sexta-feira, 2 de julho de 2010

A INDEPENDENCIA DA BAHIA

"Raia o sol ao dois de julho
 Brilha mais que no primeiro
 É sinal que neste dia
 Até o sol é brasileiro"
(Trecho do hino do estado da Bahia)

A história aconteceu mais ou menos assim: Em 7 de setembro de 1822, reza a lenda, de que D. Pedro I  deu um grito às margens do Ipiranga e declarou o Brasil independente. Mas lá na Bahia, se as noticias hoje em dia já demoram a chegar, imaginem naquela época, sem televisão, celular, internet e eteceteras? Então, as tropas portuguesas criaram por lá, antiga capital da colonia, uma resistencia que se estendeu até o dia dois de julho do ano seguinte, quando finalmente, depois de muito acarajé, vatapá e conversa mole, as tropas baianas, deixaram a preguiça de lado e botaram os portugas prá correr, declarando a independencia da Bahia, independente do grito que D. Pedro dera no ano anterior, nas margens do Ipiranga.
Desde então, todos os anos nesta data, é feriado no estado da Bahia, para celebrar a sua independencia, independencia do que não sei, mas que teve os seus heróis. O maior deles é o Caboclo, indio valente pra chuchu, que ao lado da sua cabocla, parentes e agregados, armados de tacapes, arcos e flechas, sangraram os portugueses até a morte. Teve também duas heroínas famosas, a Maria Quitéria, uma menina moça que se disfarçou de rapaz, para lutar nas tropas baianas e a Soror Joana Angélica, madre superiora do convento da Lapa, que escondia sob o seu teto, insurgentes baianos contra a coroa portuguesa. Conta a lenda que um grupo de soldados portugueses ao chegar ao convento para prender os insurgentes, foram recebidos pela Soror Joana Angélica, que cheia de marra, disse aos soldados que eles só entrariam no convento se passassem pelo seu cadáver. Os portugueses não pensaram duas vezes, passaram fogo na Madre e invadiram o convento, acendendo ainda mais o apimentado ódio baiano. Hoje Joana Angélica e Maria Quitéria estão perpetuadas em Ipanema no Rio de janeiro, onde são nomes de rua daquele famoso bairro.
Como se vê, desde priscas eras o baiano gosta de uma farra. O Brasil foi libertado no grito, mas a Bahia não, na Bahia o negócio é diferente, tem que ter muita negociação, muita conversa fiada, as vezes sai uns tapas, depois algumas pausas para descansar, reconsiderar as brigas, as zangas, depois voltar a brigar, a negociar, até que, neste caso específico, dez meses depois, a Bahia, como se fosse um país à parte, foi libertada do jugo português, no dia dois de julho de 1823.  

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