terça-feira, 7 de setembro de 2010

AS MARGENS DO IPIRANGA

Era apenas um riacho, local ermo, distante de tudo e de todos, exceto da imaginação de outro Pedro, o Américo, que mais tarde documentou o fato, com suas pinceladas geniais. O fato é que o Brasil, grande demais para ser administrado pela coroa portuguesa, que catorze anos antes  havia por aqui se instalado escapando da ira de Napoleão, e que aquela altura, catorze anos depois, devia milhões aos seus protetores ingleses, ganhou aparentemente no grito, a tão sonhada independencia, pela qual tantos deram as suas vidas. De quebra porém, ganhamos também de herança toda a divida que Portugal tinha com a Inglaterra e um Imperador mulherengo e festeiro, que ao levantar a sua espada para o alto, antes de dar o seu grito, malandramente já sabia muito bem a resposta, independencia é claro, pois por uma herança genética lusitana, nunca fomos chegados a uma briga e morte é uma palavra que temos verdadeiro horror. E assim seguimos errantes a mercê de políticos, igualmente corruptos, mulherengos e malandros, que faz dessa pátria, a mãe gentil de quem gritar mais alto, seja nas margens do Ipiranga ou na marginal do Tietê.

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