Um dos sambistas mais consagrados, Wilson Batista, que neste ano de 2013 comemora o seu centenário, deixou mais de 500 sambas, gravados pelos maiores cantores da primeira metade do século passado e também, mais recentemente, por João Gilberto e Emílio Santiago. Na década de trinta, protagonizou com o grande Noel Rosa, uma duelo de bambas. Wilson compôs um samba (Lenço no pescoço), onde identificava o sambista como um malandro, no que foi contestado por Noel, que respondeu compondo "Rapaz folgado". Essa polêmica rendeu bons sambas, um sempre contestando o ponto de vista do outro. A polêmica está aqui representada no samba de Wilson, "Frankenstein da Vila", um golpe baixo na vaidade do poeta da Vila, que viria a falecer um ano depois. Viva o samba! Viva o centenário de Wilson Batista!.
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quinta-feira, 4 de julho de 2013
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
BEIJA-GLOBO, A VERGONHA DO CARNAVAL
Estava eu na segunda feira de carnaval, no setor 4 do sambódromo do Rio de janeiro, para prestigiar as queridas São Clemente e Vila Isabel, primeira e última escola a desfilar naquela noite. Para meu espanto, logo no carro abre alas da escola da Zona sul, vinha o Boni e a sua esposa, se esbaldando, já que o enredo era sobre as novelas da Rede Globo.
Pensei com os meus botões: "O carro abre alas está horroroso, mas como o Boni está ali, das duas uma, ou a São Clemente não cai ou o desfile vai melhorar daqui para o final". Deu a primeira opção. O desfile Clementiano foi patético. Além do samba ruim, a escola estava pobre, inacabada e desanimada, mas quem caíu foi a pobre da Inocentes de Belfort Roxo, que fez um desfile profissional e correto. A Beija-flor de Nilópolis na sua sêde insaciável de vencer sempre e nem sempre justamente, vendo que o caminho era esse, já anunciou "BONI PARA O ENREDO DO ANO QUE VEM". Li essa notícia no Globo online e quando tentei postar um comentário, lá estava a advertência: "essa notícia não permite mais comentários". Tudo bem, então vamos ver o que disse quem conseguiu comentar. Aí me deparei com apenas quatro comentários que transcrevo abaixo e que retratam melhor o meu sentimento. Gente, quem é o Sr. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho para ser enredo de escola de samba? O que ele fez de bom para o Brasil? Chega desse pensamento de "quem manda aqui sou eu" tão bem retratado na fisionomia carrancuda do diretor de carnaval da Beija-flor, o Sr. Laíla, que se esconde atrás daquela cara fechada, machista, ameaçadora e dos colares e guias ostensivos de Umbada, para intimidar a quem? Será que agora vamos ter que aturar uma ditadura no carnaval? Chega de protecionismos e farsas Globais. Carnaval é alegria e o samba até então, é a manifestação mais democrática do povo brasileiro. Abaixo, os únicos quatro comentários permitidos pelas organizações Globo. "Viva a imprensa livre".
• Aragorn- 14/02/13 - 15:28
sugiro para alguma outra escola de desenvolver o enredo R.O.B.E.R.T.O M.A.R.I.N.H.O
- Aragorn
14/02/13 - 15:27
vamos pular o carnaval de 2014, que será da beija globo, e vamos direto para a disputa de 2015
- Francisco Perdomo
14/02/13 - 12:49
Boni na beija em 2014? A Comissão de frente deve ter bandejas de prata com cocaína.
- Luiz Oliveira
14/02/13 - 07:54
Boni na Beija-Flor em 2014?? Se eu fosse presidente das outras escolas nem desfilava, já dava o título para a Beija-Flor, assim como todos os Estandartes de Ouro. Ou alguém tem dúvida de quem vencerá o próximo carnaval?
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
E A EMOÇÃO FLORESCEU...
Em uma noite cheia de tropeços e que teve até um "samba-frevo", esperamos até quase o amanhecer para enfim soltar o grito de "é campeã!"
A Vila Isabel foi absoluta. Embalada pelo samba maravilhoso de Martinho da Vila, Arlindo Cruz e parceiros, a escola de Noel, contou a história do Brasil rural, botou água no feijão, fez o público delirar e aplaudir de pé o colorido e perfeito carnaval de Rosa Magalhães.
A São Clemente abriu a noite com as novelas da Globo e fez um desfile desanimado, cheio de erros, alas vazias e carros inacabados. A Mangueira perdeu para ela mesma. Homenageou Cuiabá lindamente, mas exagerou nas longas paradinhas das suas duas baterias, errou na evolução, na harmonia e atrasou 6 minutos. A Beija Flor contou a história do cavalo e a Imperatriz falou do Pará, mas ambas abriram enormes buracos durante o desfile. A Grande Rio falou do petróleo, seus benefícios e danos, mas o samba aceleradíssimo, quase um frevo, pode tirar o tão sonhado título da escola de Caxias, que correu do início ao fim. No final, a emoção floresceu e a Vila saiu da avenida aclamada pelo público, que cantou feliz: "Vila, chão da poesia, celeiro de bambas."
domingo, 6 de janeiro de 2013
VILA, CHÃO DA POESIA!
"De noite vai ter cantoria e está chegando o povo do samba
É a Vila, chão da poesia, celeiro de bamba."
(Martinho da Vila, Arlindo Cruz e parceiros)
Dizem que um bom samba é meio caminho andado para ganhar o carnaval. Pode ser, o certo é que só por esses versos, o samba da Vila Isabel já se credencia a ganhar o estandarte de ouro de melhor samba enredo de 2013. Bambas como Martinho e Arlindo se uniram e fizeram um samba que contagia e faz o povo sorrir. Ontem no ensaio de quadra da Vila Isabel, pude ver, salgueirenses, portelenses e torcedores de outras escolas, cantando a plenos pulmões esse samba feliz, que fala do Brasil rural, de forte identidade popular e que pode levar a escola de Vila Isabel a mais um título.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
A FALTA DE INSPIRAÇÃO DOS SAMBAS ENREDO DE 2013
Já vai longe o tempo em que os sambas de enredo das escolas de samba do Rio de janeiro ficavam na história. Em 2013 a coisa vai estar prá lá de chata, e a chatice já começa na escolha do enredo. No rastro dos enredos patrocinados vai ter escola que vai homenagear a super animada Coréia do sul e a cheia de molejo Alemanha, vai cair no samba da Unidos da Tijuca. A Mangueira vai homenagear Cuiabá e levará para a avenida o pior samba de todos os tempos, que já começa assim: "Dai-me inspiração oh pai!". O resto do samba faz jus a primeira sílaba da cidade homenageada. A Mocidade vai falar do Rock in Rio, a Imperatriz falará do Pará e até o "Pré sal" vai cair no samba lá na Grande Rio. O cavalo também será homenageado, na Beija Flor, cujo o samba é uma repetição do que a escola sempre apresenta.
A querida União da Ilha escolheu o melhor enredo, e homenageará Vinícius de Moraes no ano do centenário do poeta, mas o samba escolhido deve estar fazendo o Vinícius se revirar na tumba. A super simpática São Clemente, falará das novelas da Rede Globo e optou por juntar dois sambas concorrentes, o que resultou em uma parceria de sete compositores, coisa normal no mundo do samba. O curioso é que apesar de batido, o resultado final tem apelo popular e pode até funcionar na avenida.
Salvam-se portanto os sambas da Vila Isabel, do Salgueiro e o bonito samba da Portela. A Vila "canta o Brasil, celeiro do mundo" e a parceria de Martinho da Vila com Arlindo Cruz deu super certo, o samba ficou redondo e vai levantar a avenida. O meu Salgueiro trará o enredo "Fama" e o Marcelo Motta e parceiros acertaram a mão mais uma vez, com um samba cheio de suíngue, que se não chega a ser genial é pelo menos diferente da mesmice dos demais. A Portela fala de Madureira, terra de bambas e não poderia errar, Wanderley Monteiro e parceiros mandam "abrir a roda que chegou Madureira e a poeira já vai levantar". Certamente um desses três sambas levará o Estandarte de ouro, mas ainda estão longe de entrar para história.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
NOEL DEVE ESTAR RINDO À TOA...
Samba não ganha carnaval, mas é meio caminho andado. Ao longo da história dos desfiles das escolas de samba do Rio de janeiro, temos visto, principalmente na era sambódromo, de 1984 para cá, que um bom samba, daqueles que levantam a arquibancada e faz o povão cantar junto, empolga e leva a escola para as cabeças, que o diga o Salgueiro de 1993 com o ”explode coração”, que virou um hit nacional e acabou com um jejum de 17 anos sem títulos, da vermelho e branco da Tijuca. Nos últimos anos, o “Soy loco por ti America”, da Vila Isabel em 2006, é outro bom exemplo de que um bom samba é meio caminho andado, pois acabou dando à Vila o título daquele ano. A mesma Vila Isabel que neste ano de 2010, faz uma belíssima homenagem ao seu poeta maior, Noel Rosa, e vai levar para a avenida uma obra prima do Martinho da Vila, um samba moderno, sem rimas e refrões óbvios, de melodia e poesia impecáveis, e que no ensaio técnico do último domingo, já mostrou que vai dar o que falar, pois não só caiu na boca do povo, como nas graças dos componentes da escola. O curioso é que este é o único samba da safra de 2010 que não tem parceria. Algumas escolas chegaram ao absurdo de juntar dois sambas em um só, gerando uma parceria de doze e dez pessoas, como é o caso da Grande Rio e da União da Ilha, respectivamente, e que resultou em sambas pobres e confusos, como a maioria dos sambas de enredo deste ano, com exceção apenas aos sambas da Porto da pedra e da Viradouro, ambos os sambas escritos "apenas" por tres compositores. A Vila não, precisou apenas de um gênio para homenagear outro, numa prova inequívoca de que quantidade não é qualidade. Abrindo uma exceção, transcrevo abaixo a poesia do Martinho, pois Noel deve estar rindo à toa pelas ruas de Vila Isabel.
Vila isabel 2010.
Compositor: Martinho da Vila
Se um dia na orgia me chamassem
Com saudades perguntassem
Por onde anda Noel
Com toda minha fé responderia
Vaga na noite e no dia
Vive na terra e no céu
Seus sambas muito curti
Com a cabeça ao léu
Sua presença senti
No ar de Vila Isabel
Com o sedutor não bebi
Nem fui com ele a bordel
Mas sei que está presente
Com a gente neste laurel
Veio ao planeta com os auspícios de um cometa
Naquele ano da Revolta da Chibata
A sua vida foi de notas musicais
Seus lindos sambas animavam carnavais
Brincava em blocos com boêmios e mulatas
Subia morros sem preconceitos sociais
Foi um grande chororô
Quando o gênio descansou
Todo o samba lamentou
Ô ô ô
Que enorme dissabor
Foi-se o nosso professor
A Lindaura soluçou
E a Dama do Cabaré não dançou
Fez a passagem pro espaço sideral
Mas está vivo neste nosso carnaval
Também presentes Cartola
Araci e os Tangarás
Lamartine, Ismael e outros mais
E a fantasia que se usa
Pra sambar com o menestrel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
Vila isabel 2010.
Compositor: Martinho da Vila
Se um dia na orgia me chamassem
Com saudades perguntassem
Por onde anda Noel
Com toda minha fé responderia
Vaga na noite e no dia
Vive na terra e no céu
Seus sambas muito curti
Com a cabeça ao léu
Sua presença senti
No ar de Vila Isabel
Com o sedutor não bebi
Nem fui com ele a bordel
Mas sei que está presente
Com a gente neste laurel
Veio ao planeta com os auspícios de um cometa
Naquele ano da Revolta da Chibata
A sua vida foi de notas musicais
Seus lindos sambas animavam carnavais
Brincava em blocos com boêmios e mulatas
Subia morros sem preconceitos sociais
Foi um grande chororô
Quando o gênio descansou
Todo o samba lamentou
Ô ô ô
Que enorme dissabor
Foi-se o nosso professor
A Lindaura soluçou
E a Dama do Cabaré não dançou
Fez a passagem pro espaço sideral
Mas está vivo neste nosso carnaval
Também presentes Cartola
Araci e os Tangarás
Lamartine, Ismael e outros mais
E a fantasia que se usa
Pra sambar com o menestrel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
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