O DIA EM QUE IPANEMA FICOU MAIS BONITA

Marthina Brandt, ensolarando a tarde de Ipanema

A vida tem dessas coisas. Estava eu e a minha família tomando uma água de coco em Ipanema, quando de repente, a tarde, que já estava iluminada, ficou mais ensolarada. Era ela, Marthina Brandt, Miss Brasil 2015 que chegava para fazer um ensaio fotográfico. Marthina é a Miss que sinalizou que não basta ser linda, a Miss moderna tem que ser inteligente e engajada. Com a sua oratória maravilhosa, ela abriu o caminho para termos hoje, a descoladíssima Monalysa Alcântara, atual Miss Brasil. Fizemos essa selfie e eu batizei esse encontro com a Marthina de, o dia em que Ipanema ficou mais bonita.

O FRESCOR DA JUVENTUDE DE MONALYSA

Está comprovado que concurso de beleza se ganha no dia e Monalysa Alcântara, representante do Piauí, de apenas 18 anos, provou isso. Além de levar o título inédito para o seu estado, desde a sua primeira aparição, ela mostrou que veio para vencer, dando um banho de simpatia, segurança, oratória, além de ter uma beleza indiscutivelmente brasileira e irá representar o Brasil, no concurso Miss Universo, em novembro, nos Estados Unidos. No segundo lugar ficou a Miss Rio Grande do sul, Juliana Mueller e em terceiro, Stephany Pim do Espírito Santo, mas quem brilhou mesmo, foi o frescor da juventude de Monalysa.

O MUNDO IRÁ SE RENDER À BELEZA DE ISABEL

Ela tem uma beleza estonteante e é uma lenda do mundo Miss.  Isabel Correa, do Rio de janeiro, segue firme na disputa do Miss Brasil Universo, que acontecerá sábado que vem, em Ilha Bela, litoral norte de São Paulo. Com 27 anos, (idade que  Pia Wurtzbach tinha quando foi eleita Miss Universo em 2015), Isabel reúne todos os requisitos, que a organização do concurso internacional vê na mulher moderna. De origem humilde, nascida em Belfort Roxo, na baixada fluminense, ela tem a melhor história de superação desse concurso, além da beleza e da persistência, pois assim como Pia, tentou várias vezes o concurso nacional. Se depender de tudo isso, o mundo irá se render à beleza de Isabel.

INSISTIR NO ERRO É BURRICE

O novo formato dos concursos de Miss no Brasil está fadado ao fracasso. Só porque moramos em um país onde o negro ainda é discriminado, não significa que elegendo misses negras, o erro será reparado. Ontem em São Paulo, elegeram uma ex-Miss Minas Gerais (concorreu em 2014 por Minas e sequer foi semifinalista no Miss Brasil) que é a cópia da sua antessessora paulista, só que mais gorda e mais bonitinha. Parei com concursos de miss. Insistir no erro é burrice

VIVE LA FRANCE!

O concurso Miss Universo não é mais um concurso de beleza apenas. A Miss Universo daqui por diante tem que ter conteúdo. O concurso, como disse o apresentador, é uma entrevista de emprego. Então a candidata tem que desejar muito esse emprego. Nada de muita academia ou rostinhos perfeitos. Não! Isso é uma competição, é um emprego muito bem pago. A Miss Universo tem que estar inteirada de tudo que acontece ao redor do mundo, tem que ler, ter um nível intelectual acima da média, ser uma mulher contemporânea, que trabalhe, que represente a raça humana e não apenas uma raça, que tenha metas bem elevadas para a sua vida. Dito isso, venceu a bela Iris Mittenaere, representante da França, dentista, engajada em seu país em um programa que cuida para que as crianças tenham uma educação apropriada e que acha, que as fronteiras devem estar abertas, pois assim poderemos viajar e conhecer outras culturas. Ganhou o emprego e por um ano, vai viajar o mundo inteiro. VIVE LA FRANCE! 

VAI COM TUDO BRASIL!

Em um concurso de beleza tudo pode acontecer. A bela  representante brasileira, pode até não vencer. Mas ela é, sem sombra de dúvidas, uma das fortes candidatas ao título de Miss Universo, que acontece amanhã na Filipinas. Sem medo de errar, Raissa Santana é uma das melhores Miss Brasil de todos os tempos. Vai com tudo Brasil! 

SAMBA BRASIL!

Nasci Raissa Santana, na Bahia, mas fui criada no Paraná, estado que me deu régua e compasso. Tenho as cores e a cara do meu país, preto, branco e mulato. De cabelo liso ou encaracolado, eu defendo com garra esse país desarrumado. Agora o meu nome é Samba, meu sobrenome é Brasil!

A MISS PARANÁ VENCEU DE PONTA A PONTA

Já temos uma nova e linda Miss Brasil. Ela é Raissa Santana, nascida em Itaberaba na Bahia e criada em Umuarama no Paraná, estado que representou. O concurso foi realizado na noite de sábado, em São Paulo e teve o top 5 mais equilibrado dos últimos anos. O segundo lugar ficou com o Rio Grande do Norte e o terceiro com a linda Miss Maranhão, mas Raissa, desde a sua primeira aparição, mostrou que a noite era dela. Favorita disparada do público e dos missólogos, além do título máximo, ela ainda ganhou outras duas provas realizadas durante a semana, a da Ellus, que era montar um look em trinta segundos e a prova de melhor maquiagem. Portanto, a Miss Paraná venceu de ponta a ponta.

O MUNDO MISS NÃO É COR DE ROSA

Na véspera de passar o título à sua sucessora, a gaúcha Marthina Brandt, atual Miss Brasil, revelou que durante o seu reinado, teve, tratou e se curou de um câncer no útero. Demonstrando coragem, força e a maturidade de sempre, ela afirmou à Revista Marie Claire, que quis ser a protagonista da sua história e não a Miss coitadinha e que por essa razão, resolveu contar a sua história agora, quando o seu reinado chega ao fim. Neste ano de 2016, a Miss Brasil 2004, a também gaúcha Fabiane Niclotti, que sofria de depressão, cometeu suicídio. O mundo miss não é cor de rosa.

GANHOU FÁCIL

Foi eleita na noite do último domingo a nova Miss Estados Unidos. Ela é Deshauna Barber, do Distrito de Columbia (o nosso Distrito Federal) desbancando outras 51 candidatas. Antes do concurso ela não aparecia em nenhuma lista de favoritas, mas a cada aparição ela foi mostrando o que é ser uma Miss nos tempos modernos: Classe, inteligência e atitude. Deshauna é oficial do exercito americano e na resposta final, que pedia para definir confiança na beleza, ela disse que ser confiantemente bela é ganhar o respeito das pessoas independente da aparência e que como militar, aprendeu rapidamente o quanto ela é extremamente forte e que apesar de ser pequena, ela é poderosa. Ganhou fácil.

MARTHA VASCONCELLOS: A RAINHA DA BELEZA UNIVERSAL

Quando criança, eu morava no bairro do Garcia, em São Salvador da Bahia e naquela época, os concursos de beleza paravam a cidade, afinal, ali era a terra de Martha Rocha, a baiana que por duas polegadas a mais no quadril, ficou em segundo lugar no Miss Universo 1954. Desde então, todos os anos no mês de junho, a Bahia parava para eleger sua nova Miss. Até que veio o ano de 1968. Logo percebi que aquele ano era diferenciado e que a Bahia estava disposta a eleger uma Miss Brasil outra vez. Havia toda uma produção, passarela nova em forma de ferradura e um grande número de candidatas ao título, onde uma, se destacava mais do que as outras. Era a Miss Clube de Bridge, Martha Vasconcellos, um metro e setenta e cinco de altura, olhos verdes, medidas perfeitas e que também morava no bairro do Garcia. Não teve pra ninguém, em apenas 28 dias, aquele monumento de beleza, simpatia e espontaneidade, ganhou o Miss Bahia, o Miss Brasil e o Miss Universo, vingando as duas polegadas da sua xará e conterrânea, 14 anos depois. Ela foi a segunda e última brasileira a ganhar o Miss Universo, pois cinco anos antes, a gaúcha Iêda Maria Vargas ganhou o título pela primeira vez. Agora, sob a iniciativa da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, a história de Martha Vasconcelos é contada em um livro de setecentas páginas, centenas de fotografias, escrito pelo jornalista baiano Roberto Macêdo, cuja primeira edição de dois mil exemplares se esgotou rapidamente, o que prova que o interesse pelo mundo Miss está mais vivo do que nunca. Enquanto a segunda edição não sai, vou guardando na memória, eu e meu pai grudados no rádio da copa da nossa casa, escutando o concurso internacional e vibrando com orgulho pela vitória da nossa vizinha e conterrânea, os fogos na madrugada, a bateria da Escola de samba Juventude do Garcia fazendo festa pelas ruas do bairro, comemorando o feito da nossa baiana e dias depois, espremido na multidão, de mãos dadas com a minha mãe, nas ruas do centro da cidade, vendo a chegada da nossa Martha Vasconcellos, a rainha da beleza universal.

A BELEZA UNIVERSAL É COLOMBIANA

Todo mundo tem um lado cafona. O meu é gostar dos concursos de beleza, especialmente o Miss Universo. É muito divertido ver as pessoas darem tanta importância para uma coisa que não tem importância nenhuma. Entra ano e sai ano é sempre a mesma coisa, elas são virgens, boas moças e vão trabalhar pela paz no mundo. Só que não. O bom mesmo é ver aquele monte de mulher de biquini, lutando por uma coroa que não vai mudar em nada a história da humanidade. Mas que é divertido, lá isso é, principalmente na hora das perguntas, quando elas fazem cara de inteligente e respondem a primeira coisa que lhes vem a cabeça. A vencedora deste ano, a colombiana Paulina Vega, quando perguntada o que as mulheres poderiam aprender com os homens, foi bem sincera e disse que a pergunta era muito difícil. Honestamente, ela não era a mais bonita de rosto, mas foi sem dúvida a mais gostosa e a que mais brilhou desde a sua primeira aparição. A brasileira, ficou entre as quinze semi finalistas e saiu no lucro, pois a pequena notável, como era chamada pelo seu ultra cafona coordenador, se comportou como uma adolescente deslumbrada e não cresceu. Para ser Miss Universo não sei exatamente do que precisa, se formos nos espelhar na Paulina, podemos dizer que autoconfiança e um corpo fenomenal é o bastante. O fato é que, a beleza universal agora é colombiana.