Morre gente todo dia, no hemisfério sul, no hemisfério norte. Morre gente de tristeza, de alegria e até por falta de sorte, mas nunca se viu tanta gente boa morrendo como neste ano da graça de 2014, que tem levado famosos e anônimos, adultos e criancinhas, deixando a vida mais tristinha. E ainda estamos no meio desse ano mortal, que levou de uma só tacada, atores, cineastas, cantores e escritores, cada um na sua área, um talento magistral. Assim a morte levou de repente, Nelson Ned, Eduardo Coutinho, Gabriel Garcia Marquez, o ator americano Philip Seymour Hoffman, Paulo Goulart, José Wilker, Jair Rodrigues, Ivan Junqueira, João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e ontem, Ariano Suassuna, que sem espanto dizia: “Tudo que é vivo morre”. E ela em 2014, não se esqueceu de levar os locutores de rádio e televisão. Em pouco mais de um mês, parou o coração de Luciano do Valle, Maurício Torres e o Doutor Osmar de Oliveira, que eram homens do esporte, e como ela não poupa ninguém, levou também jogadores. Primeiro foi o Euzébio, depois Bellini, o primeiro a erguer a taça de campeão, e pra não morrer de tristeza com o futebol da nossa seleção, ela levou antes da Copa, o nosso querido Fernandão. Lá em fevereiro ela levou Santiago, o grande cinegrafista, que causou enorme comoção. Morre gente todo dia, em liberdade ou na prisão. Em Israel e na Palestina, onde a guerra por Deus vai seguindo a sua sina, morrem homens e mulheres, meninos e meninas. Na Russia então nem se fala, que quer parte da Ucrânia de volta, e pra isso se for preciso, derruba até avião, repleto de inocentes, pois com apenas um tiro, calou a vida de 298 pessoas para sempre. Dentro daquele avião havia gente com a vida começando e gente que salvava as vidas da gente. E ainda citando Ariano, a nossa perda mais recente, porque a morte não há quem vença, assim ele também, "cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo que é vivo morre". E eu acrescento, que mesmo aquele que está nascendo agora, ela não perdoa, escolhe a hora e abotoa, e nos faz ter a certeza de que estamos entregues à própria sorte, pois sem dúvida 2014, é o ano da morte.
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quinta-feira, 24 de julho de 2014
quarta-feira, 18 de junho de 2014
NÃO DEU PARA O TIME DE AZPILICUETA
1966, Copa da Inglaterra. O Brasil era Bi Campeão do mundo e chegou na terra da Rainha com o Rei Pelé, Garrincha e companhia, certos do terceiro título mundial. Resultado, a seleção brasileira voltou para casa na fase de grupos, despachada por Portugal de Euzébio. A Espanha, com todo respeito, tem apenas um título mundial, ganho a duras penas na Africa do sul. E chegou botando banca, com um time velho e um jogador que vai deixar saudades mais pelo nome incomum, do que pelo futebol, Azpilicueta, (imaginem um narrador japonês pronunciando este nome, que nem o bravo Datena da Band conseguiu pronunciar corretamente). A cara de derrota do técnico espanhol, Vicente del Bosque, não conseguiu levantar o ânimo da sua envelhecida equipe, que precisa urgente de renovação. O Chile, empurrado pela sua maravilhosa torcida, que deu um show a parte, cantando o jogo inteiro, comandou a partida com categoria, mandou a campeã do mundo para casa mais cedo, e se classificou antecipadamente para a próxima fase. Chile 2 x 0, merecidamente. Vida que segue. Não deu para o time de Azpilicueta.
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