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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A BELEZA UNIVERSAL É COLOMBIANA

Todo mundo tem um lado cafona. O meu é gostar dos concursos de beleza, especialmente o Miss Universo. É muito divertido ver as pessoas darem tanta importância para uma coisa que não tem importância nenhuma. Entra ano e sai ano é sempre a mesma coisa, elas são virgens, boas moças e vão trabalhar pela paz no mundo. Só que não. O bom mesmo é ver aquele monte de mulher de biquini, lutando por uma coroa que não vai mudar em nada a história da humanidade. Mas que é divertido, lá isso é, principalmente na hora das perguntas, quando elas fazem cara de inteligente e respondem a primeira coisa que lhes vem a cabeça. A vencedora deste ano, a colombiana Paulina Vega, quando perguntada o que as mulheres poderiam aprender com os homens, foi bem sincera e disse que a pergunta era muito difícil. Honestamente, ela não era a mais bonita de rosto, mas foi sem dúvida a mais gostosa e a que mais brilhou desde a sua primeira aparição. A brasileira, ficou entre as quinze semi finalistas e saiu no lucro, pois a pequena notável, como era chamada pelo seu ultra cafona coordenador, se comportou como uma adolescente deslumbrada e não cresceu. Para ser Miss Universo não sei exatamente do que precisa, se formos nos espelhar na Paulina, podemos dizer que autoconfiança e um corpo fenomenal é o bastante. O fato é que, a beleza universal agora é colombiana.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

A PEQUENA NOTÁVEL

Ela provou que tamanho não é documento. Concorrendo com candidatas que tinham em média 1,80 de altura, Melissa Gurgel, 20 anos, representante do Ceará, desde a sua primeira aparição em traje típico, simbolizando o sol, mostrou que não estava ali para brincadeira e sim para brilhar. Com 1,68 de beleza, simpatia e ousadia, ela desbancou as "grandonas" e conquistou o título de Miss Brasil 2014, no último sábado, em Fortaleza. Em janeiro, a pequena notável estará em Miami, nos Estados Unidos, disputando o Miss Universo, título que o Brasil não conquista desde 1968.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

"PENSE NO HAITI, REZE PELO HAITI"

          Por que o Haiti? que em inglês se pronuncia "rêiti", cuja sonoridade lembra a palavra, hate, que traduzindo para o português significa ódio. Por que a natureza divina, ou seria satânica, uma vez que o voodoo é a religião mais popular do país, odeia tanto aquela faixa de terra da ilha de Hispaniola, um dos primeiros pontos da América, a serem colonizados por Cristovão Colombo, quando este por ali chegou. Porque? Se a mesma ilha abriga a próspera República Dominicana, enquanto que o Haiti é o país mais pobre das américas e é um dos mais pobres do mundo. Por que o Haiti? Ex colonia francesa que há séculos sobrevive não só às interpéries da natureza, como também aos desmandos de seus governantes e ditadores. Um país miserável, cujo povo musical e simpático tem os olhos grandes e tristes, e que eu tive a oportunidade de visitar algumas vezes, quando trabalhava como músico, nos navios de cruzeiro da Royal Caribbean. A Royal comprou um pedaço de terra em Labadee, a duas horas de carro da capital Porto Princípe e ali montou o seu circo, um balneário para que os passageiros se divertissem, pensando estar em um paraíso caribenho. Ali ficávamos algumas horas desfrutando daquele mar lindo e das muitas atividades esportivas organizadas pela empresa. Ali escutávamos a música mágica do lugar, assistíamos a shows folclóricos, comprávamos o artesanato local e íamos embora no final do dia felizes da vida, deixando para trás aqueles olhares tristes de quem vive na miséria todos os dias. Ali eu conheci Papi, um artista local que fazia acrobacia e que era apaixonado pelo Brasil, como quase todos os haitianos. Uma vez Papi me convidou para ir a Porto Princípe, para ver a miséria mais de perto, mas o tempo era curto. Ele tinha que ganhar uns trocados para sustentar a sua família, fazendo as suas espetaculares piruetas, e sempre terminavámos adiando a visita a capital. Mas a miséria estava logo ali, atrás da cerca que circundava o balneário, longe dos olhos dos turistas. Ali já se podia ver as casas miseráveis, o povo pedindo esmola, agarrado à cerca fortemente guardada pela polícia local. Estará Papi vivo agora? Estarão vivos os familiares do Pierre? Um oficial haitiano que vive em Miami, e que me levou até o aeroporto quando eu tive que voltar ao Brasil, depois de ter sido operado de apendicite. Estarão vivos os familiares do Dr. Maurice, médico haitiano que me examinou em Miami logo após a cirurgia? Ele me contou que os haitianos amam tanto o Brasil, que dois deles cometeram suicídio quando o Brasil  foi eliminado  da copa de 2006 pela França, país que eles odeiam, por questões óbvias, apesar de terem herdado a bela língua do seu antigo colonizador e opressor. A minha experiência com os hatianos eu menciono em um trecho de "Jaime, o marinheiro", romance que escrevi a bordo de um dos navios, contando como é a vida em um navio de cruzeiro e que eu transcrevo a seguir, rezando pelo Haiti, pensando no Haiti.

Trecho do romance "Jaime, o marinheiro"

          Chovia em Miami, quando um funcionário da America Safety, passou no hotel para me levar para fazer a imigração e de lá para o aeroporto. Ele era um haitiano alto e magro, que me confirmou a história dos suicídios que os seus compatriotas cometeram, quando a seleção brasileira foi eliminada da copa do mundo da Alemanha. O Haiti é um país paupérrimo, que foi colônia francesa e que vive em constante estado de sítio, e o exército brasileiro, foi mandado para lá pelas nações unidas, como uma força de paz, para tentar manter a ordem e a estabilidade política no país. Os brasileiros certamente levaram não só a paz, como também a nossa simpatia e solidariedade, que conquistou de imediato o coração do povo haitiano, daí a sua paixão desmedida pelo Brasil.
          A Royal Caribbean, comprou um pedaço de terra no Haiti, chamado Labadee, e ali implantou uma espécie de balneário privado, onde os navios da Companhia costumam parar, para diversão de passageiros e tripulantes. Além dos limites daquele balneário, não podemos passar. Do outro lado está a miséria e a fome, e isso não interessa nem aos passageiros nem a nós tripulantes ver. Eu havia estado em Labadee algumas vezes e fomos conversando sobre o Haiti e o Brasil até o aeroporto, eu e o Pierre, o oficial haitiano que me escoltou até o balcão do check in da American airlines, para se certificar de que eu realmente iria deixar o país.


Eu também fiz o meu vooduzinho...

Essa camisa eu dei ao meu amigo Papi de presente.

                                              Papi se preparando para mais uma acrobacia.