Das Minas Gerais do Brasil
Dos mares azuis da Bahia
Quando rolou um barraco eu chorei
Mas a volta por cima eu dei
Pois quem samba só tem alegria
Sou o esplendor do morrro
Da vida eu sou
Quem samba se esquece da dor.
Feliz dia do samba para todos!
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