Domingo, primeiro de maio de 1994. Em quase todos os lugares do mundo, se comemorava o do dia do trabalho. Na véspera de qualquer feriado ou domingo, dorme-se e acorda-se tarde. Naquele dia foi assim. Quando eu acordei, a manhã já ia longe, e a primeira coisa que eu pensei foi em ligar a TV para ver o ídolo nacional, o nosso orgulho maior, ganhar mais uma corrida, para depois vê-lo acenar feliz a nossa bandeira e engrandecer mais uma vez a nossa auto estima, tão combalida por aqueles dias. Naquele ano ele não estava bem na temporada, mas como era primeiro de maio, dia do trabalhador, eu achei que a vitória era certa. Pelo adiantado da hora imaginei que a corrida em Imola, já deveria estar perto do final. Então liguei a televisão, escova de dentes na mão, e não pude acreditar no que eu estava ouvindo o locutor anunciar: "infelizmente, a notícia que eu jamais gostaria de dar, morreu Ayrton Senna". Demorou uns trinta minutos para a ficha cair, até eu ver pela janela, um carro passar na rua silenciosa, exibindo a bandeira do Brasil e uma tarja preta, em sinal de luto. Quando meu pai morreu eu chorei muito, foi como se eu tivesse perdido uma parte do corpo ou da alma. Naquele primeiro de maio eu chorei mais. Chorei a dor de toda uma nação e de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo inteiro, que amavam o maior piloto de Formula 1 de todos os tempos, o homem que não jogava para perder, porque tinha pressa. Naquele primeiro de maio, não foi possível ganhar. Saudade eterna de Ayrton Senna da Silva, do Brasil e do mundo.
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