A cidade olímpica começa a tomar forma. A Praça Mauá, no centro do Rio, foi reinaugurada na semana passada e está uma beleza. Os trilhos do monotrilho já aparecem, o Museu do amanhã, um arrojado projeto do arquiteto espanhol neofuturista Santiago Calatrava, já está quase pronto e a vista para a Baía de Guanabara é de tirar o folêgo. Na minha vida de viajante, já tive a oportunidade de visitar Barcelona, Atenas e Sydney, cidades que já sediaram os jogos, e posso afirmar que o legado que um evento desse porte deixa em uma cidade sede é magnífico, mesmo se tratando de Brasil, um país que passa por uma séria crise de má gestão e com um governo que não se sabe se resistirá até agosto do ano que vem, quando os jogos serão realizados. O fato é que, a zona portuária, onde a Praça Mauá está situada está ficando show de bola, assim como as obras do Parque Olímpico na Barra da Tijuca, que inclusive já tem algumas instalações inauguradas. Que tudo corra bem. Viva o Rio de Janeiro, a cidade Olímpica 2016.
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segunda-feira, 14 de setembro de 2015
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
O RETRATO DE UM PAÍS CHEIO DE BURACOS
Projetado em 1967, o Edifício Sede da Petrobras, no Rio de janeiro, é considerado um dos prédios mais feios do mundo pelo Site Virtual Tourist. Segundo eles, o prédio é um cruzamento de uma "penitenciária com um brinquedo Lego inacabado, o que dá a ilusão de que o prédio está caindo aos pedaços." O arquiteto que o projetou, não deixa de ser um sujeito visionário, ao intuir que, no futuro, especialmente nos últimos doze anos, a maior empresa do Brasil, que se abriga nesse monstrengo no centro do Rio, iria abrigar também, bandidos corruptos, que iriam brincar com o dinheiro do povo brasileiro e deixar o país cheio de buracos, como bem sugere os seus vãos livres.
domingo, 10 de agosto de 2014
MUITO OBRIGADO POR TUDO MEU PAI
Da esq. para a direita, Lula, Graça, Renan, mainha, Zé, Cesar, meu pai e eu. |
Ainda não vi neste mundo, alguém mais trabalhador do que o meu pai. Seu vício, e por assim dizer, sua diversão, era o trabalho. Não que tivesse sido uma escolha de livre e espontânea vontade, mas porque a vida o obrigou a fazer essa escolha. Logo aos seis anos de idade ele perdeu o pai, de quem herdou nome e sobrenome. Minha avó paterna então, encontrando-se em dificuldades financeiras, e tendo oito filhos para criar, enviou meu pai e um irmão, para a casa de parentes no Rio de janeiro, mas não deu certo. Contam que quando ele voltou, anos mais tarde, a própria mãe não o reconheceu quando ele desembarcou no porto de Salvador, de tão magro e maltratado que estava. E ali começou a sua saga, segundo ele mesmo me contou, nas longas conversas que costumávamos ter. Aos treze anos começou a trabalhar em uma farmácia e aí não parou mais. Aos 24 anos, em vias de abrir o seu próprio negócio, no ramo de peças para automóveis, casou com a minha mãe, uma mulher bonita, muito inteligente e ambiciosa. Juntos, formaram literalmente uma dupla do barulho. Ele trabalhando duro e ela cuidando dos filhos e do futuro. Prosperaram até onde deu. Estudamos todos, eu e os meus cinco irmãos, na melhor e mais cara escola da cidade, e a educação que tivemos, foi sem dúvida, a melhor herança que ele pode nos deixar. Partiu prematuramente ao 59 anos de idade. Das boas lembranças que guardo dele, lembro do dia em que passei no meu terceiro vestibular. Eu já havia passado em dois vestibulares anteriormente, para economia e arquitetura. O primeiro porque sabia guardar dinheiro e achava que poderia economista, e o segundo porque eu sabia desenhar, e achava que poderia ser um arquiteto. O primeiro nem cheguei a me matricular na faculdade, que era particular. No segundo, cheguei a cursar dois anos e depois larguei para ser artista. Ou seja eu não sabia mesmo o que queria. Mas como a regra era ter um canudo na mão, escolhi fazer um terceiro vestibular, dessa vez para jornalismo, por ser um curso rápido e divertido, e a faculdade ficava bem em frente à Escola de música, onde fiz vários cursos livres, pois ser músico era o meu sonho. Naquele terceiro vestibular eu não peguei nos livros e quando chegou o dia do resultado, confesso que estava meio tenso. Naquele dia, quando cheguei em casa, voltando da praia, encontrei meu pai, que já sabia do resultado antes de mim, me esperando na porta de casa, sem camisa e com uma taça de licor na mão. Sorrindo, ele veio me abraçar, dizendo que eu sempre fui o mais inteligente dos filhos. Exageros de pai à parte, recebí aquele abraço com imensa alegria e um certo alívio, e hoje, passados tantos anos daquela cena, formado em jornalismo, pela Universidade e em artista, pela vida, penso nele, com saudade e gratidão, e quero aqui publicamente dizer ao Sr. Eduardo Gomes Ribeiro Junior, aonde quer que ele esteja, em alto e bom som: Muito obrigado por tudo meu pai.
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