DE BRAÇOS ABERTOS E FORA DA CRUZ

Maior símbolo da cidade maravilhosa e uma das sete maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor, é homenageado em um samba genial. Assinado pela cantora e compositora Magali e por Rodrigo Assemany, o samba tem um dos versos mais libertários da música popular brasileira, "um Cristo carioca, de braços abertos, fora da cruz." Em minha opinião, este samba já nasceu clássico, daqueles que você escuta, sai cantando feliz e não esquece mais. A letra está logo abaixo e para escutar, na interpretação sensacional da Magali, basta colar o link a seguir no seu navegador: 

http://youtu.be/5THWIW6fuGw

REDENTOR (Magali / Rodrigo Assemany)

SE DEUS É BRASILEIRO

O CRISTO REDENTOR 

É DO RIO DE JANEIRO

RAIOU O SOL
CIDADE GRANDE ENGOLE A GENTE TODO DIA ( AI, AI , AI )
TUDO POR UM FIO,
O CORRE CORRE, O PERDE E GANHA, O VAI NÃO VAI
MAS ELE ESTÁ POR PERTO
BASTA OLHAR EM VOLTA E PROCURAR, QUE VAI ACHAR
O MORRO DO CORCOVADO 

É MAIS QUE UM MORRO
É ONDE MORA O REDENTOR
E NO MEIO DO SUFOCO

SÓ OUÇO AI JESUS
UM CRISTO CARIOCA 

DE BRAÇOS ABERTOS 

FORA DA CRUZ
HÁ MAIS DE 80 ANOS
PRA NOS PROTEGER
O TRENZINHO PELA MATA
ATLANTICA GENEROSA
VEJO AO TEU LADO
DO ALTO DO CÉU
A CIDADE MARAVILHOSA

ZONA NORTE, ZONA SUL
CENTRAL OU LEOPOLDINA
O QUE ROLA EM BAIXO
ELE OLHA LÁ  DE CIMA

NÃO ME QUER, SARAVÁ PAZ E BEM

Para encerrar o mês de maio com chave de ouro, fui ontem ao Teatro Solar de Botafogo, assistir ao show de Elisa Fernandes e Paulinho Thomaz, dirigido por João Pinheiro. Nenhuma canção conhecida do grande público no repertório, e por quê? Porque a talentosa dupla de cantores e compositores, fazem canções que já nascem clássicos da boa música popular brasileira, como "Orquestra" (Elisa Fernandes), "A casa tá triste" (Paulinho Thomaz) e a já sucesso na internet, "Receita de domingo" (parceria dos dois). Um show leve, gostoso, que fez o público sair de lá cantarolando os sucessos dessa dupla, oriunda do coletivo Nós de Cabrália, um grupo de dez jovens compositores que se conheceram no projeto Porto aberto, criado pela cantora e compositora Magali e que abriu as portas para novos talentos. E talento é o que não falta nesse Brasil gigante e plural. Quem não quiser, não sabe o que está perdendo, e como diz Elisa Fernandes em uma de suas canções, "não me quer, saravá paz e bem". Eu quero muito. 

ALEGRIA!

Criadora do projeto "PORTO ABERTO", que abre espaço para novos compositores, a cantora e compositora MAGALI, dentre outras pérolas, é autora de ALEGRIA, uma jóia rara da música brasileira.

QUE TENHAMOS TODOS UMA SEMANA REPLETA DE ALEGRIA.

O PORTO ESTÁ SEMPRE ABERTO

Que o Brasil é um país diverso e talentoso todo mundo já sabe, principalmente na música. Mas as dificuldades para os novos artistas mostrarem os seus trabalhos são inúmeras. As gravadoras em crise não dão espaço para novos compositores, os artistas já estabelecidos, raramente gravam um novo nome de talento que não esteja dentro do seu círculo de relacionamento, e quem sai perdendo é o público. Pensando nisso, a cantora e compositora Magali, elaborou um projeto que se chama "Porto Aberto" e que está fazendo o maior sucesso toda segunda feira, na Sala Baden Powell, em Copacabana, a partir das 19 horas. A formula é simples, a cada segunda, os vinte primeiros compositores que se inscreverem apresentam uma música e o público escolhe o vencedor através de votação. No final de cada trimestre os vencedores de cada etapa, se apresentam em um grande show. Rola de tudo um pouco, dos eternamente iniciantes como a vencedora da etapa de ontem, "Dona Edwiges", que segundo ela compõe a sessenta anos e conquistou o público com um baião ecológicamente correto, a artistas jovens, talentosos e experientes como o Ronaldo Breve que ficou em terceiro lugar cantando o samba "Semana" e também a maravilhosa Andrea Dutra, do grupo Arranco de Varsóvia, que cantou um samba espetacular (Criação) parceria com o Fred Martins, que arrepiou a platéia mas ficou em segundo lugar. No intervalo sempre tem um artista convidado e ontem "a cereja do bolo" foi  o Jota Velloso (foto acima), que brindou o público com seu imenso talento e fez todo mundo sair de lá feliz da vida. Pegue sua viola, tire aquela canção da gaveta e apareça segunda feira na Sala Baden Powell. O porto está sempre aberto para quem acredita no próprio talento, como  a Dona Edwiges, que batalha a tanto tempo.