Muito provavelmente, a fama de atrasado ou de preguiçoso, que o baiano carrega injustamente, vem daí. Como sabemos, o Brasil se tornou independente de Portugal em 7 de setembro de 1822, mas as tropas portuguesas continuaram resistindo na Bahia, antiga sede do governo colonial, até o dois de julho do ano seguinte, quando foram finalmente expulsas da província baiana. Se fosse nos dias de hoje, uma simples mensagem de texto pelo celular, faria chegar à Bahia as boas novas, mas naquele tempo, as notícias chegavam a cavalo ou por mar, o que não justifica o atraso, senão o estado do Amazonas se tornaria independente décadas depois. O fato é que os portugueses resistiram na Bahia, por longos 10 meses, lutando contra os índios e a população civil local, que tem entre os seus heróis, a Soror Joana Angélica, que deu a vida pela pátria mãe, escondendo revoltosos em seu convento, e Maria Quitéria, uma mulher que se disfarçou de homem para lutar contra os portugueses. Ambas são nomes de rua até em Ipanema, no Rio de janeiro. Não vamos esquecer do caboclo e da cabocla, que representam a importante participação da população indígena nas lutas pela independência baiana e cujas imagens, abrem e fecham o cortejo a cada dois de julho, pelas ruas do centro de São Salvador da Bahia. A Bahia não é um lugar qualquer e desde sempre, se considerou diferenciada do resto do país, a ponto de ter a sua própria festa de independência, pois para os baianos, o Brasil se tornou independente neste dia e ponto. Viva a Independência da Bahia!
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quinta-feira, 2 de julho de 2015
sexta-feira, 2 de julho de 2010
A INDEPENDENCIA DA BAHIA
"Raia o sol ao dois de julho
Brilha mais que no primeiro
É sinal que neste dia
Até o sol é brasileiro"
(Trecho do hino do estado da Bahia)
Brilha mais que no primeiro
É sinal que neste dia
Até o sol é brasileiro"
(Trecho do hino do estado da Bahia)
A história aconteceu mais ou menos assim: Em 7 de setembro de 1822, reza a lenda, de que D. Pedro I deu um grito às margens do Ipiranga e declarou o Brasil independente. Mas lá na Bahia, se as noticias hoje em dia já demoram a chegar, imaginem naquela época, sem televisão, celular, internet e eteceteras? Então, as tropas portuguesas criaram por lá, antiga capital da colonia, uma resistencia que se estendeu até o dia dois de julho do ano seguinte, quando finalmente, depois de muito acarajé, vatapá e conversa mole, as tropas baianas, deixaram a preguiça de lado e botaram os portugas prá correr, declarando a independencia da Bahia, independente do grito que D. Pedro dera no ano anterior, nas margens do Ipiranga.
Desde então, todos os anos nesta data, é feriado no estado da Bahia, para celebrar a sua independencia, independencia do que não sei, mas que teve os seus heróis. O maior deles é o Caboclo, indio valente pra chuchu, que ao lado da sua cabocla, parentes e agregados, armados de tacapes, arcos e flechas, sangraram os portugueses até a morte. Teve também duas heroínas famosas, a Maria Quitéria, uma menina moça que se disfarçou de rapaz, para lutar nas tropas baianas e a Soror Joana Angélica, madre superiora do convento da Lapa, que escondia sob o seu teto, insurgentes baianos contra a coroa portuguesa. Conta a lenda que um grupo de soldados portugueses ao chegar ao convento para prender os insurgentes, foram recebidos pela Soror Joana Angélica, que cheia de marra, disse aos soldados que eles só entrariam no convento se passassem pelo seu cadáver. Os portugueses não pensaram duas vezes, passaram fogo na Madre e invadiram o convento, acendendo ainda mais o apimentado ódio baiano. Hoje Joana Angélica e Maria Quitéria estão perpetuadas em Ipanema no Rio de janeiro, onde são nomes de rua daquele famoso bairro.
Como se vê, desde priscas eras o baiano gosta de uma farra. O Brasil foi libertado no grito, mas a Bahia não, na Bahia o negócio é diferente, tem que ter muita negociação, muita conversa fiada, as vezes sai uns tapas, depois algumas pausas para descansar, reconsiderar as brigas, as zangas, depois voltar a brigar, a negociar, até que, neste caso específico, dez meses depois, a Bahia, como se fosse um país à parte, foi libertada do jugo português, no dia dois de julho de 1823.
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