Muito provavelmente, a fama de atrasado ou de preguiçoso, que o baiano carrega injustamente, vem daí. Como sabemos, o Brasil se tornou independente de Portugal em 7 de setembro de 1822, mas as tropas portuguesas continuaram resistindo na Bahia, antiga sede do governo colonial, até o dois de julho do ano seguinte, quando foram finalmente expulsas da província baiana. Se fosse nos dias de hoje, uma simples mensagem de texto pelo celular, faria chegar à Bahia as boas novas, mas naquele tempo, as notícias chegavam a cavalo ou por mar, o que não justifica o atraso, senão o estado do Amazonas se tornaria independente décadas depois. O fato é que os portugueses resistiram na Bahia, por longos 10 meses, lutando contra os índios e a população civil local, que tem entre os seus heróis, a Soror Joana Angélica, que deu a vida pela pátria mãe, escondendo revoltosos em seu convento, e Maria Quitéria, uma mulher que se disfarçou de homem para lutar contra os portugueses. Ambas são nomes de rua até em Ipanema, no Rio de janeiro. Não vamos esquecer do caboclo e da cabocla, que representam a importante participação da população indígena nas lutas pela independência baiana e cujas imagens, abrem e fecham o cortejo a cada dois de julho, pelas ruas do centro de São Salvador da Bahia. A Bahia não é um lugar qualquer e desde sempre, se considerou diferenciada do resto do país, a ponto de ter a sua própria festa de independência, pois para os baianos, o Brasil se tornou independente neste dia e ponto. Viva a Independência da Bahia!