Desde que o mundo é mundo os homens caem na porrada. Brigar até sangrar ou morrer, é prática que vai muito além do tempo dos gladiadores. Por isso nunca vão sair de moda essas lutas, hoje transmitidas ao vivo e à cores, para que aqueles que não podem estar presentes nas arenas, possam assistir ao quebra quebra, confortavelmente em suas casas, comendo pipoca e com a família reunida diante da televisão. Para mim pessoalmente, isso não é esporte, é selvageria, que estimula a selvageria das ruas, cada vez maior e mais banal.
Anderson Silva, o "Spider". elevado a ídolo nacional, no país dos selvagens analfabetos, esnobou meses atrás o seu adversário, o americano Chris Wideman, e foi a nocaute em poucos minutos. Ontem, inconformado com a derrota anterior, tentou ir a revanche, mas no segundo round, diante de milhões de espectadores, literalmente se arrebentou, ao fraturar a perna, depois de aplicar um golpe, chamado por ele mesmo de "destruição". Anderson Silva caíu no chão destruído, para desapontamento de uns, alegria de outros, mas sobretudo, para satisfação da mídia e da maioria de nós, pobres mortais, selvagens que somos e que adoramos ver porrada até o limite.