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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

TENHO UMA SAUDADE IMENSA DO MEU PAI

Meu pai, Eduardo Gomes Ribeiro Junior
Ele tinha o olhar sereno dos librianos e um faro fino para fazer negócios. Trabalhou dos 13 aos 59 anos, quando nos deixou, sem tirar férias. Seu sangue português "Gomes Ribeiro", pensava trabalho e vivia para a família, como se os dois, trabalho e família, fossem uma só religião. Era devoto fervoroso de São Cosme e São Damião e no dia 24 de setembro, a casa se enchia de gente que vinha de toda parte, para saudar Seu Ribeiro e saborear o delicioso caruru, que é como chamamos o famoso banquete afro baiano, servido nas casas da Bahia, por aqueles que são devotos dos santos médicos. Ele estudou até o quinto ano primário, mas os seus filhos, estudaram nos melhores colégios da cidade de Salvador, escolas particulares que nos abriu muitas portas e nos fez ingressar nas Universidades até com uma certa facilidade, dada a base que nos foi dada. Me lembro que nos anos sessenta e setenta, progredimos a passos largos. Era o tempo da ditadura militar, e naqueles anos, quem não tivesse medo de trabalhar, prosperava firmemente. Com ele aprendi entre outras coisas, a ser honesto e a não ter medo, nem do trabalho nem da vida. Com ele a vida era feliz e segura. Reconheço no entanto, que não sou um décimo do homem que ele foi. Hoje, Eduardo Gomes Ribeiro Junior, faria 92 anos. Tenho uma saudade imensa do meu pai. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

AINDA POSSO SENTIR O CHEIRO DO CARURU DE SEU RIBEIRO

Seu Ribeiro e eu, com a minha cabeça imensa para guardar histórias

As mulheres da família chegavam de véspera na casa do Garcia e se dividiam, entre a copa e área de serviço da casa, nas múltiplas tarefas de matar as galinhas, catar o camarão seco, preparar os temperos e principalmente, cortar os 1500 quiabos para o Caruru de Seu Ribeiro. Ano após ano, o ritual se repetia. Dona Maninha, amiga da família e especializada em comida baiana, era especialmente contratada para dar o toque final nas iguarias de dendê. Vinha gente de todo lado. De toda classe social. Teve um ano que até o prefeito da cidade, Vigildásio Sena (esses nomes só se encontra na Bahia), compareceu com pompa e circunstância. Todo 24 de setembro, durante muitos anos, aquele famoso caruru era servido para mais de cem pessoas. Seu Ribeiro, meu pai, era devoto de São Cosme e Damião, santos médicos, de grande popularidade na Bahia, quando principalmente no mês de setembro, se oferece caruru em sua  homenagem. Entenda-se por esses carurus, não só o prato em si, mas um verdadeiro banquete, cujos acompanhamentos, são, vatapá, xinxim de galinha, arroz branco, farofa, efó, banana cozida, pipoca e eteceteras. Minha mãe me contou recentemente, que essa era uma promessa da minha avó, mãe dele, pois quem oferece o caruru a São Cosme e Damião, sempre prospera. Depois de casados, ela manteve a promessa da sogra e realmente, foram anos de muita prosperidade. Meu pai não economizava nesse dia, nem na comida, nem na bebida e hoje se vivo fosse, completaria 91 anos. E eu, ainda posso sentir o cheiro do caruru de Seu Ribeiro.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

VIVA SÃO COSME E DAMIÃO!

                                                                                                                                                                                             



Na minha infância, este era o grande dia da minha casa. Carurus "homéricos" para alimentar centenas de pessoas. Cosme e Damião eram irmãos gêmeos, médicos, que curaram muitos seres humanos sem cobrar um centavo pelos seu dom de cura divino. Hoje celebramos o seu dia. Na Bahia damos caruru, como fazia meu pai, dono da CASA AUTO DOIS IRMÃOS. No Rio de janeiro, damos doces às crianças, para adoçarmos a vida.
Que a vida nos seja doce e farta, hoje e sempre! 
Viva São Cosme e Damião!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

VIVA COSME E DAMIÃO!

Hoje é o dia consagrado a são Cosme e são Damião, os santos gêmeos e médicos, originários da arábia e que praticaram a medicina na Egéia e na Asia menor, sem cobrar nada pelos seus serviços. Claro que foram perseguidos e por fim decapitados, mas a sua história segue viva e é comemorada em várias partes do planeta. O meu pai era devoto dos santos gêmeos, inclusive a sua loja tinha o nome de "casa auto dois irmãos"em homenagem a eles. Na Bahia se celebra oferecendo caruru, um grande banquete com todas as iguarias da culinária afro baiana cujo o prato rei é o caruru, feito de quiabo, camarão seco e azeite de dendê.
No Rio de janeiro damos doces as crianças. Foi aqui no Rio que eu conheci Franco Cava, irmão gêmeo de Antonio, e juntos escrevemos um samba em homenagem a Cosme e Damião, chamado "saco de doce", que eu gravei no meu segundo cd, "menino buliçoso", cujo vídeo e a letra coloco aqui para todos curtirem e comemorarem os santos gêmeos . Viva são Cosme e Damião!
http://www.youtube.com/watch?v=Swk6l-Qx6Jc
Saco de doce
Letra e música de Ricco duarte e Franco Cava
Sacode sacode que eu quero ver/saco de doce/sacode sacode que eu quero ver/saco de doce/quem vai dar saco de doce/quem vai dar doce de Cosme/ quem vai dar mesa de caruru/ na festa de rua de salvador/ saco de doce só ganha/ quem bate de porta em porta/ quem corre de rua em rua/ quem for criança boa/ ô erê saco de doce tem que ter/ pé de moleque suspiro cocada/ bala de coco paçoca/ peito de moça e muito axé/ sacode sacode que eu quero ver...