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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

OS LIBRIANOS DA MINHA VIDA!

Hoje o meu pai completaria 87 anos. Morreu cedo, aos 59 anos, sem nunca ter tirado férias. Seu vício era o trabalho e dos treze aos cinquenta e tantos anos, trabalhou sem descanso. Seu Eduardo Gomes Ribeiro Junior, foi o primeiro libriano, dos muitos que eu tive durante a vida, e que equilibraram a minha loucura pisciana, uma hora prá lá, outra prá cá, muitas vezes sem saber para onde ir. Aí então chegava um libriano e me colocava na balança, até eu acalmar.
Logo quando eu nasci, minha mãe engravidou de novo (é, seu Ribeiro não dava trégua) e na nossa casa, morava uma irmã da minha mãe que era solteira e linda. Dona Neuza, nascida em oito de outubro, formaria o par perfeito com o meu pai se não fosse sua cunhada, embora esse grau de parentesco não fosse impedimento nenhum para seu Ribeiro. Dedê, como a chamamos carinhosamente, me adotou de imediato, me deu amor, carinho e a atenção que a irmã dela não soube dar. Por muitos anos julguei ou desejei, ter sido filho dos dois.
Dos cinco irmãos que eu tive, com um e apenas um eu nunca briguei, o meu irmão Lula, libriano de 17 de outubro. Foi ele quem colocou a música na minha vida, me ensinou os acordes dissonantes e afinou musicalmente, a minha vida para sempre. Na minha infância e adolescencia, Lula estava sempre por perto, me protegendo como fazem os irmãos mais velhos com os mais novos. Hoje somos compadres e seguimos mais que irmãos, seguimos amigos e fãs um do outro.
Quando eu cresci  e mudei para o Rio de janeiro, dividi por quase doze anos, o mesmo teto e muitas histórias mais, com outro libriano, o José Celino, nascido em treze de outubro, e carater maior eu nunca vi igual, nem no meu pai.
Tive ainda o Tio Ernani, também de oito de outubro, irmão do meu pai, personagem divertidissimo e que foi o patrocinador do meu primeiro show, no século passado. E também o meu querido primo Augusto Cesar, libra de seis de outubro, Salgueirense como eu, que viveu a vida até a última gota e como meu pai, me chamava de Rico. Eles, Agusto Cesar e meu pai, eram os únicos que me chamavam de rico, nome que adotei profissionalmente mais tarde, acrescentando mais um "c", para ficar mais chic.
Em comum, eles tiveram a paciência de aturar as minhas crises de mau humor e o fato de nunca terem me dito não, nem me negado coisa alguma, fosse um abraço ou palavra de incentivo. Em comum eles tem um senso de humor aguçado, que de certa forma herdei por tanta convivência. Com eles dei as melhores gargalhadas da minha vida e neles, busco a inspiração para encontrar o equilibrio nessa vida louca. Eles são os librianos da minha vida!