sábado, 21 de setembro de 2013

A MEMÓRIA DO LADRÃO



Nós trabalhamos, e com o fruto do nosso trabalho, que é mais do que sagrado, realizamos grandes e pequenos sonhos. Fazemos aquela viagem inesquecível, compramos o carro desejado, a casa própria, roupas, relógios, bons perfumes, educamos nossos filhos e tudo o mais que o fruto do nosso trabalho puder nos dar. Aí um belo dia, aparece um ladrão em nossas vidas, e quase sem nenhuma cerimônia ou profissionalismo, nos rouba, se preciso for, até a nossa própria vida. Mas não nos rouba os sonhos, porque mesmo que ele nos roube a vida, os sonhos morrerão conosco.
No primeiro momento nós pensamos que perdemos tudo, que está tudo acabado, que a vida não vale nada e assim por diante. No primeiro momento, o ladrão pensa que se deu bem, que ele está com tudo e que a vida é isso aí, ganhar sem esforço o que não lhe pertence, porque o ladrão não sonha, não tem sentimento, não tem alegria ou boas coisas para lembrar, pois a sua vida é vazia. O ladrão não vai adiante. Nós vamos longe, porque temos muitas boas lembranças para levar pela vida afora. O ladrão é minoria, é exceção. Nós somos a maioria, a contemplação. É triste, a memória do ladrão. 

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