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sábado, 26 de julho de 2014

A GENTE MATA NO CORAÇÃO...

“Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer Bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu.”
(Zezé, personagem principal do “Meu pé de laranja lima” de José Mauro de Vasconcelos)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O MEU PÉ DE LARANJA LIMA



Na casa da minha infância, situada em uma rua de chão batido, havia logo na entrada, do lado esquerdo, uma sala  onde tinha um piano, e uma estante enorme, cheia de livros e enciclopédias. Em frente à estante, ficava um sofá, onde eu passava horas lendo, ao invés de ir brincar com as outras crianças na rua de chão batido. Por ali, além das enciclopédias, passeavam toda a coleção de Jorge Amado e muitos outros livros de toda sorte de temas. Mas o meu preferido era "O meu pé de laranja lima" de José Mauro de Vasconcelos, que contava a infância do autor, no subúrbio do Rio de janeiro. Lembro da influência da leitura na minha vida e em especial daquele livro, um dos mais vendidos no Brasil, traduzido em 52 idiomas, e que virou filme, cuja primeira adaptação para o cinema, acabei de assistir no Canal Brasil. 
Reencontrar "Zezé", o garoto prodígio e inteligente, com quem tanto me identifiquei na infância, foi muito mais que voltar no tempo, foi como se eu pudesse entender o tempo e como aquele garoto, cujo melhor amigo era um pé de laranja lima, que tinha uma imaginação fértil, que pensava como adulto e era extremamente sensível, pôde determinar o adulto que eu viria ser mais tarde. Mais tarde vieram outras leituras marcantes, mas o meu pé de laranja lima segue vivo, no Zezé que habita em mim.