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domingo, 3 de junho de 2012

VINÍCIUS, NO PLURAL.

"Um amigo meu costuma dizer que eu sou muitos. Se fosse um só, não me chamaria Vinicius de Moraes, no plural"
Inspirado nessa frase do próprio Vinícius, o carnavalesco Alex de Souza, da União da ilha do governador, escolheu o enredo para o carnaval 2013, onde a simpática agremiação insulana homenageará o poeta maior da música popular brasileira, no ano do seu centenário.
A apresentação do enredo foi ontem, na quadra da escola. A bonita comunidade da ilha compareceu em cheio e a festa de lançamento foi um enorme sucesso, a altura do poeta. Tenho certeza que este enredo será também um estrondoso sucesso na avenida. Vivas ao poeta Vinícius de Moraes! No plural.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CARNAVALESCO NÃO TEM MÃE

         
          Tudo bem que o carnaval é a festa do ridículo, eu mesmo já me submetí a vexames de toda ordem por ser um autêntico folião, mas tudo tem limite. Os carnavalescos das escolas de samba, no afã de fazer bonito na opera do carnaval, se esquecem de que os principais atores desta opera, que são os desfilantes sambistas, devem estar não apenas bem vestidos, mas sobretudo devem se sentir confortáveis dentro das fantasias. Nessa brincadeira, eu me lembro que em 1999, o Sr. Jaime Cezário, então carnavalesco da São Clemente, vestiu a nossa bateria de senadores, e todos fomos obrigados a usar uma casaca de veludo preto em pleno verão carioca de quarenta e tantos graus, consequência, a bateria que é a alma da escola, cansou, atravessou várias vezes e chegou ao cúmulo de parar em pleno desfile. Uma bateria nota dez que naquele ano teve notas baixissimas e a escola foi rebaixada. No Salgueiro em 2007, o enredo era sobre as Candaces, umas guerreiras africanas que o Renato Lage foi descobrir não sei aonde. Desfilei em uma ala que até hoje eu me pergunto o que representava. Eles diziam que éramos Tuaregues, guerreiros do deserto, mas a fantasia era de um mau gosto e de um excesso de panos tal, que foi preciso tres pessoas para me vestir e é claro, depois do desfile, deixei a fantasia lá na dispersão, como fiz no ano de dois mil, no mesmo Salgueiro, quando desfilei de pierrot, cuja gola tinha uns dois metros de diâmetro, o que nos fazia sentir guilhotinados, sem folêgo sequer para cantar o samba. Pra piorar, a minha fantasia, foi se desfazendo em pleno desfile e eu voltei de sunga para casa, com a cara pintada de palhaço. Este ano me convidaram para desfilar na Renascer de Jacarepaguá, uma escola do grupo de acesso que tem apenas cinco anos de vida, mas que no ano passado ficou em segundo lugar e quase subiu para o grupo especial. Este ano eles contrataram o bam bam bam do carnaval carioca, o grande Paulo Barros e lá fui eu com a minha amiga, todo contente, pegar a tal fantasia de pirata na quadra da escola. Pra encurtar a conversa, o nosso luxuoso pirata, desenhado para causar efeito na televisão, é também de veludo preto, e de quebra, ainda seremos obrigados a carregar preso à cintura, um enorme baú, que seria o tesouro do pirata e nas costas, um suposto e enorme papagaio, que mais se parece com uma gárgula. Vestidos desta maneira desconfortável, como é que os carnavalescos querem que sambemos e cantemos o samba com alegria, em pleno calor escaldante desse verão carioca? Desfilar em escola de samba passou a ser ao invés de prazer, uma tortura, o que me leva a crer que carnavalesco não tem mãe, por que se tivesse, seria mais xingada do que mãe de juiz de futebol.
Guerreiro do deserto e pirata do"carilho" é a "PQP"