Nas minhas andanças pelo mundo, tive a oportunidade de conhecer, Sydney e Atenas, duas cidades que sediaram os jogos olímpicos e paralímpicos, em 2000 e 2004, respectivamente. Quando desembarquei em Sydney em 2012, a minha primeira e definitiva impressão foi: “O futuro já chegou por aqui”. Tudo limpo, organizado, o povo tranquilo e feliz. A Australia é um exemplo de prosperidade. Não existe pobre, nem tampouco miserável. Tudo funciona a contento, saúde, educação, segurança. Todos moram bem e os pouquíssimos desempregados, são mantidos pelo governo com o mínimo de dignidade. Conversando com alguns moradores de Sydney, eles me disseram que a cidade se transformou no que é, depois dos jogos de 2000, que aquele era um legado dos jogos e que todas as obras de infraestrutura que foram realizadas, foram mantidas e melhoradas com o tempo. Imediatamente me lembrei de Atenas, que eu havia visitado em 2008, e foi uma das minhas maiores decepções como viajante. A Grécia àquela altura, já estava entrando na sua mais profunda crise econômica. O parque Olímpico então, já estava em estado de abandono, como pude comprovar na noite passada, assistindo a um especial no SporTV3, onde os campeões olímpicos de vôlei de praia, Ricardo e Emanuel, visitavam a capital grega, dez anos depois da conquista do ouro pela dupla. Agora está ainda pior. Tudo completamente abandonado. As instalações olímpicas invadidas pelo mato. Nenhum legado restou nem para o país, nem para a cidade sede. Conhecendo o Brasil e o histórico de corrupção do governo que está aí, e da parceria que o governo do Rio de janeiro tem com o governo federal, alerto que devemos ficar de olho desde já, para que não aconteça o que aconteceu com a Copa do mundo por exemplo, quando as obras, além de não terem sido entregues no prazo, foram entregues incompletas e superfaturadas, e muitas obras de infraestrutura, sequer foram terminadas. Daqui a alguns anos saberemos o que o Rio de janeiro vai escolher ser, Sydney ou Atenas? Porque o Brasil já escolheu ser a Grécia.
