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sexta-feira, 22 de maio de 2015

O HAITI NÃO É AQUI

Primeiro foram os bolivianos, depois os médicos cubanos e agora, os haitianos. Os bolivianos estão em grande parte, no mercado escravo e ilegal da indústria textil e a sua maioria em São Paulo. Os Cubanos, foi uma invenção deste governo para importar médicos a preço de banana, alguns sem diploma, e assim, ajudar o país caribenho. Mas os haitianos estão é invadindo mesmo, entrando ilegalmente pela fronteira com o Peru, via Acre, e se espalhando por todo o país. A grande maioria não tem uma formação profissional e mais cedo ou mais tarde vão engrossar as estatísticas da criminalidade. Tudo isso com a conivência das autoridades que nada fazem. Nós já temos os nossos problemas e não são poucos, mal podemos alimentar os nosso filhos e agora ainda somos obrigados a abrigar essa gente, que não sabemos quem são, nem o que fazem? Isso aqui não é a casa da mãe Joana!  Que voltem para o seu país. Aqui não é o Haiti.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

LABADEE, O HAITI QUE DEU CERTO

Existe um Haiti que só os privilegiados passageiros da Royal Caribbean conhece, é Labadee, um pequeno paraíso de tres kilometros quadrados, ao norte do país, que a Royal comprou e ali instalou o seu resort particular, onde diariamente aportam os seus navios levando milhares e milhares de turistas, que despejam na ilha milhares e milhares de dólares. Com isso, a Royal Caribbean International, gera centenas de empregos em um país onde a miséria grita. Quando eu estava a bordo do Brilliance of the seas, visitei Labadee pela primeira vez e fiz vários amigos. Cinco anos depois é impressionante como tudo por lá mudou para melhor, principalmente depois do terremoto que devastou a capital Porto Principe e que fica a seis horas de carro dali. Em Labadee o terremoto foi sentido por mais ou menos um minuto, mas nada de mal aconteceu, apenas os habitantes e os funcionários da Royal tiveram que se deslocar para as montanhas devido ao alerta de Tsunami. Nos dois meses subsequentes ao terremoto, todo o dinheiro arrecadado pelos navios da empresa foi destinado as vitimas da catástrofe. A Royal também doou roupas, alimentos e água potável, mas lamentavelmente, parte dessas doações foi desviada pelos próprios moradores do local, segundo me informou um dos instrutores de mergulho do resort. Farinha pouca meu pirão primeiro... fora isso, Labadee é definitivamente, o Haiti que deu certo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

"PENSE NO HAITI, REZE PELO HAITI"

          Por que o Haiti? que em inglês se pronuncia "rêiti", cuja sonoridade lembra a palavra, hate, que traduzindo para o português significa ódio. Por que a natureza divina, ou seria satânica, uma vez que o voodoo é a religião mais popular do país, odeia tanto aquela faixa de terra da ilha de Hispaniola, um dos primeiros pontos da América, a serem colonizados por Cristovão Colombo, quando este por ali chegou. Porque? Se a mesma ilha abriga a próspera República Dominicana, enquanto que o Haiti é o país mais pobre das américas e é um dos mais pobres do mundo. Por que o Haiti? Ex colonia francesa que há séculos sobrevive não só às interpéries da natureza, como também aos desmandos de seus governantes e ditadores. Um país miserável, cujo povo musical e simpático tem os olhos grandes e tristes, e que eu tive a oportunidade de visitar algumas vezes, quando trabalhava como músico, nos navios de cruzeiro da Royal Caribbean. A Royal comprou um pedaço de terra em Labadee, a duas horas de carro da capital Porto Princípe e ali montou o seu circo, um balneário para que os passageiros se divertissem, pensando estar em um paraíso caribenho. Ali ficávamos algumas horas desfrutando daquele mar lindo e das muitas atividades esportivas organizadas pela empresa. Ali escutávamos a música mágica do lugar, assistíamos a shows folclóricos, comprávamos o artesanato local e íamos embora no final do dia felizes da vida, deixando para trás aqueles olhares tristes de quem vive na miséria todos os dias. Ali eu conheci Papi, um artista local que fazia acrobacia e que era apaixonado pelo Brasil, como quase todos os haitianos. Uma vez Papi me convidou para ir a Porto Princípe, para ver a miséria mais de perto, mas o tempo era curto. Ele tinha que ganhar uns trocados para sustentar a sua família, fazendo as suas espetaculares piruetas, e sempre terminavámos adiando a visita a capital. Mas a miséria estava logo ali, atrás da cerca que circundava o balneário, longe dos olhos dos turistas. Ali já se podia ver as casas miseráveis, o povo pedindo esmola, agarrado à cerca fortemente guardada pela polícia local. Estará Papi vivo agora? Estarão vivos os familiares do Pierre? Um oficial haitiano que vive em Miami, e que me levou até o aeroporto quando eu tive que voltar ao Brasil, depois de ter sido operado de apendicite. Estarão vivos os familiares do Dr. Maurice, médico haitiano que me examinou em Miami logo após a cirurgia? Ele me contou que os haitianos amam tanto o Brasil, que dois deles cometeram suicídio quando o Brasil  foi eliminado  da copa de 2006 pela França, país que eles odeiam, por questões óbvias, apesar de terem herdado a bela língua do seu antigo colonizador e opressor. A minha experiência com os hatianos eu menciono em um trecho de "Jaime, o marinheiro", romance que escrevi a bordo de um dos navios, contando como é a vida em um navio de cruzeiro e que eu transcrevo a seguir, rezando pelo Haiti, pensando no Haiti.

Trecho do romance "Jaime, o marinheiro"

          Chovia em Miami, quando um funcionário da America Safety, passou no hotel para me levar para fazer a imigração e de lá para o aeroporto. Ele era um haitiano alto e magro, que me confirmou a história dos suicídios que os seus compatriotas cometeram, quando a seleção brasileira foi eliminada da copa do mundo da Alemanha. O Haiti é um país paupérrimo, que foi colônia francesa e que vive em constante estado de sítio, e o exército brasileiro, foi mandado para lá pelas nações unidas, como uma força de paz, para tentar manter a ordem e a estabilidade política no país. Os brasileiros certamente levaram não só a paz, como também a nossa simpatia e solidariedade, que conquistou de imediato o coração do povo haitiano, daí a sua paixão desmedida pelo Brasil.
          A Royal Caribbean, comprou um pedaço de terra no Haiti, chamado Labadee, e ali implantou uma espécie de balneário privado, onde os navios da Companhia costumam parar, para diversão de passageiros e tripulantes. Além dos limites daquele balneário, não podemos passar. Do outro lado está a miséria e a fome, e isso não interessa nem aos passageiros nem a nós tripulantes ver. Eu havia estado em Labadee algumas vezes e fomos conversando sobre o Haiti e o Brasil até o aeroporto, eu e o Pierre, o oficial haitiano que me escoltou até o balcão do check in da American airlines, para se certificar de que eu realmente iria deixar o país.


Eu também fiz o meu vooduzinho...

Essa camisa eu dei ao meu amigo Papi de presente.

                                              Papi se preparando para mais uma acrobacia.