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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

AS ENGOLIDORAS DE FALO

De Ricco Duarte
AS ENGOLIDORAS DE FALO

Elas são de morte.
Para escapar da fome
casam com um cara trabalhador
que se mata de trabalhar
pensando ter casado por amor.
Para assegurar o seu futuro
elas tem com esse cara
filhos sem dó
que elas acreditam serem só seus
principalmente os homens
pois as engolidoras de falo
tem como missão
anular a figura masculina
para se tornar o macho alfa da família.
De maneira figurada
elas engolem tudo à sua volta
para vomitar adiante
pragas aos quatro ventos
e cuspir fogo 
de lágrimas falsas.
Depois
fingidas
pedem perdão a deus
e colocam a culpa dos seus atos no diabo
para quem rezam às escondidas
todos as noites.
As engolidoras de falo
não dão mole
são mórbidas
e costumam morrer diariamente
para se safarem de seus maus feitos
e despertarem sonsas e fortes 
mais na frente.
E assim
se ninguém abrir o olho 
elas vão ficando com tudo
a casa
o carro
os filhos
o nome
os amigos
os crentes 
e os ateus
pois para as engolidoras de falo
todo mundo é fariseu
sem perdão
nem alegria
apenas com uma conta corrente
que elas vão tomar conta um dia.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

SER BEM OU MAL SUCEDIDO

O facebook tem as suas vantagens. Dentre muitas, encontrei uma postagem que define bem as diferenças de comportamento entre as pessoas que são bem sucedidas e as que não são, e que eu assino embaixo.

As pessoas de sucesso sentem gratidão, perdoam, se responsabilizam pelos próprios erros, parabenizam, falam acerca de idéias, querem que os outros vençam, partilham informação, transpiram alegria.

As pessoas malsucedidas sempre acham que têm direito, guardam rancor, culpam os outros ou as circunstâncias, criticam, falam de pessoas, desejam o mal secretamente, escondem informações, exalam azedume.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

OLHAR PARA DENTRO, SEGUNDO JUNG


"QUEM OLHA PARA FORA SONHA, QUEM OLHA PARA DENTRO ACORDA"
(Carl Gustav Jung)
Uma homenagem da substância louca, no dia dos psicólogos, a todos os profissionais que nos ajudam a acordar...

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

PALAVRAS DO PAPA FRANCISCO



"NÃO HÁ NECESSIDADE DE CONSULTAR UM PSICÓLOGO PARA SABER QUE QUANDO VOCÊ DENIGRE O OUTRO, É PORQUE VOCÊ MESMO NÃO CONSEGUE CRESCER E PRECISA QUE O OUTRO SEJA REBAIXADO PARA VOCÊ SE SENTIR ALGUÉM"
(Papa Francisco)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

PARA ENTENDER A MÃE, É PRECISO SE ENXERGAR NELA



Exceto pelo grande apego à vida, pela sensatez e racionalidade, em tudo o mais, sou a cópia fiel da minha mãe. Passei a maior parte da minha existência relutando em aceitar o espelho, embora converse com ele diariamente, como fazem os narcisos, enxergando somente a casca e seus adornos, cada vez mais escassos, e negando o direito de me aceitar por dentro. 
Minha mãe nasceu em uma família muito pobre, filha de uma brava mulher saudável e batalhadora e de um homem honesto, extremamente religioso e educado. Sou cada vez mais convencido de que nascemos do jeito que somos e de que vamos com o tempo, melhorando ou não, nossas virtudes e defeitos. Minha mãe, assim como eu, não nasceu para ser pobre, nem para passar dificuldades. Amantes do que é bom e bonito, gostamos de ambientes refinados, arejados, boas roupas, bons perfumes, boa música, gente educada. Gostamos de viajar, de ver o mundo, e se o dinheiro não dá, lemos um bom livro ou assistimos a um bom filme, que é uma outra maneira de viajar e ver o mundo, bastante econômica e igualmente inteligente. Casa limpa é imprescindível. Lembro dos dias de faxina, na casa da minha infância, geralmente aos sábados, em que a casa parecia virar ao avesso, para estar brilhando como nova, ao final do dia.
Minha mãe se casou com um homem excessivamente trabalhador, que assim como ela, estudou até o quinto ano primário. Certamente por essa razão, os dois, de comum acordo, resolveram dar aos filhos a melhor das heranças, a educação e os benefícios que ela inevitavelmente traz. Estudamos todos os seis filhos, no melhor colégio da cidade, e até hoje, tendo que me virar para pagar as contas, me pergunto como o meu pai fazia para pagar as mensalidades caríssimas daquela instituição, e eu respondo, trabalhando, de sol a sol, sem tirar férias que eu me lembre. Trabalharam os dois, meu pai naquela pequena loja de peças para automóvel, e a minha mãe em casa, cuidando dos filhos, da casa, da comida, da roupa, do estudo das crianças. Minha mãe estudou e aprimorou a sua educação ao tomar a lição de casa, que levávamos da escola todos os dias. Boba nunca foi, nem eu. Olhar vigilante como o meu, as vezes exagerava na rigidez, nos castigos e nas palavras, como eu fiz tantas vezes, inclusive com ela e ela comigo, pois ninguém gosta de ver no espelho as partes que nos incomoda. 
Físicamente nos parecemos demais, o olhar triste, sonhador, de quem busca o longe, ou como ir mais longe depressa. Mas como a vida tem o seu próprio tempo, na pressa, tropeçamos muitas vezes, mas cair, ir ao chão, jamais. Não fomos feitos para ir ao chão, levantamos rapidamente e se possível, fazendo de conta de que nada aconteceu, para seguir em frente e ponto, apesar de sermos muito ligados ao passado. Lembramos e relembramos fatos que quase ninguém mais se lembra, com riqueza de detalhes, data, hora e lugar, e devo confessar que isso não é de todo um bom negócio, pois o que passou passou e como dizia a minha avó, o que não tem remédio, remediado está. Guardamos mágoa, o que também não é bom, mas também não nos prendemos a mesquinharias, a coisas pequenas, porque nascemos para a fartura.
Claro que como nascemos em épocas diferentes, todas essas semelhanças geraram um conflito do tamanho do mundo e as brigas não foram poucas, eu me queixando da falta do amor de mãe, buscando inutilmente a mãe em outras mulheres, e ela se queixando que aquele filho não lhe queria bem, como predisse a avó de criação dela, anos atrás: "Tenha muitos filhos, pois se um não te quiser, os outros haverão de querer". Ela repetia isso como um mantra, e eu me enchia de culpa e de raiva pois achava que quem não me queria era ela. Não fui nem sou o seu filho preferido, por todos os motivos mencionados acima, até que recentemente, passei por uma perda pessoal irreparável, onde perdí o chão, a dignidade, e a fé que eu julgava ter. Fui socorrido e amparado por amigos, e pela minha mãe, que mora a 1700 quilômetros de distância. Por telefone, ela, sensata e racional como sempre foi, não me deixou ficar no chão, e me deu a mão com palavras sábias de ânimo e incentivo, me acalmando e me fazendo seguir em frente, ainda mais vigilante e tentando aceitar o que a vida, por um descuido do destino, me roubou. 
Tudo na vida tem um lado positivo. No meu recente e irreparável tropeço, pude recuperar e ter o amor da minha mãe, e isso não tem preço, pois é o maior bem que um ser humano pode ter na vida. Há poucos dias, retornando para a terapia, o terapeuta me recebeu sorrindo e dizendo: Seja bem vindo aquele que é louco pela própria mãe! e completou, vamos falar dela hoje? Eu respondi que sim, mas que iríamos conversar de outra maneira, que iríamos falar da conquista do entendimento, pois para entender a mãe, é preciso se enxergar nela.