No mês em que celebramos o centenário do maior dramaturgo brasileiro, Nelson Rodrigues, a louca do mês cabe àquela que viveu a maior de todas as "Genis", personagem celébre do Nelson, da peça "Toda nudez será castigada". A capixaba Helena Maria Glória Vianna, começou cantando em programas de calouro no final da década de 50, depois foi Miss Cachoeiro do Itapemirim em 1958 e quando veio para o Rio de janeiro, no final da década de 50, continuou pintando e bordando. Virou Darlene Glória, foi rádio atriz, vedete do teatro de revista, até estrear no cinema em 1964. Mas a consagração veio na pele da prostituta Geni, imortal personagem rodriguiano que foi levado às telas por Arnaldo Jabor, que dirigiu "Toda nudez será castigada" em 1973. Por sua magistral interpretação, Darlene ganhou o premio de melhor atriz no Festival de Gramado e também a Coruja de Ouro. Depois da glória, Darlene entrou em depressão e no final dos anos setenta se tornou evangélica e virou a pastora Helena Brandão. Por algum tempo dirigiu o seu rebanho e também produziu filmes evangélicos nos Estados Unidos. Mas a veia artística falou mais alto que Jesus e ela voltou a cena em pequenas participações na televisão. Em 2006 voltou ao cinema com o personagem Vera no filme Anjos do sol. Falando sobre si mesma Darlene declarou:"É muito difícil suportar a glória humana, porque você pode estar num pedestal, [mas] você sabe, você conhece a sua humanidade. Você sabe quem você é. Você não é aquela figura que o público criou. Você não é aquela fantasia, você é um ser humano, com necessidades e com sonhos, com frustrações… você é um ser humano. E aí, você não é o mito que fizeram de você. E aí é que existem os contrastes,
as loucuras e… piração!"
Por essas e muitas outras, Darlene Glória é a nosa louca de agosto.