Ricco Duarte (foto: Cyntia C Santos) |
Sempre nos esquecemos de que um dia, ou por merecimento, ou por castigo, vamos envelhecer. No primeiro caso é dado o gozo de uma vida longa e saudável, àqueles que amam a vida, os animais, a natureza, os que não fazem diferença entre os semelhantes. No segundo caso, a vida longa é concedida àqueles que fingem amar a vida, os que não gostam dos animais, da natureza e se acham acima do bem e do mal e melhor do que os seus semelhantes, e estes, em algum ponto da sua sina, vão sentir inveja dos que morrem cedo. Não raro, não geraram outras vidas. Com frequência, terminam sozinhos.
A voz é o alto falante da alma. Ela traduz o nosso estado de espírito, e quando ela fraqueja, invariavelmente, é a alma anunciando que já está na hora de partir. Os que chegaram longe por merecimento, partirão em paz. Os que viveram muito por castigo, verão a sua decadência física se acentuar sem controle. Não raro viverão da caridade alheia. E poucos são aqueles, que mesmo aprendendo a lição, terão a sua pena reduzida. Em ambos os casos no entanto, um fio de voz, que antes era firme, seja para acariciar, ou para diminuir, anunciará o irremediável fim. Pois quando a voz fraqueja, não tem jeito, é fazer as malas e partir. Que a nossa bagagem seja leve.