quinta-feira, 30 de setembro de 2010

RAFAEL LIMA RESPONDE DE BATE PRONTO

Bate pronto é uma gíria do futebol onde o jogador chuta de primeira, sem pensar muito e as vezes, de bate pronto marca golaços.
E o primeiro a dar os seus chutes aqui na substância louca é o cantor Rafael Lima. Ele é Obá de Xangô e como bom aquariano costuma jogar em várias posições, faz parte do grupo vocal Bebossa Kids, que está lançando cd em breve, e prepara seu voo solo rumo ao estrelato, num projeto em homenagem a Caymmi, além disso ele também pinta, borda e sapateia. Com voces Rafael Lima de bate pronto:

SOU LOUCO POR: por gente maluca
TENHO FÉ EM: que um dia as pessoas se preocupem muito menos com em que Deus acredita e começar simplesmente a acreditar
TORÇO POR: pro jogo acabar logo pois não gosto de futebol que vença o melhor mas que vença logo!!
AMOR OU DINHEIRO? :amor de preferência com um homem bem rico
QUERO BEIJAR A BOCA DE: uma dessas pessoas que fazem propaganda de pasta de dentes sabe ?"12 problemas bucais ? "
CORRO LÉGUAS DE: de nada prefiro não me cansar
CORRO ATRÁS DE: atualmente os cobradores é que correm atrás de mim
EU ACABARIA COM: com essa mania das pessoas de colocar fim nas coisas







segunda-feira, 27 de setembro de 2010

VIVA COSME E DAMIÃO!

Hoje é o dia consagrado a são Cosme e são Damião, os santos gêmeos e médicos, originários da arábia e que praticaram a medicina na Egéia e na Asia menor, sem cobrar nada pelos seus serviços. Claro que foram perseguidos e por fim decapitados, mas a sua história segue viva e é comemorada em várias partes do planeta. O meu pai era devoto dos santos gêmeos, inclusive a sua loja tinha o nome de "casa auto dois irmãos"em homenagem a eles. Na Bahia se celebra oferecendo caruru, um grande banquete com todas as iguarias da culinária afro baiana cujo o prato rei é o caruru, feito de quiabo, camarão seco e azeite de dendê.
No Rio de janeiro damos doces as crianças. Foi aqui no Rio que eu conheci Franco Cava, irmão gêmeo de Antonio, e juntos escrevemos um samba em homenagem a Cosme e Damião, chamado "saco de doce", que eu gravei no meu segundo cd, "menino buliçoso", cujo vídeo e a letra coloco aqui para todos curtirem e comemorarem os santos gêmeos . Viva são Cosme e Damião!
http://www.youtube.com/watch?v=Swk6l-Qx6Jc
Saco de doce
Letra e música de Ricco duarte e Franco Cava
Sacode sacode que eu quero ver/saco de doce/sacode sacode que eu quero ver/saco de doce/quem vai dar saco de doce/quem vai dar doce de Cosme/ quem vai dar mesa de caruru/ na festa de rua de salvador/ saco de doce só ganha/ quem bate de porta em porta/ quem corre de rua em rua/ quem for criança boa/ ô erê saco de doce tem que ter/ pé de moleque suspiro cocada/ bala de coco paçoca/ peito de moça e muito axé/ sacode sacode que eu quero ver...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

OS LIBRIANOS DA MINHA VIDA!

Hoje o meu pai completaria 87 anos. Morreu cedo, aos 59 anos, sem nunca ter tirado férias. Seu vício era o trabalho e dos treze aos cinquenta e tantos anos, trabalhou sem descanso. Seu Eduardo Gomes Ribeiro Junior, foi o primeiro libriano, dos muitos que eu tive durante a vida, e que equilibraram a minha loucura pisciana, uma hora prá lá, outra prá cá, muitas vezes sem saber para onde ir. Aí então chegava um libriano e me colocava na balança, até eu acalmar.
Logo quando eu nasci, minha mãe engravidou de novo (é, seu Ribeiro não dava trégua) e na nossa casa, morava uma irmã da minha mãe que era solteira e linda. Dona Neuza, nascida em oito de outubro, formaria o par perfeito com o meu pai se não fosse sua cunhada, embora esse grau de parentesco não fosse impedimento nenhum para seu Ribeiro. Dedê, como a chamamos carinhosamente, me adotou de imediato, me deu amor, carinho e a atenção que a irmã dela não soube dar. Por muitos anos julguei ou desejei, ter sido filho dos dois.
Dos cinco irmãos que eu tive, com um e apenas um eu nunca briguei, o meu irmão Lula, libriano de 17 de outubro. Foi ele quem colocou a música na minha vida, me ensinou os acordes dissonantes e afinou musicalmente, a minha vida para sempre. Na minha infância e adolescencia, Lula estava sempre por perto, me protegendo como fazem os irmãos mais velhos com os mais novos. Hoje somos compadres e seguimos mais que irmãos, seguimos amigos e fãs um do outro.
Quando eu cresci  e mudei para o Rio de janeiro, dividi por quase doze anos, o mesmo teto e muitas histórias mais, com outro libriano, o José Celino, nascido em treze de outubro, e carater maior eu nunca vi igual, nem no meu pai.
Tive ainda o Tio Ernani, também de oito de outubro, irmão do meu pai, personagem divertidissimo e que foi o patrocinador do meu primeiro show, no século passado. E também o meu querido primo Augusto Cesar, libra de seis de outubro, Salgueirense como eu, que viveu a vida até a última gota e como meu pai, me chamava de Rico. Eles, Agusto Cesar e meu pai, eram os únicos que me chamavam de rico, nome que adotei profissionalmente mais tarde, acrescentando mais um "c", para ficar mais chic.
Em comum, eles tiveram a paciência de aturar as minhas crises de mau humor e o fato de nunca terem me dito não, nem me negado coisa alguma, fosse um abraço ou palavra de incentivo. Em comum eles tem um senso de humor aguçado, que de certa forma herdei por tanta convivência. Com eles dei as melhores gargalhadas da minha vida e neles, busco a inspiração para encontrar o equilibrio nessa vida louca. Eles são os librianos da minha vida!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

TORNATORE É TORNATO

GIUSEPPE TORNATORE RETORNOU COM MAIS UMA OBRA PRIMA. "BAARIA, A PORTA DO VENTO" É UMA HISTÓRIA AUTOBIOGRÁFICA SOBRE TRES GERAÇÕES DE UMA FAMILIA SICILIANA ENTRE OS ANOS 30 E 70. BAARIA É UMA GÍRIA SICILIANA PARA BAGHERIA, CIDADE ONDE NASCEU O MESTRE TORNATORE. BAARIA É POESIA FILMADA, TEM ROTEIRO EMOCIONANTE E IMAGENS IMPACTANTES. BAARIA TEM MONICA BELLUCCI E A MÚSICA MÁGICA DE ENNIO MORRICONE. NON SI PARLA PIÙ, SE ASSISTE VÁRIAS VEZES. SAÍ DO CINEMA TENTANDO ENCONTRAR A RESPOSTA PARA A PERGUNTA FINAL DO PROTAGONISTA: QUANDO EU ESTAVA SONHANDO, ANTES OU AGORA? QUE GIUSEPPE TORNATORE NOS FAÇA SONHAR PARA SEMPRE. 

domingo, 19 de setembro de 2010

A VISTA FAZ UMA DIFERENÇA...

DIZEM QUE SOU UM FALSO BAIANO SÓ PORQUE NÃO GOSTO DE AXÉ, NÃO COMO ACARAJÉ E SAMBO NO PÉ COMO UM BOM CARIOCA.
MAS EU SOU FILHO DE SÃO SALVADOR DA BAHIA, TERRA DA MAGIA E DO SENHOR DO BOMFIM, QUE DO ALTO DA COLINA SAGRADA, ABENÇOA A BAHIA E OS BAIANOS.
ALGUNS ANOS MAIS TARDE, JÁ BEM CRESCIDINHO E AINDA SAMBANDO MIUDINHO, FUI ADOTADO POR SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO E PELO CRISTO REDENTOR, QUE DO ALTO DO CORCOVADO ABENÇOA DE BRAÇOS ABERTOS, GENTE DE TODOS OS CREDOS E RAÇAS DO MUNDO INTEIRO.
MAS O SANTO É O MESMO, SÓ QUE UM É SENHOR E O OUTRO É REDENTOR.
A ÚNICA DIFERENÇA ENTRE OS DOIS É A VISTA.
E CONVENHAMOS, A VISTA FAZ UMA DIFERENÇA...

http://www.youtube.com/watch?v=Zx74eSOuWHI

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A PÓLVORA E O PAVIO

por Ricco Duarte




VINÍCIUS DE MORAES DESCOBRIU A PÓLVORA
E EU ACENDO O PAVIO:

OS FEIOS
(sejam os de espirito ou por um infeliz cruzamento genético)
QUE SE EXPLODAM!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

ATROPELADO

por Ricco Duarte


é só colocar o pé na rua e pronto
o coração começa a bater acelerado
os olhos giram atentos para cima e para baixo
catando alguém que possa ser o amor da minha vida
adianto os passos
subo e desço escadas
dou voltas inteiras no quarteirão
fingindo alcançar o outro lado da calçada
e assim, atentamente distraído
sonhando com um amor imaginário
termino sempre atropelado
por esse sonho antigo
cada vez que ponho os pés na rua
e atravesso a vida sem olhar pros lados

sábado, 11 de setembro de 2010

ONDE VOCÊ ESTAVA EM 11 DE SETEMBRO DE 2001?


- Ricco, corre aqui na sala, está dando na televisão que estão atacando os Estados Unidos.
Eu estava tomando café, quando o Gustavo chegou à porta da cozinha com esta notícia. Gustavo era um amigo baiano, ator, que dividia comigo um apartamento em Botafogo, onde eu morava. Corri pra frente da TV a tempo de ver o segundo avião atingir a segunda torre. As torres gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque, estavam em chamas. A primeira também tinha sido atingida por um avião de passageiros de uma companhia americana, as informações chegavam confusas e o mundo inteiro estava atônito com aquelas imagens. O país mais poderoso do planeta acostumado a atacar o território inimigo ou não, estava vendo agora, o seu próprio território sob ataque. Quando a poeira baixou, depois que as torres vieram ao chão, fazendo milhares de vitimas fatais, os fatos começaram a se esclarecer. Era o atentado terrorista de onze de setembro, que atingiu também o Pentágono. Eles atacaram de uma só vez, o maior símbolo financeiro do mundo e também, o centro militar da maior e única super potência do planeta até então. Depois daquele dia, o mundo não seria mais o mesmo. O meu primeiro pensamento foi de que a terceira guerra mundial estava começando. A guerra mundial não veio naquele momento, mas os Estados Unidos invadiram primeiro o Afeganistão e depois o Iraque, na tentativa de punir os possíveis culpados por aquele atentado, cujo chefe era um tal de Osama Bin Laden, que não foi encontrado até agora. Os americanos começaram então uma carnificina naquele lado do planeta, prenderam, julgaram e enforcaram o presidente e ditador iraquiano, Sadan Hussein e os seus parceiros, e viram, com os milhões e milhões de dólares gastos naquela missão, na qual perderam a vida também milhares de soldados americanos, a sua economia ir lentamente para o buraco, sob o comando do então presidente George W. Bush. Com o tempo, o nível de desemprego da nação mais poderosa do mundo foi aumentando, e a moeda norte americana começou a desvalorizar em todo o mundo. A médio prazo, ganhar em dólar não seria mais um bom negócio.

"Trecho de um romance que escrevi em 2008, onde relato a minha experiência como músico em navios de cruzeiro de uma companhia americana." 

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SALÁRIOS OFENSIVOS, FALTA DE CARATER E POUCO FUTEBOL

O Brasil é o país do futebol sim e por isso mesmo o torcedor, que paga para ver os jogos seja pela televisão ou lotando os estádios, merece mais respeito. É ofensivo para o povo de um país onde a média salarial é de novecentos reais, ter que aturar que jogadores de futebol, muitos até em início de carreira, recebam por mes duzentos, quatrocentos, setecentos mil reais, como é o caso do pangaré centro avante do Fluminense, o Fred. Esse Fred nunca me enganou, com aquela cara de comediante mineiro, não corresponde em campo nem a décima parte do salário que ganha. O Fluminense é muito maior do que qualquer jogador, mesmo o Conca, que é um exemplo de profissional, que não se contunde e que a quase dois anos carrega esse time nas costas.
Temos visto exemplos recentes de verdadeiros marginais, analfabetos, que da noite para o dia ficam milionários com o futebol e depois vão parar nas páginas policiais. Todos sabem dentro e fora das Laranjeiras que o Fred é um tremendo mau carater, beberrão, egoista, que adora noitadas e que está se lixando para o futebol, para a torcida e para o clube. Fora Fred! O Fluminense não precisa de você. O Fluminense não precisa de um jogador que não joga, que vive se machucando, que não se cuida e que não respeita a história de um dos maiores clubes do futebol brasileiro. O que você precisa é de um tratamento psicológico para curar esse ciúme doentio que você tem até da sua sombra. O que você não aguenta é ver outros brilharem mais do que você. A torcida não suporta mais ser enrolada. Faz as malas e cai fora.  

terça-feira, 7 de setembro de 2010

AS MARGENS DO IPIRANGA

Era apenas um riacho, local ermo, distante de tudo e de todos, exceto da imaginação de outro Pedro, o Américo, que mais tarde documentou o fato, com suas pinceladas geniais. O fato é que o Brasil, grande demais para ser administrado pela coroa portuguesa, que catorze anos antes  havia por aqui se instalado escapando da ira de Napoleão, e que aquela altura, catorze anos depois, devia milhões aos seus protetores ingleses, ganhou aparentemente no grito, a tão sonhada independencia, pela qual tantos deram as suas vidas. De quebra porém, ganhamos também de herança toda a divida que Portugal tinha com a Inglaterra e um Imperador mulherengo e festeiro, que ao levantar a sua espada para o alto, antes de dar o seu grito, malandramente já sabia muito bem a resposta, independencia é claro, pois por uma herança genética lusitana, nunca fomos chegados a uma briga e morte é uma palavra que temos verdadeiro horror. E assim seguimos errantes a mercê de políticos, igualmente corruptos, mulherengos e malandros, que faz dessa pátria, a mãe gentil de quem gritar mais alto, seja nas margens do Ipiranga ou na marginal do Tietê.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A PENSÃO DA TIA MARIA

Em tempos de lei sêca, o brasileiro se vira como pode. Eu bebo palavras mas também bebo minhas cervejinhas, principalmente antes de uma partida de futebol. Mas agora existe uma lei que proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoolicas, duas horas antes dos jogos no Maracanã, num raio de duzentos metros no entorno do estádio. Ontem, o jogo foi contra o Palmeiras e quando eu desembarquei na estação do metro já estava morrendo de sede. Eram oito e dez da noite e o jogo começaria as dez, portanto a venda de cerveja já estava suspensa. Até que perguntando aqui e ali, alguém me indicou a pensão da tia Maria, na rua tal etecetera e tal. Passei pelo portão da tal pensão duas vezes sem desconfiar que era ali que se vendia cerveja, quando resolvi perguntar ao senhor que estava na porta se ele conhecia a tal pensão, ele sorriu amarelo e me disse que era ali mesmo, mas não havia me dito antes porque pensava que eu era fiscal. Nesse momento chegam dois tricolores uniformizados cumprimentam o senhor  e entram na casa na maior intimidade. O senhor então falou prá mim, vai lá, é lá nos fundos. Para se chegar aos fundos passa-se primeiro por uma sala e depois, por uma passagem lateral, chega-se a um corredor estreito e escuro. Cheguei a pensar que fosse uma boca de fumo, mas não, o corredor desemboca em um pátio ao ar livre, onde outros tricolores já estavam as escuras, bebericando a suas cervejinhas e beliscando os pasteizinhos da Tia Maria, uma senhorinha muito simpática mas flamenguista. Me juntei àquele grupo clandestino e em poucos minutos o local estava repleto de tricolores, felizes, como se fossemos adolescentes subvertendo a ordem paterna. Isso mesmo, nunca pensei que a esta altura do campeonato eu teria que beber escondido. Depois de matar a sede fui ao jogo com a minha cara de fiscal da prefeitura, devidamente abastecido de cevada, ver o Fluminense mais uma vez decepcionar a sua fanática e linda torcida, cedendo o empate nos acrécimos da partida. Ainda bem que a Tia Maria, salvou a noite com suas cervejinhas geladissimas  e seus pastézinhos feitos na hora, pois o time do flu estava mais para um bando saído da casa da mãe Joana.