PARA ENCERRAR FEVEREIRO VAI AQUI UMA ADVERTÊNCIA:
"QUEM NÃO SE DIVERTIR NESTE MUNDO
NO OUTRO SERÁ ADVERTIDO"
domingo, 28 de fevereiro de 2010
sábado, 27 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
FILHOS AO VENTO
DEFEITO DO TEU DEFEITO
GENÉTICAMENTE IMPERFEITO
POR TI CONCEBIDO E DESFEITO
BÊBADO DO LEITE DO TEU PEITO
ALMA DA TUA ALMA
LEITO DO TEU RIO SEM CALMA
ONDE O PRANTO DESÁGUA
EM DOR E MÁGOA
E O SUOR ENXÁGUA
AS MARCAS DA DESARMONIA
LUTAS QUE FUI VENCENDO
DIA APÓS DIA
AGORA EU TE CONFISCO AS ARMAS
JOGO FORA AS BALAS
E TE ENTREGO AO TEMPO
PARA QUE NÃO DISPARES MAIS
FILHOS AO VENTO
GENÉTICAMENTE IMPERFEITO
POR TI CONCEBIDO E DESFEITO
BÊBADO DO LEITE DO TEU PEITO
ALMA DA TUA ALMA
LEITO DO TEU RIO SEM CALMA
ONDE O PRANTO DESÁGUA
EM DOR E MÁGOA
E O SUOR ENXÁGUA
AS MARCAS DA DESARMONIA
LUTAS QUE FUI VENCENDO
DIA APÓS DIA
AGORA EU TE CONFISCO AS ARMAS
JOGO FORA AS BALAS
E TE ENTREGO AO TEMPO
PARA QUE NÃO DISPARES MAIS
FILHOS AO VENTO
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
NUNCA SE SABE O QUE VEM PELA FRENTE
Ela era uma mulher esbaforida, sempre atrapalhada com os seus múltiplos afazeres, pois para ela, o bom mesmo era fazer mil coisas ao mesmo tempo, desde que meninozinho, seu gato de estimação, se atirou pela janela e levou com ele o seu último namorado, que na tentativa de segurar o gato pelo rabo, também escorregou pela janela, oito andares abaixo, bem diante do seu nariz, na sala do seu apartamento, como se tivessem combinado os dois, agora! um, dois, tres, já! Desde então, ela decidiu pensar e fazer mil coisas ao mesmo tempo, para se esquecer do tempo e daquele dia em que ela se viu privada de seus dois grandes amores para sempre, meninozinho e o seu último namorado.
Lá se vão doze para treze anos que ela se via nessa constante agitação diária. Se tinha que passar a roupa, o fazia já pensando na hora que teria que ir para o curso de corte e costura e no telefonema que teria que dar para a mãe para lembrar-lhe de não esquecer de tomar os remédios. Ao mesmo tempo preparava o almoço pensando no que iria comer à noite e na manhã seguinte, no café da manhã. Se ia ao banheiro usar o vaso, já aproveitava para escovar os dentes e comia vendo televisão, trabalhando no computador e fazendo as unhas, tudo ao mesmo tempo. Se ia à caça, partia pronta, armas em punho, vestida para matar, ou para se safar, a sua bolsa estava sempre cheia, camisinhas com espermicida, spray de pimenta, tesourinha de unha e outra cirúrgica, que roubara da casa da irmã médica há anos e que cortava tudo com mais facilidade, pois era cirúrgica afinal, um rolo de papel higiênico, uma calcinha reserva, boné, toalha de praia, uma meia peruca ruiva, para o caso de precisar disfarçar a identidade, e uma fantasia de baiana, que era a sua fantasia favorita, dar pro primeiro que aparecesse, vestida de baiana do acarajé, de modo que quando ela saia pra caçar, levava o tabuleiro inteiro.
Nunca se sabe o vem pela frente, pensava ela entre os seus mil e um pensamentos diários. Ela não tinha mais família, lhe restou apenas uma mãe doente e meio surda,que tomava remédios para controlar a pressão, o colesterol, a tireóide, a diabetes, a puta que pariu. Ela fazia questão de controlar os horários de toda essa farmácia ambulante, que a pobre mãe viúva carregava vida a fora e sabia de cor e salteado, a posologia de cada um deles. Antes de se deitar ela ligava pra mãe, que morava no apartamento ao lado e passava a limpo todo aquele arsenal.
- Mamãe, a senhora tomou as pílulas das quinze horas hoje? e as das 22 mamãe? lembre-se de que as das 23:30 a senhora tem que tomar com leite, pra não atacar a úlcera ouviu bem?
Amanhã... bem, amanhã tudo de novo, lavar, passar, escovar, limpar, corte e costura, cozinhar, computar, telefonar pra aqui, pra ali, pra acolá, ver todos os filmes da tv, dez minutos de cada um e sempre com o rádio ligado ou com o cd no repeat, tocando a mesma música, sem esquecer de dar uma passadinha por todos os programas de fofoca da tarde, tudo ao mesmo tempo e agora e ainda se desse, arrumava um tempinho pra ver se encontrava alguém que quisesse comer o seu acarajé. Fazia tempos que ela não dava pra ninguém vestida de baiana, a última vez foi pra um motorista de taxi que ela pegou na Praça da Sé e levou o sujeito lá pros lados da Ribeira e ali mesmo, dentro do taxi, ela trocou de roupa e deu como uma desesperada, toda paramentada, com seus colares, pulseiras e balangandãs, pra aquele taxista gordo, cheirando a alho. Ela já tinha dado pro porteiro na escada do prédio, pro carteiro, pro entregador de água, mas tudo rápido sem conversa, sem fantasia de baiana, que é quando ela se sentia poderosa, por cima de todas aquelas saias rodadas, metida naquele turbante ordinário e amarelecido pelo tempo. Era assim que ela gostava de dar, vestida de baiana.
Nunca se sabe o que vem pela frente. Ela, que perdera a única irmã vítima de bala perdida, que viu o seu gato de estimação e o seu último namorado sumirem janela abaixo, no mesmo dia, hora e local, ela que só tinha uma mãe surda e medicamentosa, ela que estava aposentada há quatro anos, mas que vivia ocupada com mil e um afazeres, pensando em mil coisas ao mesmo tempo, ela que pensava em tudo, jamais poderia imaginar que naquela manhã de domingo fosse dar de cara com o amor da sua vida. Logo naquela manhã, quando ela estava desprevenida, sem spray, sem camisinha, sem fantasia de baiana, justo naquela manhã e daquela maneira, ela deu de cara com Altair.
Logo que acordou, com o primeiro cocorocó das galinhas, ela saiu para comprar pão e leite na padaria da esquina, jogo rápido, pois teria que voltar imediatamente, para ligar pra mamãe, lembra-lhe dos remédios, botar a água do café pra ferver, ligar o rádio, o som, a tv, o computador, etc, etc, portanto não podia demorar. Foi quando ela tropeçou em Altair, um rapaz forte, moreno alto, de voz aveludada, na fila do caixa da padaria, enquanto ela pensava em mil coisas. Altair se aproximou e disse quase ao pé do ouvido dela:
- A senhora se esqueceu de amarrar o tênis, pode tropeçar e cair se não tomar cuidado.
Em seguida, antes que ela lhe agradecesse, que lhe dissesse que estava pensando em mil coisas, que estava com pressa e nem reparara em amarrar o tênis, Altair se abaixou e o fez, de forma delicada e firme, depois a convidou para dar uma volta na praia com ele, para aproveitar o sol da manhã e em seguida, sem dar tempo para ela responder, Altair se ofereceu para segurar as bolsas com o pão e o leite que ela acabara de comprar. Eram seis e trinta de uma manhã de domingo começando a ensolarar, a cidade sequer despertara do seu sono de sábado e estava praticamente deserta, quando ela e Altair atravessaram a avenida da praia, olhos nos olhos, hipnotizados por aquele encontro inesperado, ela pensando em mil coisas ao mesmo tempo, ele atento àquele par de tenis que acabara de amarrar, os dois entrelaçados por seus pensamentos, não perceberam um caminhão de entregas que entrou pela avenida desgovernado, na contramão, em alta velocidade, e levou ela e Altair para o andar de cima, numa manhã de domingo que estava apenas começando. Nunca se sabe o que vem pela frente.
Lá se vão doze para treze anos que ela se via nessa constante agitação diária. Se tinha que passar a roupa, o fazia já pensando na hora que teria que ir para o curso de corte e costura e no telefonema que teria que dar para a mãe para lembrar-lhe de não esquecer de tomar os remédios. Ao mesmo tempo preparava o almoço pensando no que iria comer à noite e na manhã seguinte, no café da manhã. Se ia ao banheiro usar o vaso, já aproveitava para escovar os dentes e comia vendo televisão, trabalhando no computador e fazendo as unhas, tudo ao mesmo tempo. Se ia à caça, partia pronta, armas em punho, vestida para matar, ou para se safar, a sua bolsa estava sempre cheia, camisinhas com espermicida, spray de pimenta, tesourinha de unha e outra cirúrgica, que roubara da casa da irmã médica há anos e que cortava tudo com mais facilidade, pois era cirúrgica afinal, um rolo de papel higiênico, uma calcinha reserva, boné, toalha de praia, uma meia peruca ruiva, para o caso de precisar disfarçar a identidade, e uma fantasia de baiana, que era a sua fantasia favorita, dar pro primeiro que aparecesse, vestida de baiana do acarajé, de modo que quando ela saia pra caçar, levava o tabuleiro inteiro.
Nunca se sabe o vem pela frente, pensava ela entre os seus mil e um pensamentos diários. Ela não tinha mais família, lhe restou apenas uma mãe doente e meio surda,que tomava remédios para controlar a pressão, o colesterol, a tireóide, a diabetes, a puta que pariu. Ela fazia questão de controlar os horários de toda essa farmácia ambulante, que a pobre mãe viúva carregava vida a fora e sabia de cor e salteado, a posologia de cada um deles. Antes de se deitar ela ligava pra mãe, que morava no apartamento ao lado e passava a limpo todo aquele arsenal.
- Mamãe, a senhora tomou as pílulas das quinze horas hoje? e as das 22 mamãe? lembre-se de que as das 23:30 a senhora tem que tomar com leite, pra não atacar a úlcera ouviu bem?
Amanhã... bem, amanhã tudo de novo, lavar, passar, escovar, limpar, corte e costura, cozinhar, computar, telefonar pra aqui, pra ali, pra acolá, ver todos os filmes da tv, dez minutos de cada um e sempre com o rádio ligado ou com o cd no repeat, tocando a mesma música, sem esquecer de dar uma passadinha por todos os programas de fofoca da tarde, tudo ao mesmo tempo e agora e ainda se desse, arrumava um tempinho pra ver se encontrava alguém que quisesse comer o seu acarajé. Fazia tempos que ela não dava pra ninguém vestida de baiana, a última vez foi pra um motorista de taxi que ela pegou na Praça da Sé e levou o sujeito lá pros lados da Ribeira e ali mesmo, dentro do taxi, ela trocou de roupa e deu como uma desesperada, toda paramentada, com seus colares, pulseiras e balangandãs, pra aquele taxista gordo, cheirando a alho. Ela já tinha dado pro porteiro na escada do prédio, pro carteiro, pro entregador de água, mas tudo rápido sem conversa, sem fantasia de baiana, que é quando ela se sentia poderosa, por cima de todas aquelas saias rodadas, metida naquele turbante ordinário e amarelecido pelo tempo. Era assim que ela gostava de dar, vestida de baiana.
Nunca se sabe o que vem pela frente. Ela, que perdera a única irmã vítima de bala perdida, que viu o seu gato de estimação e o seu último namorado sumirem janela abaixo, no mesmo dia, hora e local, ela que só tinha uma mãe surda e medicamentosa, ela que estava aposentada há quatro anos, mas que vivia ocupada com mil e um afazeres, pensando em mil coisas ao mesmo tempo, ela que pensava em tudo, jamais poderia imaginar que naquela manhã de domingo fosse dar de cara com o amor da sua vida. Logo naquela manhã, quando ela estava desprevenida, sem spray, sem camisinha, sem fantasia de baiana, justo naquela manhã e daquela maneira, ela deu de cara com Altair.
Logo que acordou, com o primeiro cocorocó das galinhas, ela saiu para comprar pão e leite na padaria da esquina, jogo rápido, pois teria que voltar imediatamente, para ligar pra mamãe, lembra-lhe dos remédios, botar a água do café pra ferver, ligar o rádio, o som, a tv, o computador, etc, etc, portanto não podia demorar. Foi quando ela tropeçou em Altair, um rapaz forte, moreno alto, de voz aveludada, na fila do caixa da padaria, enquanto ela pensava em mil coisas. Altair se aproximou e disse quase ao pé do ouvido dela:
- A senhora se esqueceu de amarrar o tênis, pode tropeçar e cair se não tomar cuidado.
Em seguida, antes que ela lhe agradecesse, que lhe dissesse que estava pensando em mil coisas, que estava com pressa e nem reparara em amarrar o tênis, Altair se abaixou e o fez, de forma delicada e firme, depois a convidou para dar uma volta na praia com ele, para aproveitar o sol da manhã e em seguida, sem dar tempo para ela responder, Altair se ofereceu para segurar as bolsas com o pão e o leite que ela acabara de comprar. Eram seis e trinta de uma manhã de domingo começando a ensolarar, a cidade sequer despertara do seu sono de sábado e estava praticamente deserta, quando ela e Altair atravessaram a avenida da praia, olhos nos olhos, hipnotizados por aquele encontro inesperado, ela pensando em mil coisas ao mesmo tempo, ele atento àquele par de tenis que acabara de amarrar, os dois entrelaçados por seus pensamentos, não perceberam um caminhão de entregas que entrou pela avenida desgovernado, na contramão, em alta velocidade, e levou ela e Altair para o andar de cima, numa manhã de domingo que estava apenas começando. Nunca se sabe o que vem pela frente.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
COCAÍNA
NOITES EM CLARO
DIAS DE ESCURIDÃO
RUÍNA DA ALMA
DERROTA DO CORPO
HORAS DE SOLIDÃO
DESESPERO
MENTIRA
DEPRESSÃO
AVE QUE NÃO VOA
COCAÍNA
PÁGINAS EM BRANCO
NA VIDA DE QUALQUER PESSOA
DIAS DE ESCURIDÃO
RUÍNA DA ALMA
DERROTA DO CORPO
HORAS DE SOLIDÃO
DESESPERO
MENTIRA
DEPRESSÃO
AVE QUE NÃO VOA
COCAÍNA
PÁGINAS EM BRANCO
NA VIDA DE QUALQUER PESSOA
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
MEU ÚNICO BEM
A música não é o meu único bem, é um dom que Deus me deu e só ele pode me tirar, quando eu me for. Mas a ela devo tudo que eu tenho. Minha casa, minhas alegrias e tristezas, meus amigos e inimigos, minhas andanças pelo mundo, meus amores e desamores, enfim, minha vida. Mas já a algum tempo, o meu pau não levanta mais para música como antigamente. Crise de um casamento que o tempo tentou consumir, como qualquer outro casamento em crise. Então comecei a pensar em desistir da música para me dedicar a outras coisas. E fui ficando cada vez mais infeliz e triste, pois se tem uma coisa difícil nessa vida, é você tentar se separar do seu grande amor. O tempo, os amigos e horas de auto análise me fizeram perceber no entanto, que é possível conciliar atividades, pois no mundo globalizado de hoje, tudo está interligado.
Então resolví publicar aqui, em homenagem aos meus sinceros amigos que insistem para que eu siga fazendo música, a letra de "Meu único bem" gravada por mim nos cds, "Menino buliçoso"e "Bossanova blue".
Meu único bem
Letra e música de Ricco Duarte
A Cordilheira dos Andes
A muralha da China
O muro de Berlim
A cerca do quintal
A porta do seu quarto
A colcha de cetim
O mundo inteiro ardendo em brasas
Meu coração batendo asas
Nada vai separar você de mim
Musa
Música
Meu único bem
Nunca
Ninguém
Conseguirá nos separar
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
AFINAL DEU PAULO BARROS!!!!
Em 2004 eu estava no setor três do sambódromo, quando a Tijuca começou a cantar o seu samba. A letra dizia o seguinte: "com a Tijuca campeã do carnaval". Eu, que estava cansado da mesmice das escolas que já haviam passado, pensei comigo: Que ousadia colocar na letra do samba que a Tijuca vai ser campeã do carnaval. E então levantei para ver o que vinha. O que eu vi foi uma escola que estava ali, em 2004, revolucionando o carnaval carioca. O nome do revolucionário: "Paulo Barros". Naquele ano ele usava a cor "cobre" logo no abre alas, que era uma réplica da máquina do tempo e esta cor, discretamente, variava para outros tons pastéis, resultando em uma harmonia de cores inédita e maravilhosa, jamais vista na história do sambódromo, sem falar nas alegorias e nas fantasias super criativas. Foi o carnaval do DNA, que apontava para o futuro. Como a Tijuca não era uma escola de tradição ( leia-se de dinheiro), ganhou a Beija flor, fato que se repetiu em 2005, com a Tijuca ficando em segundo dois anos seguidos. Anos se passaram e a justiça foi feita. Paulo Barros afinal é o campeão do carnalval carioca, com o atualíssimo enredo, "É segredo", desbancando com sobra de décimos, as demais concorrentes. Viva Paulo Barros! Viva a magia da vida! Viva o samba!, Viva o carnaval carioca!
PRÁ TUDO SE ACABAR NA QUARTA FEIRA
NO CARNAVAL DOS BANHEIROS QUÍMICOS
IMUNDOS,VENCEU A IRREVERÊNCIA DO POVO BRASILEIRO DO RIO DE JANEIRO, QUE NÃO PERDEU O REBOLADO.
XÔ!!! AO CHEIRO DE XIXI DA DESPREPARADA GUARDA MUNICIPAL. XÔ AO GAROTO QUE BRINCA DE SER PREFEITO E AO LIXO QUE VIROU O METRÔ CARIOCA, COM POUCOS CARROS PARA O EXCESSIVO NÚMERO DE FOLIÕES.
E A MISS SIMPATIA.
E OS "LINDOS HABBIBS" É CLARO.
ANO QUE VEM TEM MAIS.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
CAIAM NA FOLIA!
Nesses dias momescos não deixem por menos, caiam na folia, deixem o carro em casa e bebam com moderação, beijem muuuito na boca e se a coisa esquentar demais, usem camisinha please, e até quarta feira de cinzas. Evoé!
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
CARNAVALESCO NÃO TEM MÃE
Tudo bem que o carnaval é a festa do ridículo, eu mesmo já me submetí a vexames de toda ordem por ser um autêntico folião, mas tudo tem limite. Os carnavalescos das escolas de samba, no afã de fazer bonito na opera do carnaval, se esquecem de que os principais atores desta opera, que são os desfilantes sambistas, devem estar não apenas bem vestidos, mas sobretudo devem se sentir confortáveis dentro das fantasias. Nessa brincadeira, eu me lembro que em 1999, o Sr. Jaime Cezário, então carnavalesco da São Clemente, vestiu a nossa bateria de senadores, e todos fomos obrigados a usar uma casaca de veludo preto em pleno verão carioca de quarenta e tantos graus, consequência, a bateria que é a alma da escola, cansou, atravessou várias vezes e chegou ao cúmulo de parar em pleno desfile. Uma bateria nota dez que naquele ano teve notas baixissimas e a escola foi rebaixada. No Salgueiro em 2007, o enredo era sobre as Candaces, umas guerreiras africanas que o Renato Lage foi descobrir não sei aonde. Desfilei em uma ala que até hoje eu me pergunto o que representava. Eles diziam que éramos Tuaregues, guerreiros do deserto, mas a fantasia era de um mau gosto e de um excesso de panos tal, que foi preciso tres pessoas para me vestir e é claro, depois do desfile, deixei a fantasia lá na dispersão, como fiz no ano de dois mil, no mesmo Salgueiro, quando desfilei de pierrot, cuja gola tinha uns dois metros de diâmetro, o que nos fazia sentir guilhotinados, sem folêgo sequer para cantar o samba. Pra piorar, a minha fantasia, foi se desfazendo em pleno desfile e eu voltei de sunga para casa, com a cara pintada de palhaço. Este ano me convidaram para desfilar na Renascer de Jacarepaguá, uma escola do grupo de acesso que tem apenas cinco anos de vida, mas que no ano passado ficou em segundo lugar e quase subiu para o grupo especial. Este ano eles contrataram o bam bam bam do carnaval carioca, o grande Paulo Barros e lá fui eu com a minha amiga, todo contente, pegar a tal fantasia de pirata na quadra da escola. Pra encurtar a conversa, o nosso luxuoso pirata, desenhado para causar efeito na televisão, é também de veludo preto, e de quebra, ainda seremos obrigados a carregar preso à cintura, um enorme baú, que seria o tesouro do pirata e nas costas, um suposto e enorme papagaio, que mais se parece com uma gárgula. Vestidos desta maneira desconfortável, como é que os carnavalescos querem que sambemos e cantemos o samba com alegria, em pleno calor escaldante desse verão carioca? Desfilar em escola de samba passou a ser ao invés de prazer, uma tortura, o que me leva a crer que carnavalesco não tem mãe, por que se tivesse, seria mais xingada do que mãe de juiz de futebol.
Guerreiro do deserto e pirata do"carilho" é a "PQP"
domingo, 7 de fevereiro de 2010
SALVE O SIMPATIA!
No domingo de carnaval de 1985, eu estava na praia de Ipanema, tristinho, porque era caranaval e eu estava desenturmado numa cidade que eu acabara de chegar. E eu adoro carnaval, principalmente o de rua, onde nos largamos no meio da multidão e brincamos anônimos e somos todos literalmente iguais. Foi quando escutei ao longe, o som de uma bateria que vinha arrastando uma pequena multidão. Não pensei duas vezes, saí correndo em direção ao bloco e me perdi, ou melhor, me encontrei no meio do povo, digo, da burguesia de Ipanema. Era o primeiro desfile do "Simpatia é quase amor", que ontem completou 25 anos de desfile e arrastou milhares de foliões pela Vieira Souto, sob o comando da bateria do Mestre Penha, da qual tive a honra de fazer parte durante anos, tocando tamborim. Ontem eu estava lá de novo, com o meu tamborim. As imagens valem mais do que mil palavras. Salve o simpatia!
Eu e o meu tamborim!
Muito bom: "O simpatia pede passagem ou vale transporte"
Mestre Penha no comando.
A maior concentração por metro quadrado, de gente bonita de todos os generos e cores do planeta!
A irreverência de sempre.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
OS NOMES DOS COMPOSITORES DE SAMBA ENREDO
A safra de 2010, como eu já disse aqui, não é das melhores. É muita gente pra fazer um samba e creio, que é aí que a coisa empobrece, muita gente dando opinião. Mas o que eu mais gosto mesmo, é dos nomes dos compositores de samba enredo. Outro dia vi o Neguinho da Beija flor na televisão, dizendo que estava feliz com o samba escolhido para defender a escola este ano, porque um dos autores, dos cinco que escreveram ou simplesmente deram pitaco, era o compositor mais antigo da escola e que nunca havia ganho um samba em mais de vinte anos de disputa, seu nome? "Picolé da Beija flor". Você já tinha ouvido falar nesse cidadão que há vinte anos disputa e nunca ganha? Nem eu, daí que eu resolví pesquisar e descobrí outras pérolas como: "Brasil do quintal", que ganhou o samba do salgueiro com mais quatro; "Barbeirinho", "Mingau" e "Da lua", que faturaram o samba da Grande rio com mais "nove" parceiros; "Me leva" ganhou na Imperatriz; "Porkinho" na Porto da pedra; "Gugu das candongas"(o meu favorito) e "Barbosão", são dois dos "dez" compositores que faturaram na Ilha do governador; "Marcão R1 e Leandro R1" faturaram com mais tres, lá na Rocinha e perguntar não ofende, o que é R1?; "Da latinha", "Claudinho vagareza" e mais tres, ganharam na Estácio de Sá; e agora o record: "Doutor", "Ditão", "Bolão" e "Macumbinha", foram os campeões na Santa Cruz; "Balinha" e mais alguns faturaram na Caprichosos; "Popeye" e outros tantos no Império serrano; E por fim o fabuloso "Sardinha" com seus cinco parceiros, ganharam na Cubango. Se pelo menos os sambas fossem tão divertidos e criativos, como o nome dos seus autores, o carnaval 2010 seria uma maravilha, mas não são.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
NOEL DEVE ESTAR RINDO À TOA...
Samba não ganha carnaval, mas é meio caminho andado. Ao longo da história dos desfiles das escolas de samba do Rio de janeiro, temos visto, principalmente na era sambódromo, de 1984 para cá, que um bom samba, daqueles que levantam a arquibancada e faz o povão cantar junto, empolga e leva a escola para as cabeças, que o diga o Salgueiro de 1993 com o ”explode coração”, que virou um hit nacional e acabou com um jejum de 17 anos sem títulos, da vermelho e branco da Tijuca. Nos últimos anos, o “Soy loco por ti America”, da Vila Isabel em 2006, é outro bom exemplo de que um bom samba é meio caminho andado, pois acabou dando à Vila o título daquele ano. A mesma Vila Isabel que neste ano de 2010, faz uma belíssima homenagem ao seu poeta maior, Noel Rosa, e vai levar para a avenida uma obra prima do Martinho da Vila, um samba moderno, sem rimas e refrões óbvios, de melodia e poesia impecáveis, e que no ensaio técnico do último domingo, já mostrou que vai dar o que falar, pois não só caiu na boca do povo, como nas graças dos componentes da escola. O curioso é que este é o único samba da safra de 2010 que não tem parceria. Algumas escolas chegaram ao absurdo de juntar dois sambas em um só, gerando uma parceria de doze e dez pessoas, como é o caso da Grande Rio e da União da Ilha, respectivamente, e que resultou em sambas pobres e confusos, como a maioria dos sambas de enredo deste ano, com exceção apenas aos sambas da Porto da pedra e da Viradouro, ambos os sambas escritos "apenas" por tres compositores. A Vila não, precisou apenas de um gênio para homenagear outro, numa prova inequívoca de que quantidade não é qualidade. Abrindo uma exceção, transcrevo abaixo a poesia do Martinho, pois Noel deve estar rindo à toa pelas ruas de Vila Isabel.
Vila isabel 2010.
Compositor: Martinho da Vila
Se um dia na orgia me chamassem
Com saudades perguntassem
Por onde anda Noel
Com toda minha fé responderia
Vaga na noite e no dia
Vive na terra e no céu
Seus sambas muito curti
Com a cabeça ao léu
Sua presença senti
No ar de Vila Isabel
Com o sedutor não bebi
Nem fui com ele a bordel
Mas sei que está presente
Com a gente neste laurel
Veio ao planeta com os auspícios de um cometa
Naquele ano da Revolta da Chibata
A sua vida foi de notas musicais
Seus lindos sambas animavam carnavais
Brincava em blocos com boêmios e mulatas
Subia morros sem preconceitos sociais
Foi um grande chororô
Quando o gênio descansou
Todo o samba lamentou
Ô ô ô
Que enorme dissabor
Foi-se o nosso professor
A Lindaura soluçou
E a Dama do Cabaré não dançou
Fez a passagem pro espaço sideral
Mas está vivo neste nosso carnaval
Também presentes Cartola
Araci e os Tangarás
Lamartine, Ismael e outros mais
E a fantasia que se usa
Pra sambar com o menestrel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
Vila isabel 2010.
Compositor: Martinho da Vila
Se um dia na orgia me chamassem
Com saudades perguntassem
Por onde anda Noel
Com toda minha fé responderia
Vaga na noite e no dia
Vive na terra e no céu
Seus sambas muito curti
Com a cabeça ao léu
Sua presença senti
No ar de Vila Isabel
Com o sedutor não bebi
Nem fui com ele a bordel
Mas sei que está presente
Com a gente neste laurel
Veio ao planeta com os auspícios de um cometa
Naquele ano da Revolta da Chibata
A sua vida foi de notas musicais
Seus lindos sambas animavam carnavais
Brincava em blocos com boêmios e mulatas
Subia morros sem preconceitos sociais
Foi um grande chororô
Quando o gênio descansou
Todo o samba lamentou
Ô ô ô
Que enorme dissabor
Foi-se o nosso professor
A Lindaura soluçou
E a Dama do Cabaré não dançou
Fez a passagem pro espaço sideral
Mas está vivo neste nosso carnaval
Também presentes Cartola
Araci e os Tangarás
Lamartine, Ismael e outros mais
E a fantasia que se usa
Pra sambar com o menestrel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
domingo, 31 de janeiro de 2010
SALVE A BANDA DE IPANEMA!
Em março de 1964, logo após ao carnaval, as forças armadas, tomaram o poder e a ditadura militar governou o país por mais de vinte anos. No ano seguinte, 15 dias antes do carnaval, em Ipanema, Rio de janeiro e alto-falante desta nação, foi criada a Banda de Ipanema, como o primeiro grito de rebeldia, àquela ditadura que proíbia tudo, principalmente o livre direito de expressão de um povo. Foi-se a ditadura e a banda de Ipanema continua mandando no pedaço, abrindo oficialmente o carnaval de rua do Rio e porque não dizer, do Brasil.
Mais uma vez, dezenas de milhares de cariocas de todas as partes do mundo, saíram pelas ruas do bairro mais charmoso do Rio, para esbanjar alegria e celebrar a nossa festa maior, o carnaval. Homos, heteros, "bis", "trans", "pans", jovens, velhos, crianças, gente de todas as cores e tribos, cantaram e dançaram ao som de antigos e eternos sambas e marchinhas, numa demonstração única de democracia e civilidade. Salve a Banda de Ipanema, no seu quadragésimo sexto desfile! Que seja assim para sempre e que a alegria reine entre nós até a quarta feira de cinzas. Evoé!
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
NO CLARÃO DA LUA
Letra e música de Ricco Duarte
gravada nos cds "Tudo é música"e "Menino buliçoso"
NUMA DESSAS NOITES DE UÍSQUES
BEIJOS E BOLEROS E OUTROS AIS
ONDE O CORAÇÃO DANÇA TWIST
SAMBANDO BONITO E TCHÁ TCHÁ TCHÁS
NUMA NOITE DESSA
NO CLARÃO DA LUA
REFLETIDO NO TEU OLHAR
TAVA FRIO A BEÇA
E EU SOZINHO NA RUA
PROCURANDO SEM ENCONTRAR
NUMA DESSAS NOITES DE IR A PIQUE
DE IR BATENDO FORTE DISPARADO
ENTRANDO NA CURVA A CENTO E VINTE
COMO UM LOUCO DESESPERADO
NUMA NOITE DESSA
NO CLARÃO DA LUA
REFLETIDO NO TEU OLHAR
TAVA FRIO A BEÇA
E EU SOZINHO NA RUA
PROCURANDO SEM ENCONTRAR
NUMA DESSAS NOITES VÍDEO CLIP
NOITES DE ALAMBIQUES E TUDO O MAIS
BEBENDO BOLEROS E UÍSQUES
SEM QUERER SABER DE MAIS NADA
NUMA NOITE DESSA
NO CLARÃO DA LUA
REFLETIDO NO TEU OLHAR
TAVA FRIO A BEÇA
E EU SOZINHO NA RUA
PROCURANDO SEM ENCONTRAR
gravada nos cds "Tudo é música"e "Menino buliçoso"
NUMA DESSAS NOITES DE UÍSQUES
BEIJOS E BOLEROS E OUTROS AIS
ONDE O CORAÇÃO DANÇA TWIST
SAMBANDO BONITO E TCHÁ TCHÁ TCHÁS
NUMA NOITE DESSA
NO CLARÃO DA LUA
REFLETIDO NO TEU OLHAR
TAVA FRIO A BEÇA
E EU SOZINHO NA RUA
PROCURANDO SEM ENCONTRAR
NUMA DESSAS NOITES DE IR A PIQUE
DE IR BATENDO FORTE DISPARADO
ENTRANDO NA CURVA A CENTO E VINTE
COMO UM LOUCO DESESPERADO
NUMA NOITE DESSA
NO CLARÃO DA LUA
REFLETIDO NO TEU OLHAR
TAVA FRIO A BEÇA
E EU SOZINHO NA RUA
PROCURANDO SEM ENCONTRAR
NUMA DESSAS NOITES VÍDEO CLIP
NOITES DE ALAMBIQUES E TUDO O MAIS
BEBENDO BOLEROS E UÍSQUES
SEM QUERER SABER DE MAIS NADA
NUMA NOITE DESSA
NO CLARÃO DA LUA
REFLETIDO NO TEU OLHAR
TAVA FRIO A BEÇA
E EU SOZINHO NA RUA
PROCURANDO SEM ENCONTRAR
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
RELAXANTE MUSCULAR
Estávamos eu e um amigo meu, andando pelas ruas de Copacabana a cerca de dois anos atrás, quando em plena luz do dia, vimos um homem, que não parecia ser um mendigo, caído na calçada. Ao seu lado, de pé, estava uma senhora que aparentemente conhecia aquele homem, pois o mandava levantar, tomar vergonha na cara e ir para casa pois ele tinha mulher e filhos esperando por ele. Era um cidadão comum, pai de família, bêbado, jogado no chão como um saco de lixo. Meu amigo ao ver aquela cena, me perguntou se eu já tinha visto algum maconheiro naquela situação. Pensei rapidamente e como ex usuário de maconha, cheguei a rápida conclusão de que só o álcool ou drogas pesadas como a cocaína ou o crack, podem levar o ser humano a um estado de degradação como aquele. Hoje em dia, estudos médicos comprovam que a maconha pode ajudar no tratamento de algumas enfermidades. Na Holanda, desde novembro de 2004, as farmácias estão autorizadas pelo governo, a vender maconha sob prescrição médica, para o tratamento de doentes com AIDS, câncer, esclerose múltipla e síndrome de tourette (que provoca tiques e movimentos involuntários). No estado da Califórnia, nos Estados Unidos, o seu uso é legalizado para fins medicinais, desde 1996. No Brasil, até o presidente Fernando Henrique já se declarou a favor da descriminalização da maconha e a sua liberação para uso medicinal está sendo estudada. Para mim, a maconha sempre foi um relaxante muscular e nunca a considerei como droga. Com a maconha, eu nunca fiquei violento ou agressivo, como já fiquei algumas vezes, depois de uma noite de bebedeira por exemplo, nem nunca vi ninguém vomitando banheiros, salas ou carros, por ter usado maconha. Particularmente, hoje não uso mais, primeiro porque o cheiro as vezes me dá náuseas, depois porque a sua comercialização está infelizmente, diretamente ligada ao cartel do tráfico de drogas pesadas, e comprar maconha na boca seria o mesmo que colaborar com tráfico e as suas inúmeras conseqüências. Por outro lado, descriminalizar o uso da maconha e liberar o seu uso, ainda que para fins medicinais apenas, não afetaria o caixa das bocas, pois em relação às outras drogas, o preço da maconha é infinitamente inferior. Então porque não descriminalizá-la ou legalizar o seu uso para fins medicinais? Vai usar quem quer e quem precisar usar, e certamente não vamos ver campanhas do tipo, “se fumar maconha não dirija”, ou “a maconha tem milhares de substâncias tóxicas” como o cigarro por exemplo, que causa inúmeras doenças crônicas e fatais. Mesmo não usando mais, continuo convicto de que maconha não é droga, é relaxante muscular.
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PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE,
rio de janeiro
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
HOMOFOBIA NÃO! (parte 2)
Ainda tocado com o ocorrido no Metrô do Rio de janeiro no último sábado, consegui com o companheiro ambientalista Paulo Rocha, o endereço do site em que podemos não só votar contra a homofobia, como também, podemos fazer chegar aos 81 senadores o nosso apoio ao projeto de lei (PLC 122/06), que propõe a criminalização da homofobia.
Participem, votem, envie para os amigos. A união faz a força.
domingo, 24 de janeiro de 2010
HOMOFOBIA NÃO!
Ontem, no metrô do Rio de janeiro, em um dos vagões no sentido zona sul, a altura de Copacabana, presenciei a seguinte cena: Uma mulher se dizendo estar grávida, acompanhada da sua filha, uma criança de pelo menos oito anos, começou a agredir verbalmente a um rapaz, por ele não ter cedido o lugar para ela. Alegando estar grávida, ela teve um ataque de homofobia, desfiando todo o repertório de adjetivos pejorativos destinados aos homossexuais do sexo masculino. O rapaz que estava bem vestido e tinha a aparência e atitude bastante masculina, escutava incrédulo os impropérios mais baixos e sujos, capazes de sair apenas da mente e da boca dos desqualificados como aquela senhora, que para dizer o mínimo, teve um comportamento das mais baixas e pobres criaturas, oriundas dos subterrâneos da humanidade, embora estivesse igualmente bem vestida, fosse jovem e tivesse até alguma beleza no rosto, pois a alma daquela mulher, inflada de um ódio pela vida alheia, era de uma horripilante feiúra. Como o rapaz demorou a reagir, reagimos nós, os outros passageiros, pedindo que ela se calasse, que respeitasse a sua filha e as outras pessoas no vagão, entre elas crianças, senhores e senhoras de idade e até turistas estrangeiros. Ameaçamos que ela poderia ser presa por homofobia. Foi quando ela, se sentindo acuada, se calou, pediu desculpas e colocou o seu rabo demoníaco entre as pernas. Mas já era tarde. Na minha estação de destino eu desci e deixei revoltado, o trem seguir viagem, com as pessoas daquele vagão ainda indignadas e esbravejando contra aquele vestígio de ser humano, que infelizmente vai colocar um outro ser no mundo, sabe-se lá de que pai. A sociedade brasileira e mundial, já está cansada desses desmandos. Temos que dar um basta a homofobia, como fizemos ontem, cidadãos cariocas de todos os lugares do mundo, no metrô do Rio de janeiro, uma cidade que recentemente foi eleita como a cidade mais feliz do mundo e como o melhor destino gay no planeta, batendo cidades como Sidney na Austrália e Nova Iorque, nos Estados Unidos. HOMOFOBIA NÃO!
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
SAUDAÇÕES ECOLÓGICAS
Era uma tarde de sol primaveril, quando milhares de sonhadores abraçaram a lagoa Rodrigo de Freitas, coração da cidade do Rio de janeiro, para apoiar a candidatura do Fernando Gabeira ao governo do estado. O ano era 1986 e lá se vão 24 anos. Naquele ano, pouco se falava ou se sabia a respeito do partido verde. A causa ambientalista era um problema de poucos. O maior medo era o buraco na camada de ozônio, que estava crescendo a cada dia. Naquele ano fizemos passeatas na Avenida Rio Branco, comícios na Cinelândia, fomos chamados de loucos, maconheiros, bichas e desocupados. Naquele ano, o partido dos trabalhadores, hoje no comando do país, ainda andava de mãos dadas com a então pouco conhecida causa ecológica. E o Gabeira chegou em terceiro lugar, com mais de quinhentos mil votos, conseguidos sem absolutamente nenhuma grana, apenas com o barulho que nós, os loucos, bichas, maconheiros e desocupados, como fomos chamados, fizemos nas ruas do Rio. Lá se vão 24 anos, quase duas décadas e meia depois, o mundo virou de cabeça para baixo, a população mundial quase dobrou, e o buraco na camada de ozônio então, nem se fala. Nessas duas décadas e meia assistimos quase que passivamente, a temperatura do planeta aumentar a cada dia, devido principalmente à emissão de gases poluentes na atmosfera, produzidos pela multiplicação desenfreada das indústrias ao redor do mundo, e pelo desmatamento das nossas florestas, impulsionado pelo descontrole ganancioso do ser humano, em busca do progresso e do possível bem estar, que este progresso descontrolado poderia trazer à população. Duas décadas e meia depois, vemos que o resultado desse progresso foi o bem estar das contas bancárias dos poderosos, que poluíram e desmataram o nosso planeta e que estão se lixando para a população. Duas décadas e meia depois, estamos vendo a cada dia que passa, mais e mais catástrofes ambientais acontecendo. Terremotos, tempestades, nevascas, tufões, furacões, que vão interrompendo sonhos, ceifando milhares e milhares de vidas, causando uma destruição, que em muitos casos, levará anos para ser reparada. O planeta está dando o seu grito de alerta, e a sua resposta. Causa e efeito.
Em 1986 fiz o meu trabalho voluntário, abracei a Lagoa, fui às passeatas e aos comícios, e o pouco que eu sabia, tentava passar para aqueles que eu tinha certeza, de que não sabiam sequer o significado da palavra ecologia, motoristas de ônibus e de taxi, porteiros de prédios, ambulantes, empregadas domésticas, gente do povo. Fiz aquele trabalho intuitivamente, tentando plantar a sementinha verde. Desses 24 anos, os últimos oito anos, eu fiquei fora do país, indo e vindo, e me afastei do campo de batalha, mas não do combate. Andei pelo mundo, trabalhando com a minha música, e pude ver de perto que o mal que nos aflige aqui, aflige a todos. No dia 05 de outubro de 2008, desembarquei no Rio a tempo de votar no meu candidato de sempre, o Fernando Gabeira, para prefeito do Rio de janeiro. Quase ganhamos. Pude ver com alegria, ao sair do portão de desembarque, as garotas que trabalham nos pontos de taxi do aeroporto, vibrando e fazendo abertamente, campanha para o candidato verde. O povo não é bobo nem se deixa enganar facilmente. “A semente deu frutos e se multiplicou”, pensei comigo em silêncio e feliz. Hoje estou oficialmente filiado ao partido, assumo a militância, apoiando incondicionalmente não só o partido, mas como também os seus candidatos, como sempre fiz, mesmo a distancia, porque entendo que a luta pela preservação do meio ambiente, é a única saída para a melhoria da qualidade de vida do planeta. Saudações ecológicas.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
DE PAU A PIQUE
FEITO DE PAU A PIQUE
O BARRACO ROLAVA
POR QUALQUER MOTIVO
TEMPO BOM
TEMPO NUBLADO
BRISA
VENTANIA
CHUVA
CHUVISCO
TEMPORAL
CONTAS EM DIA
E AS ATRASADAS ENTÃO...
LOGO COMEÇAVA A GRITARIA
E O TEMPO FECHAVA
SEM DAR O MENOR SINAL
DE REPENTE
-VOCÊ É ISSO
-VOCÊ É AQUILO
-VOCÊ FEZ ISSO
-VOCÊ FEZ ISSO E MAIS AQUILO
-VOCÊ É
-VOCÊ FEZ
-VOCÊ NÃO VALE NADA!
TUDO ASSIM POR NADA
SEM A MENOR RAZÃO.
FEITO DE PAU A PIQUE
O BARRACO DAVA UM XILIQUE
E JOGAVA O AMOR NO CHÃO
O BARRACO ROLAVA
POR QUALQUER MOTIVO
TEMPO BOM
TEMPO NUBLADO
BRISA
VENTANIA
CHUVA
CHUVISCO
TEMPORAL
CONTAS EM DIA
E AS ATRASADAS ENTÃO...
LOGO COMEÇAVA A GRITARIA
E O TEMPO FECHAVA
SEM DAR O MENOR SINAL
DE REPENTE
-VOCÊ É ISSO
-VOCÊ É AQUILO
-VOCÊ FEZ ISSO
-VOCÊ FEZ ISSO E MAIS AQUILO
-VOCÊ É
-VOCÊ FEZ
-VOCÊ NÃO VALE NADA!
TUDO ASSIM POR NADA
SEM A MENOR RAZÃO.
FEITO DE PAU A PIQUE
O BARRACO DAVA UM XILIQUE
E JOGAVA O AMOR NO CHÃO
domingo, 17 de janeiro de 2010
O FARDO DO POETA
CANTO MELHOR
QUANDO ESTOU TRISTE
ALMA DE FADISTA
CORAÇÃO DE AMÁLIA
OLHOS DE SAUDADE
E O DEDO EM RISTE.
NESSES MOMENTOS
MEU CANTO FAZ A FESTA
OLHOS CERRADOS
E O CORAÇÃO QUEIMANDO
DEIXANDO QUE AS NOTAS
EMBALEM O FARDO DO POETA.
QUANDO ESTOU TRISTE
ALMA DE FADISTA
CORAÇÃO DE AMÁLIA
OLHOS DE SAUDADE
E O DEDO EM RISTE.
NESSES MOMENTOS
MEU CANTO FAZ A FESTA
OLHOS CERRADOS
E O CORAÇÃO QUEIMANDO
DEIXANDO QUE AS NOTAS
EMBALEM O FARDO DO POETA.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
"PENSE NO HAITI, REZE PELO HAITI"
Por que o Haiti? que em inglês se pronuncia "rêiti", cuja sonoridade lembra a palavra, hate, que traduzindo para o português significa ódio. Por que a natureza divina, ou seria satânica, uma vez que o voodoo é a religião mais popular do país, odeia tanto aquela faixa de terra da ilha de Hispaniola, um dos primeiros pontos da América, a serem colonizados por Cristovão Colombo, quando este por ali chegou. Porque? Se a mesma ilha abriga a próspera República Dominicana, enquanto que o Haiti é o país mais pobre das américas e é um dos mais pobres do mundo. Por que o Haiti? Ex colonia francesa que há séculos sobrevive não só às interpéries da natureza, como também aos desmandos de seus governantes e ditadores. Um país miserável, cujo povo musical e simpático tem os olhos grandes e tristes, e que eu tive a oportunidade de visitar algumas vezes, quando trabalhava como músico, nos navios de cruzeiro da Royal Caribbean. A Royal comprou um pedaço de terra em Labadee, a duas horas de carro da capital Porto Princípe e ali montou o seu circo, um balneário para que os passageiros se divertissem, pensando estar em um paraíso caribenho. Ali ficávamos algumas horas desfrutando daquele mar lindo e das muitas atividades esportivas organizadas pela empresa. Ali escutávamos a música mágica do lugar, assistíamos a shows folclóricos, comprávamos o artesanato local e íamos embora no final do dia felizes da vida, deixando para trás aqueles olhares tristes de quem vive na miséria todos os dias. Ali eu conheci Papi, um artista local que fazia acrobacia e que era apaixonado pelo Brasil, como quase todos os haitianos. Uma vez Papi me convidou para ir a Porto Princípe, para ver a miséria mais de perto, mas o tempo era curto. Ele tinha que ganhar uns trocados para sustentar a sua família, fazendo as suas espetaculares piruetas, e sempre terminavámos adiando a visita a capital. Mas a miséria estava logo ali, atrás da cerca que circundava o balneário, longe dos olhos dos turistas. Ali já se podia ver as casas miseráveis, o povo pedindo esmola, agarrado à cerca fortemente guardada pela polícia local. Estará Papi vivo agora? Estarão vivos os familiares do Pierre? Um oficial haitiano que vive em Miami, e que me levou até o aeroporto quando eu tive que voltar ao Brasil, depois de ter sido operado de apendicite. Estarão vivos os familiares do Dr. Maurice, médico haitiano que me examinou em Miami logo após a cirurgia? Ele me contou que os haitianos amam tanto o Brasil, que dois deles cometeram suicídio quando o Brasil foi eliminado da copa de 2006 pela França, país que eles odeiam, por questões óbvias, apesar de terem herdado a bela língua do seu antigo colonizador e opressor. A minha experiência com os hatianos eu menciono em um trecho de "Jaime, o marinheiro", romance que escrevi a bordo de um dos navios, contando como é a vida em um navio de cruzeiro e que eu transcrevo a seguir, rezando pelo Haiti, pensando no Haiti.
Trecho do romance "Jaime, o marinheiro"
Chovia em Miami, quando um funcionário da America Safety, passou no hotel para me levar para fazer a imigração e de lá para o aeroporto. Ele era um haitiano alto e magro, que me confirmou a história dos suicídios que os seus compatriotas cometeram, quando a seleção brasileira foi eliminada da copa do mundo da Alemanha. O Haiti é um país paupérrimo, que foi colônia francesa e que vive em constante estado de sítio, e o exército brasileiro, foi mandado para lá pelas nações unidas, como uma força de paz, para tentar manter a ordem e a estabilidade política no país. Os brasileiros certamente levaram não só a paz, como também a nossa simpatia e solidariedade, que conquistou de imediato o coração do povo haitiano, daí a sua paixão desmedida pelo Brasil.
A Royal Caribbean, comprou um pedaço de terra no Haiti, chamado Labadee, e ali implantou uma espécie de balneário privado, onde os navios da Companhia costumam parar, para diversão de passageiros e tripulantes. Além dos limites daquele balneário, não podemos passar. Do outro lado está a miséria e a fome, e isso não interessa nem aos passageiros nem a nós tripulantes ver. Eu havia estado em Labadee algumas vezes e fomos conversando sobre o Haiti e o Brasil até o aeroporto, eu e o Pierre, o oficial haitiano que me escoltou até o balcão do check in da American airlines, para se certificar de que eu realmente iria deixar o país.
Eu também fiz o meu vooduzinho...
Essa camisa eu dei ao meu amigo Papi de presente.
Papi se preparando para mais uma acrobacia.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
DEIXEM A XOXOTA CAIR NO CHÃO
No sábado que vem, dia 16, tem a abertura do carnaval de rua do Rio de janeiro na Lapa. Adoro carnaval de rua e o do Rio, a cada ano que passa, cresce mais. O carioca é fanfarrão por natureza e carnaval é a festa do ridículo, da esculhambação, onde tudo é permitido e não há em absoluto, censura. Recentemente estive em Maceió e em uma tarde, passeando pelo centro da cidade, escutei em uma barraca de cachorro quente, o hit nordestino para 2010, o “xoxota no chão”. Não, não era um trocadilho. Segundo a letra, a xoxota literalmente vai ao chão, “limpando o cimento e polindo a cerâmica”. Fiquei com aquilo na cabeça, pensando que ali estava um bom título para um bloco de carnaval, pois se tem uma festa popular que deixa a todos, homens e mulheres, com a xoxota no chão, essa festa é o carnaval. O que mais me diverte é o espírito de crítica e esculhambação que a festa proporciona e aqui eu reservei alguns nomes espetaculares, dos blocos cariocas que vão desfilar pelas ruas da cidade, de norte a sul, de leste a oeste: “os imóveis”, genial, um bloco de Copacabana que não desfila e que deve ser primo irmão do já tradicional “concentra mas não sai”. Os jornalistas criaram o já famoso “imprensa que eu gamo”. Tem o “não mexe que fede” do Leme, que tem o seu similar em Ipanema, o impagável “que merda é essa?”. Tem o “empurra que pega”, o “cachorro cansado”, o ”rola preguiçosa” de Ipanema, que tem o seu similar lá em Vaz lobo, o “rola cansada” e seguindo o mesmo tema da genitália masculina, tem o “encosta que ele cresce”, o “é pequeno mas balança”, o ”virilha de minhoca”, o "ïncha rola" e o “balanço do pinto”. Os de apelo sexual quase explicito são muito bons. Tem o tijucano “já comí pior pagando”, o “chupa mas não baba”, o “se me der eu como”, o “empurra que entra” e o meu favorito, “se não quiser me dar, me empresta”, de Ipanema, esse é muito bom, mesmo por que, como diz a turma lá da Praça seca, “lavou tá novo”. Tem ainda o “assa o pão mas não queima a rosca”, o ”espreme que sai”, o “fogo na cueca” e o bloco do instituto Benjamim Constant, o instituto dos cegos, o genial “beijamim no escuro”. Enfim, tem bloco para todos os gostos e tendências, sem falar nas bandas espalhadas por toda a cidade. Acessem o site da Riotur(www.riodejaneiro-turismo.com.br) escolham o seu bloco, caiam na folia e deixem a xoxota cair no chão. Mas não esqueçam de usar camisinha e se forem beber, deixem o carro em casa e vão a pé, de taxi, de ônibus, de metrô...
domingo, 10 de janeiro de 2010
RECARREGAR
TE CARREGO NO COLO
ABRAÇADO BEM JUNTO AO PEITO
PARA QUE NÃO SINTAS FRIO
OU QUALQUER OUTRA COISA
QUE LHE DESAGRADE
TE CARREGO COMIGO
PARA QUE NÃO ME ESQUEÇAS
PORQUE TE AQUECEREI
NAS NOITES MAIS FRIAS
E NOS FINAIS DE TARDE
TE CARREGO NA VIDA
PORQUE VOCÊ ME RECARREGA
COM O TEU AMOR SEM REGRAS
E ACENDE O MEU DIA
COMO UM SOL QUE ME INVADE
EU TE CARREGO
E VOCÊ ME RECARREGA
NAQUELAS HORAS VAZIAS
DURANTE AS MONOTONIAS
CADA UM FAZENDO A SUA PARTE
ABRAÇADO BEM JUNTO AO PEITO
PARA QUE NÃO SINTAS FRIO
OU QUALQUER OUTRA COISA
QUE LHE DESAGRADE
TE CARREGO COMIGO
PARA QUE NÃO ME ESQUEÇAS
PORQUE TE AQUECEREI
NAS NOITES MAIS FRIAS
E NOS FINAIS DE TARDE
TE CARREGO NA VIDA
PORQUE VOCÊ ME RECARREGA
COM O TEU AMOR SEM REGRAS
E ACENDE O MEU DIA
COMO UM SOL QUE ME INVADE
EU TE CARREGO
E VOCÊ ME RECARREGA
NAQUELAS HORAS VAZIAS
DURANTE AS MONOTONIAS
CADA UM FAZENDO A SUA PARTE
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
QUEM AVISA AMIGO É.
Ano novo, vida nova, esperanças renovadas. Passados oito dias do ano de 2010, os fenômenos metereológicos, intensificados pelo aquecimento global continuam sem dar trégua. Logo na madrugada da virada do ano, a natureza mandou ao mundo todo um aviso de que não está brincando. Só em Angra dos reis, foram 52 vitimas fatais, nos deslizamentos ocorridos na enseada do bananal na Ilha grande e no morro da carioca, centro de Angra. Outras tantas mortes aconteceram também em Juiz de fora e no interior de São Paulo, onde a cidade histórica de São Luis do Paraitinga foi parcialmente destruída. No Rio grande do sul, uma ponte foi arrastada pela força das águas, vitimando várias pessoas que estavam passando por ela naquele instante. Os temporais de janeiro já são quase que uma tradição, mas os do início deste ano, dão mais uma vez, sinais de que a coisa é séria. No resto do mundo a situação não é diferente. Nevascas intensas, jamais vistas anteriormente, castigam países do hemisfério norte, especialmente os maiores poluidores do planeta, a China e os Estados Unidos. O planeta está mandando mais um aviso, e quem avisa amigo é.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
MELQUIOR, BALTASAR E GASPAR
Hoje é o dia dos santos reis! Já dizia o grande Tim Maia. Reza a lenda que a dois mil e dez anos atrás, tres reis partiram do oriente, guiados por uma estrela, até o local aonde estava anunciado o nascimento do salvador, o rei dos judeus, Jesus. Ofertaram ouro, incenso e mirra ao recém nascido, nascendo assim a tradição de se trocar presentes na noite de natal, ou em algumas regiões do planeta, no dia seis de janeiro, o dia dos santos reis.
Da minha infância em Salvador na Bahia, guardo as mais alegres lembranças deste dia, quando a festa da Lapinha, bairro tradicional de Salvador, comemora o dia de reis, a partir da meia noite, com ternos , ranchos e populares cantando e dançando a noite toda. Como são reis, a sua simbologia está ligada à boa sorte e a fortuna e é costume se fazer várias simpatias neste dia para atrair prosperidade.
Há mais de vinte anos, conheci o Augusto Machado, que era amigo de um amigo meu, e do qual nunca mais tive noticias. O Augusto é daquelas pessoas iluminadas, que passam pelas nossas vidas para nos ensinar coisas boas. Dentre as muitas delicadezas que guardei dele, uma pode ser simplória, mas guardo e repito religiosamente todos os anos, e como me foi dada de graça, repasso aqui para que sejam felizes como o Augusto com certeza é.
Eu vivia numa pindaíba de dar dó, morando de favor na casa de amigos, fazendo contas para fechar o mes no azul. Aí o Augusto, em um dia de reis, me ensinou uma simpatia, dizendo que desde que ele começou a fazer a tal simpatia nunca mais ele tinha passado apêrto. E ela consiste no seguinte: pegue uma romã, parta ao meio, retire tres sementes, encha uma taça com vinho branco, e de posse das tres sementes e da taça de vinho suba em uma cadeira ( não ria que a coisa é séria). Chupe uma semente de cada vez, guarde o caroço e tome um gole do vinho dizendo com fé, "Melquior, Baltasar e Gaspar, tragam o meu dinheiro para cá", e bata tres vezes no bolso da calça ou saia que estiver usando, depois dê tres pulos ( a cadeira tem que ser forte e resistente ), depois de fazer issso tres vezes, guarde os tres caroços da romã em um papel virgem, branco, na sua carteira. No ano seguinte, coloque, os tres caroços numa planta, mato ou jardim e repita tudo de novo.
Pelo sim pelo não, mal não faz e desde então, assim como o Augusto Machado, eu sempre paguei as minhas contas em dia, viajei o mundo todo, comprei minha casa própria e etc, etc. Feliz dia de reis para todos vocês.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
SUBINDO A RIO BRANCO.
O ano exatamente não me lembro, o que eu me lembro é que estavámos no início dos anos oitenta, quando eu subi a Avenida Rio branco pela primeira vez, centro do Rio de janeiro, no sentido Candelária/Cinelândia. Naquele dia eu me senti um garoto do interior, perdido, feliz e deslumbrado no meio daquela selva de pedra, cheia de gente de todas as cores. No meio daquele vai e vem eu resolvi fazer um samba, um samba de amor ao Rio. Passado algum tempo, decidido a ser cantor e sem conhecer ninguém que me pudesse abrir as portas, descobri que havia um bar no bairro de Botafogo, o Beco da pimenta, que tinha este nome para homenagear a pimentinha Elis Regina, e que todas as segundas, promovia uma espécie de show de calouros, cujo premio para o vencedor da noite, era fazer uma temporada de shows naquela casa noturna, que na época gozava de um certo prestígio. Peguei o meu violão e apareci no bar disposto a ganhar. Não havia jurados. a escolha era feita através do "palmômetro", ou seja, o público elegia o vencedor da noite através dos aplausos e como quase todos os concorrentes eram da cidade, as torcidas adversárias eram fortes, pois os outros candidatos a artista levavam os parentes, amigos e aderentes para torcer por eles. Eu não conhecia praticamente ninguém no Rio, então levei o Celino, um amigo baiano que dividia um apartamento comigo na época. Mas o bom carioca não resiste a um bom samba, e o meu era bom e se derramava de amores pela cidade. Dobrei as torcidas adversárias, ganhei o premio e de lá prá cá não parei mais de cantar de bar em bar por esse mundo de meu Deus. A letra de Subindo a Rio Branco reproduzo aqui, com saudade de um tempo em que não havia celular, internet, bailes funk e o Rio de janeiro ainda era uma cidade, por assim dizer, pacata, em pleno anos oitenta.
SUBINDO A RIO BRANCO
LETRA E MÚSICA DE RICCO DUARTE
DA CANDELÁRIA A CINELÂNDIA
VOCÊ JÁ VIU COMO É BONITO
ENXERGAR O AZUL DO CÉU?
UM FORMIGUEIRO
FUMAÇOLÂNDIA
ONDE TODO BRASILEIRO
VESTE UM TOM PASTEL
NO CORRE CORRE
DESSA FOLIA
VAI A NOITE VEM O DIA
E TODO MUNDO QUER SAMBAR
POIS O RIO É DE JANEIRO
CORRE O ANO INTEIRO
E SE PODE NAVEGAR.
SUBINDO A RIO BRANCO ASSIM
EU CHEGO MAIS PERTO DO MAR
SONHANDO EM PODER CONSEGUIR
CHEGAR NO ALTO DA GLÓRIA.
domingo, 3 de janeiro de 2010
PALAVRAS DE AMOR.
A família querida, reunida na virada do ano
De volta ao Rio de janeiro, a cidade maravilhosa, depois de passar dias maravilhosos, com a familia do meu irmão em Maceió, onde sobrinhos, cunhada e irmão, são muito mais que parentes, são os meus amigos verdadeiros e queridos, desejo com o meu coração cheio de saudade e agradecimento, que o mundo inteiro, neste ano que se inicia, diga e escute mais, muito mais, palavras de amor, todos os dias.
A PALAVRA DE AMOR
Palavras são como gotas d’água
A procura da sentença certa.
As vezes a sentença é de morte
E se faz um corte com a faca cega.
Tem palavras que unem o sul e o norte
As que dão voltas
E as que seguem em linha reta.
As palavras gotas de sereno
São as minhas favoritas
Caídas da madrugada
Fugidas de uma possível noite escura
Para dizer que nada
Nada como um dia após o outro
Para descanso da lua
E para os louros de um sol intenso.
Tem as palavras zig zag
De quem dirige bêbado.
As de almanaque
As de prozac
E as de quem dá tiro a esmo.
Mas a palavra de amor é direta
E atinge como uma flecha
O doce coração amado
Mesmo que ele seja velho e desdentado
Mesmo que ele escute pouco
Não enxergue direito
E bata assim distraído
Quase parado
Pensando que não tem mais jeito.
A palavra de amor é a que te salva
A que te estende a mão
Com todos os acentos
Porque a palavra de amor é cachoeira
Um rio que corre infinito
Para os oceanos da eternidade
É palavra que não se parte
Que não chega tarde
Que molha os olhos
Para enxaguar a alma
E assim permanecer inteira
Liberta!
Portas e janelas
Apontando para o horizonte
Pois a palavra de amor é fonte
De uma nascente que nunca seca.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
FELIZ 2010!
Estou na linda e ensolarada Maceió, passando as festas de final de ano com a maravilhosa familia do meu querido irmão Lula, o Duarte. E desta cidade iluminada, cujo mar tem um tom verde esmeralda único, as praias e as lagoas são belissimas e o povo é educado e hospitaleiro, envio para todos os meus amigos, leitores, seguidores e afins, os meus melhores votos de paz, saúde, prosperidade e alegria de viver, no ano de 2010. Que o próximo ano seja pleno de realizações positivas para todos nós. Amém.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
O ENCONTRO DESENCONTRADO
ELE AINDA GOSTAVA DELA
QUANDO CONHECEU O OUTRO
QUE NÃO GOSTAVA DE NINGUÉM.
ELE NÃO QUERIA FICAR SOZINHO
E COMO ELA NÃO GOSTAVA MAIS DELE
ELE ACABOU GOSTANDO DO OUTRO.
O OUTRO POR SUA VEZ
TERMINOU GOSTANDO DELE TAMBÉM
EMBORA NÃO QUISESSE GOSTAR DE NINGUÉM.
ASSIM PASSARAM OS DIAS
ELE CHEGAVA QUANDO QUERIA
ENQUANTO O OUTRO NÃO ESPERAVA
E SE ESPERAVA
ELE NÃO APARECIA.
QUANDO ELE APARECIA
O OUTRO SORRIA
DEPOIS CHORAVAM
E ELE SUMIA
DIA APÓS DIA.
ASSIM PASSARAM OS DIAS
SE HAVIA ENCONTRO MARCADO
A LIGAÇÃO CAÍA
A BATERIA ARRIAVA
A CONEXÃO DESAPARECIA.
QUE ENCONTRO MAIS DESENCONTRADO
O CARA E O SEU NAMORADO
QUE VIVIA SONHANDO ACORDADO
ENQUANTO ELE AINDA DORMIA
QUANDO CONHECEU O OUTRO
QUE NÃO GOSTAVA DE NINGUÉM.
ELE NÃO QUERIA FICAR SOZINHO
E COMO ELA NÃO GOSTAVA MAIS DELE
ELE ACABOU GOSTANDO DO OUTRO.
O OUTRO POR SUA VEZ
TERMINOU GOSTANDO DELE TAMBÉM
EMBORA NÃO QUISESSE GOSTAR DE NINGUÉM.
ASSIM PASSARAM OS DIAS
ELE CHEGAVA QUANDO QUERIA
ENQUANTO O OUTRO NÃO ESPERAVA
E SE ESPERAVA
ELE NÃO APARECIA.
QUANDO ELE APARECIA
O OUTRO SORRIA
DEPOIS CHORAVAM
E ELE SUMIA
DIA APÓS DIA.
ASSIM PASSARAM OS DIAS
SE HAVIA ENCONTRO MARCADO
A LIGAÇÃO CAÍA
A BATERIA ARRIAVA
A CONEXÃO DESAPARECIA.
QUE ENCONTRO MAIS DESENCONTRADO
O CARA E O SEU NAMORADO
QUE VIVIA SONHANDO ACORDADO
ENQUANTO ELE AINDA DORMIA
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
PARES
TUDO O QUE VEJO
ENXERGO COM OS TEUS OLHOS
CURIOSO O AMOR
QUE VÊ TUDO AOS PARES
QUATRO OLHOS
QUATRO MÃOS
DUAS BOCAS
UM ABRAÇO.
APRENDI A TE AMAR TE VENDO
ESCUTANDO A TUA VOZ DIZENDO
EU TE AMO.
AGORA NÃO SEI ESTAR LONGE DE TI
SEM ESTAR CONTIGO
VENDO POR TEUS OLHOS
ESCUTANDO POR TEUS OUVIDOS
BEIJANDO A TUA BOCA
E TE ABRAÇANDO A ALMA.
ENXERGO COM OS TEUS OLHOS
CURIOSO O AMOR
QUE VÊ TUDO AOS PARES
QUATRO OLHOS
QUATRO MÃOS
DUAS BOCAS
UM ABRAÇO.
APRENDI A TE AMAR TE VENDO
ESCUTANDO A TUA VOZ DIZENDO
EU TE AMO.
AGORA NÃO SEI ESTAR LONGE DE TI
SEM ESTAR CONTIGO
VENDO POR TEUS OLHOS
ESCUTANDO POR TEUS OUVIDOS
BEIJANDO A TUA BOCA
E TE ABRAÇANDO A ALMA.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
FELIZ NATAL TODOS OS DIAS!
"Já faz tempo que eu pedi, mas o meu papai noel não vem". Assim dizia a canção natalina que embalava as noites de natal da minha infância. Acho que essa imagem de um pai que nunca chega para realizar o desejo do filho, me fez odiar os natais. Quando eu peguei a minha mãe colocando os presentinhos no sapatinho aí então foi que a coisa danou. O papai noel era ela, que comprava os presentes com o dinheiro dele, o meu pai, que por sua vez, não estava nem aí. Me sentí traído e enganado e os natais perderam a graça. Natal para mim sempre teve cara de enterro. Acho que as pessoas confundem festa de aniversário com velório. O que era para celebrar o nascimento de uma criança vira, na maioria dos lares, tristeza de sexta feira da paixão. Aquelas músicas tristes tocando no aparelho de som, todo mundo se fingindo de bonzinho para ganhar presente, alguns até se atrevem a lavar a roupa suja de um ano inteiro neste dia, mas só depois de encher a cara com o soro da verdade, o alcool. Por isso estou indo visitar o meu irmão Lula e a sua familia lá em Maceió. Lula me disse que na casa dele o natal é só comilança, alegria e não rola a tal da culpa católica. Então decidi fazer as malas e me mandar pra lá. Vou passar um natal ao lado de gente alegre, bonita e sem culpa, e tomara que vocês façam o mesmo. Que tenhamos todos uma vida alegre, bonita e despreocupada, na noite de natal e sempre. Feliz natal todos os dias.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
CARLOS MALTA E ANDRÉ SIQUEIRA
Domingo de sol no Rio de janeiro. Saí para caminhar no aterro e para assistir ao show de Carlos Malta acompanhado por André Siqueira ao violão, no anfiteatro que a prefeitura do Rio administra em pleno parque do Flamengo e que promove várias atividades culturais regularmente, inclusive os imperdíveis shows de chorinho, que acontecem geralmente no ultimo domingo de cada mês, e que hoje excepcionalmente, aconteceu no terceiro domingo.
O André Siqueira eu tive o prazer de conhecer no inicio deste ano que está terminando, quando ele se apresentou em uma casa de shows que eu programava no Leme, acompanhando a maravilhosa e bela cantora suíça Jenny Chi, me deixando impressionado pela competência com que ele trata um instrumento delicado, apesar de popular, como é o violão. Aos 26 anos de idade André é sem dúvida um dos maiores violonistas do Brasil. O Carlos Malta dispensa comentários e apresentações, mas se por acaso algum desavisado ler este blog, vou informando que Carlos Malta é disparado o maior saxofonista, flautista do Brasil e como já disse aqui antes, quiçá do mundo. O repertório do show foi um manjar dos deuses. Eles passearam por Pixinguinha, Radamés, Hermeto, Tom Jobim e outros bambas do choro e da música popular do Brasil, com a maestria de sempre do Malta, criando arranjos e fazendo releituras renovadas para temas conhecidos, como águas de março, que ganhou roupa e colorido novos. Malta tocou vários tipos de instrumentos de sopro, alguns desconhecidos do grande público, como o clarone, que tem um som grave espetacular. Uma beleza!
O parque do flamengo, que já é bonito por natureza e por inspiração do Burle Max, ficou ainda mais lindo e ensolarado no dia de hoje, e nós, cariocas de todas as partes do Brasil, nos sentimos privilegiados de morar nesta cidade, apesar da administração confusa que estamos tendo agora, quando um garoto brinca de ser prefeito, não conhece o verdadeiro espírito carioca e dá um "choque de desordem" na alegria de se viver na cidade mais linda do mundo, complicando a vida dos barraqueiros de praia por exemplo, que como mencionou o Carlos Malta ao final do show, “uma gente que nós podemos chamar de seu” de tão íntimos que somos do pessoal que trabalha nas barracas das nossas lindas praias. Vamos pra frente e viva a boa música que se faz neste país.
sábado, 19 de dezembro de 2009
NO HOPE.
Com tristeza, mas sem nenhuma surpresa, leio nos noticiários o resultado da conferencia das nações unidas sobre as mudanças climáticas, realizada em Copenhagen, capital da Dinamarca, primeiríssimo mundo, e que resultou num acordo tímido e covarde. Não é ainda o fim do planeta, mas certamente pode ser o começo do fim, daqui a algumas dezenas de anos, quando estes mesmos lideres, que assinaram esse acordo, sob protestos e indignação de boa parte da população do planeta, não estará mais aqui na Terra.
Desde que o samba é samba é assim, desde que Caim matou Abel com uma pedrada na cabeça, criando o arquétipo da inveja e da ganância, o samba tem sido o mesmo. Os líderes mundiais ali reunidos, estão a mais da metade do caminho de suas existências, e estão milionários, cada vez mais poderosos e se lixando para as gerações futuras, por que esta é parte da natureza humana, principalmente dos que chegam ao poder, egoísmo, ganância, vaidade, insensibilidade. Daqui para frente, enquanto a luta ambientalista continua, seguiremos assistindo a tufões, nevascas, tempestades, terremotos e outras catástrofes causadas pelo aquecimento global. O mundo segue sem esperança. Copenhagen, “NO HOPE”.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
ALIVIA POR FAVOR!
ALIVIA COMPADRE
TÁ DOENDO PRA CARALHO
ASSIM EU NÃO VOU AGUENTAR
EU SEI QUE O MUNDO É ESCROTO
QUE O SANTO É DE PAU ÔCO
QUE O QUE REFRESCA O OLHO É PIMENTA
QUE É A FOME O QUE TE ALIMENTA
MAS ALIVIA POR FAVOR
JÁ DEI TUDO O QUE EU TINHA QUE DAR
A MINHA ALMA
O MEU SOSSÊGO
MINHA MÃO A PALMATÓRIA
E A MINHA CARA AOS TAPAS
MAS A OUTRA FACE
EU NÃO DOU
POR ISSO EU TE PEÇO COMPADRE
ANTES QUE O MUNDO SE ACABE
ALIVIA POR FAVOR.
TÁ DOENDO PRA CARALHO
ASSIM EU NÃO VOU AGUENTAR
EU SEI QUE O MUNDO É ESCROTO
QUE O SANTO É DE PAU ÔCO
QUE O QUE REFRESCA O OLHO É PIMENTA
QUE É A FOME O QUE TE ALIMENTA
MAS ALIVIA POR FAVOR
JÁ DEI TUDO O QUE EU TINHA QUE DAR
A MINHA ALMA
O MEU SOSSÊGO
MINHA MÃO A PALMATÓRIA
E A MINHA CARA AOS TAPAS
MAS A OUTRA FACE
EU NÃO DOU
POR ISSO EU TE PEÇO COMPADRE
ANTES QUE O MUNDO SE ACABE
ALIVIA POR FAVOR.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
O TALENTO ABENÇOADO. POR QUEM MESMO?
Eu costumo dizer que aprendi a tocar violão com o meu irmão Lula, não o presidente, o Lula Duarte. Na realidade, cansado de pedir ao meu irmão e aos amigos dele, que me acompanhasse nas canções malucas que eu inventava, resolvi comprar um método de violão e em quatro horas com ele na mão, estava tocando “a banda” do Chico Buarque. O que Lula me ensinou mais tarde, vendo em mim um talento nato, foram os acordes dissonantes, coisa muito mais fina, requintada e que musicalmente, mudou o rumo da minha vida. Até hoje, por exemplo, toco “Falsa Baiana” do Geraldo Pereira, com a mesma harmonia que o Lula me ensinou, trecentos anos atrás. Mas violão mesmo, eu aprendi sozinho para me acompanhar, pois o meu dom nato de verdade, é o canto, eu sou cantor. Nasci com o dom dos passarinhos. Só faltou voar.
Hoje recebi um email do meu irmão Lula, onde ele diz que eu tinha sido abençoado com o talento da musica. Eu também acreditei nisso um dia, e fui burro pra cacete de não ter sacado que benção não enche a barriga de ninguém e fiquei achando que por ser abençoado, o sucesso viria bater na minha porta e dizer: aê ô cara chegou a sua hora. É claro que eu não fiquei de braços cruzados esperando por essa hora, mas meio que relaxei, aceitando tocar por qualquer coisa, pensando que um dia eu receberia o devido valor. De uns tempos para cá, e bota tempo nisso, eu cansei. Cansei de ser explorado, aqui e no exterior também. As pessoas pensam que artista não tem contas a pagar, que nos alimentamos de vento, e cada vez mais, os cachês e salários dos músicos são menores. Essa desvalorização se deve muito ao fato da massificação da música em detrimento do talento. Hoje em dia, qualquer um mortal pode entrar em um estúdio, pagar, e sair de lá com o seu cd debaixo do braço. Qualquer um pensa que pode cantar, vivemos na era dos playback, da música monocórdia do raps e dos bailes funk ( aquilo é música?), da “bunda music” que a mesma Bahia que exportou Caetanos, Bethanias e Gilbertos, mandou para o mundo a musica que se convencionou chamar de axé.
Ando revoltado com o meu talento e com quem o abençoou. No sábado passado fui a uma apresentação de choro liderado pelo renomado e excelente bandolinista Joel Nascimento, acompanhado por quatro jovens e talentosos músicos que infelizmente não pude guardar os nomes, mas que tocavam violão, violão de sete, cavaquinho e pandeiro. De quebra ainda teve a canja do Dirceu Leite no sax, clarinete e flauta. Show de bola. A apresentação foi no Instituto Cravo Albin, que funciona na Urca, em um prédio de três andares. O show rolava no terraço, de frente para o mar, maior visual, quando de repente, começa a maior “curimba” na praia. Eram os devotos de Iemanjá baixando o santo e poluindo ainda mais, a já poluída baía de Guanabara, com flores, barquinhas e aquelas oferendas todas. Como o espaço era praticamente aberto, tratando-se de um terraço, o som dos atabaques interferiam no som maravilhoso do choro interpretado por aqueles músicos. Foi uma tarde/noite de choro axé, que seria hilário, se não fosse pelo profissionalismo daqueles grandes artistas, que deram o seu recado magistralmente e certamente nem se tocaram para o barulho que vinha da rua.
Durante a apresentação eu fiquei pensando que ainda bem que existe pessoas como o Ricardo Cravo Albin, que abre as portas da sua casa para nos oferecer, ainda que para um público reduzido, música de excelente qualidade. Mas e depois? Será que aqueles músicos vivem da música maravilhosa que eles fazem? Será que eles pagam as contas em dia? Que futuro terá aqueles quatro garotos que tocam tão bem a verdadeira música brasileira?
Eu abdiquei a trinta anos atrás, de um emprego público, para correr atrás do meu sonho, cantar para o mundo. É bem verdade que realizei parte desse sonho, vinte anos depois, depois de comer muita grama pela estrada, pois conheci meio mundo cantando, mesmo sendo mal pago por uma companhia de navios de cruzeiros, mas conheci meio mundo. Ainda bem que tudo que eu consegui guardar, deu para comprar um apartamento de quarenta metros quadrados. Ainda bem, por que a maioria dos músicos sequer tem aonde cair morto, que é normalmente o destino do artista não só brasileiro mas do mundo. A Billie Holliday quando morreu, tudo que ela possuía eram 75 dolares escondidos numa meia. Claro que os tempos são outros, mas eu não quero esse tipo de destino para mim, nem para ninguém que tenha sido abençoado com o dom da música. Hoje me arrependo de ter largado o meu emprego público e de ter sonhado demais, ou será que eu acreditei de menos no meu abençoado talento? Abençoado por quem mesmo?
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
TUDO É MÚSICA
Letra e música de Ricco Duarte
gravada no cd "Tudo é música"
NÃO ME ACABO PRA FICAR INTEIRO
NÃO SOU CORDEIRO NEM BEZERRO
NÃO ABAIXO A CABEÇA E NEM CHORO
NESSE LUGAR AONDE MORO
TERRA DE TODOS E DE NINGUÉM
UM PEDAÇO DE TUDO
O MAL, O BEM
MEIO MULATO MEIO NEGRO MEIO BRANCO
MEIO MORENO MEIO FALSO MEIO FRANCO
QUE LUGAR É ESSE DE ETERNO CARNAVAL
ESSA BUNDA MULATA
ESSA COXA, ESSE PAU
ESSA CARA DE LATA
ESSE MUNDO, ESSE TUDO
QUE BURRICE NÃO SACAR QUE ISSO É TUDO
TUDO DADO ÀS MARAVILHAS E ZAROLHO
UM LUGAR DO FUTURO E CAOLHO
NÃO ENXERGAM UM PALMO
E TUDO É MÚSICA
NÃO ENXERGAM UM PALMO
E TUDO É MÚSICA
TUDO É MÚSICA ZABUMBAS E PANDEIROS
TAMBORINS CHOCALHOS E SALGUEIROS
TUDO É BATUQUE TUDO É BATUCADA
OLODUNS MANGUEIRAS TIMBALADAS
SOM DE TAMBOR E MUITAS PALAVRAS
TUDO BUARQUE VELOSO E GILBERTO
TUDO JOÃO TUDO LONGE TUDO PERTO
O QUE HÁ DE MAIS LINDO NO UNIVERSO
QUE LUGAR É ESSE TÃO ANIL E TÃO VILÃO
UM LUGAR TÃO GENTIL
MAS SEM NENHUM CORAÇÃO
SE JOGAR A SEMENTE
TUDO NASCE NESSE CHÃO
QUE BURRICE NÃO SACAR
QUE TUDO É BROWN
TUDO DADO ÀS MARAVILHAS E ZAROLHO
UM LUGAR DO FUTURO E CAOLHO
NÃO ENXERGAM UM PALMO
E TUDO É MÚSICA.
NÃO ENXERGAM UM PALMO
E TUDO É MÚSICA
gravada no cd "Tudo é música"
NÃO ME ACABO PRA FICAR INTEIRO
NÃO SOU CORDEIRO NEM BEZERRO
NÃO ABAIXO A CABEÇA E NEM CHORO
NESSE LUGAR AONDE MORO
TERRA DE TODOS E DE NINGUÉM
UM PEDAÇO DE TUDO
O MAL, O BEM
MEIO MULATO MEIO NEGRO MEIO BRANCO
MEIO MORENO MEIO FALSO MEIO FRANCO
QUE LUGAR É ESSE DE ETERNO CARNAVAL
ESSA BUNDA MULATA
ESSA COXA, ESSE PAU
ESSA CARA DE LATA
ESSE MUNDO, ESSE TUDO
QUE BURRICE NÃO SACAR QUE ISSO É TUDO
TUDO DADO ÀS MARAVILHAS E ZAROLHO
UM LUGAR DO FUTURO E CAOLHO
NÃO ENXERGAM UM PALMO
E TUDO É MÚSICA
NÃO ENXERGAM UM PALMO
E TUDO É MÚSICA
TUDO É MÚSICA ZABUMBAS E PANDEIROS
TAMBORINS CHOCALHOS E SALGUEIROS
TUDO É BATUQUE TUDO É BATUCADA
OLODUNS MANGUEIRAS TIMBALADAS
SOM DE TAMBOR E MUITAS PALAVRAS
TUDO BUARQUE VELOSO E GILBERTO
TUDO JOÃO TUDO LONGE TUDO PERTO
O QUE HÁ DE MAIS LINDO NO UNIVERSO
QUE LUGAR É ESSE TÃO ANIL E TÃO VILÃO
UM LUGAR TÃO GENTIL
MAS SEM NENHUM CORAÇÃO
SE JOGAR A SEMENTE
TUDO NASCE NESSE CHÃO
QUE BURRICE NÃO SACAR
QUE TUDO É BROWN
TUDO DADO ÀS MARAVILHAS E ZAROLHO
UM LUGAR DO FUTURO E CAOLHO
NÃO ENXERGAM UM PALMO
E TUDO É MÚSICA.
NÃO ENXERGAM UM PALMO
E TUDO É MÚSICA
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009
O ELETRIZANTE BRASILEIRÃO 2009
Terminou o campeonato brasileiro de futebol de 2009. Entre mortos e feridos, salvaram-se quase todos. Destaque para o meu Fluzão que em arrancada histórica, embalado pela nossa maravilhosa torcida, o grupo de guerreiros liderado pelo técnico Cuca, pelo maestro Conca e pela estrela do Fred, conseguiu escapar do rebaixamento para a segunda divisão, na ultima rodada, numa batalha campal contra o Coritiba, dentro dos domínios do adversário.
Este foi um campeonato que dificilmente será esquecido. Decidido na ultima rodada, com quatro candidatos diretos ao título, e quatro disputando para não cair, sem falar em uma das vagas para a Libertadores, que quase no apagar das luzes, ficou com o Cruzeiro, deixando o Palmeiras a ver navios. Este campeonato brasileiro também será lembrado não só pelo equilíbrio entre as equipes, que a cada rodada se revezavam nas primeiras e ultimas posições na tabela de classificação, como também por ter quebrado a longa hegemonia do futebol paulista, que nos últimos anos vinha faturando quase todos os “brasileirões”.
O São Paulo quase ganhava mais uma vez, e seria a quarta consecutiva. O Palmeiras chegou a abrir sete pontos para o segundo colocado e no final não faturou nem uma vaguinha na Libertadores. O campeão, dono da maior torcida do país, não tem uma equipe tecnicamente de qualidade, mas veio comendo pelas beiradas e como existe uma máxima no futebol, que diz que “se deixar o Flamengo chegar, já era”, foi. Na penúltima rodada o rubro negro carioca abriu dois pontos de vantagem para os três segundo colocados, e aí papou o seu sexto título brasileiro.
Palmas para o Botafogo que escapou também do rebaixamento, na ultima rodada. Vaias para a torcida do Coritiba, que não soube perder e agora vai prejudicar ainda mais o seu time, que terá provavelmente o seu estádio interditado, segundo os jornais, por tempo indeterminado. Tristeza de ver o futebol pernanbucano indo para o buraco. Alegria de saber que temos o maior e melhor futebol do mundo. Que os próximos “brasileirões” sejam assim, eletrizantes como foi o campeonato de 2009.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
ZÉ BELEZA
Letra e música de Ricco Duarte
NA SEXTA FEIRA VESTE BRANCO
E DESCE O MORRO
ACENDE UMA VELA PRO SANTO
PRO SAMBA ELE PEDE SOCORRO
LÁ VAI MAIS UM BRASILEIRO DA GEMA
ELE É O ZÉ!
COM ELE TÁ TUDO BELEZA
É ELE UM AMIGO DE FÉ
ZÉ BELEZA ESPANTA A TRISTEZA
CONTANDO ESTÓRIAS DE PESCADOR
AS VEZES PARECE GRANFINO
AS MENDIGO
AS VEZES DOUTOR
TEM A CARA DE MENINO
E O CORAÇÃO DE TORCEDOR
SEGURA AS PONTAS DO DESTINO
POR QUE TEM A FAMA DE BOM PAGADOR
ZÉ BELEZA É SÓ ALEGRIA
MELHOR DO QUE ELE SÓ O CARNAVAL
SAMBA DA NOITE PRO DIA
E SACODE A POEIRA
POR QUE ELE É O TAL
ONDE ELE CHEGA TEM FESTA
CAVACO PANDEIRO E VIOLÃO
MULHER BONITA NÃO PAGA
E A FEIA TAMBÉM NÃO FICA NA MÃO
Chove finalmente no Rio de janeiro!
Êparrei Iansã! Viva Santa Barbára!
Bom final de semana para todos.
NA SEXTA FEIRA VESTE BRANCO
E DESCE O MORRO
ACENDE UMA VELA PRO SANTO
PRO SAMBA ELE PEDE SOCORRO
LÁ VAI MAIS UM BRASILEIRO DA GEMA
ELE É O ZÉ!
COM ELE TÁ TUDO BELEZA
É ELE UM AMIGO DE FÉ
ZÉ BELEZA ESPANTA A TRISTEZA
CONTANDO ESTÓRIAS DE PESCADOR
AS VEZES PARECE GRANFINO
AS MENDIGO
AS VEZES DOUTOR
TEM A CARA DE MENINO
E O CORAÇÃO DE TORCEDOR
SEGURA AS PONTAS DO DESTINO
POR QUE TEM A FAMA DE BOM PAGADOR
ZÉ BELEZA É SÓ ALEGRIA
MELHOR DO QUE ELE SÓ O CARNAVAL
SAMBA DA NOITE PRO DIA
E SACODE A POEIRA
POR QUE ELE É O TAL
ONDE ELE CHEGA TEM FESTA
CAVACO PANDEIRO E VIOLÃO
MULHER BONITA NÃO PAGA
E A FEIA TAMBÉM NÃO FICA NA MÃO
Chove finalmente no Rio de janeiro!
Êparrei Iansã! Viva Santa Barbára!
Bom final de semana para todos.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
AMOR E SEGURANÇA
Letra e música de Ricco Duarte
O QUE EU QUERO NA VIDA É SEGURANÇA
CARRO CASA COMIDA E ROUPA LAVADA
PASSEAR NO PARQUE COM AS CRIANÇAS
E DE SOL A SOL VIVER EM PAZ
BEIJAR NA BOCA COM SEGURANÇA
FAZER AMOR COM SEGURANÇA
ME BALANÇAR NA SUA DANÇA
E LEVAR VOCÊ PRO SAMBA.
MAIS DE UMA VEZ
EU TENTEI LHE MOSTRAR
MEU CORAÇÃO AOS PULOS
PRA VOCÊ SE TOCAR
EU QUIS UM ABRAÇO MAIS FORTE
VOCÊ SORRIU E ME DISSE
CUIDADO GAROTO QUE O BOM MESMO
É BEIJAR NA BOCA COM SEGURANÇA
FAZER AMOR COM SEGURANÇA
ME BALANÇAR NA SUA DANÇA
E LEVAR VOCÊ PRO SAMBA.
O QUE EU QUERO NA VIDA É SEGURANÇA
CARRO CASA COMIDA E ROUPA LAVADA
PASSEAR NO PARQUE COM AS CRIANÇAS
E DE SOL A SOL VIVER EM PAZ
BEIJAR NA BOCA COM SEGURANÇA
FAZER AMOR COM SEGURANÇA
ME BALANÇAR NA SUA DANÇA
E LEVAR VOCÊ PRO SAMBA.
MAIS DE UMA VEZ
EU TENTEI LHE MOSTRAR
MEU CORAÇÃO AOS PULOS
PRA VOCÊ SE TOCAR
EU QUIS UM ABRAÇO MAIS FORTE
VOCÊ SORRIU E ME DISSE
CUIDADO GAROTO QUE O BOM MESMO
É BEIJAR NA BOCA COM SEGURANÇA
FAZER AMOR COM SEGURANÇA
ME BALANÇAR NA SUA DANÇA
E LEVAR VOCÊ PRO SAMBA.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
"O SAMBA É O JABACULÊ DA VIDA"
Nasci em um bairro de sambistas em Salvador, o bairro do Garcia e talvez por isso, sempre fui apaixonado pelo samba. Ao me mudar para o Rio de janeiro, fui durante anos, tamborim da Escola de samba São Clemente e do bloco Simpatia é quase amor, desfilei inúmeras vezes pelo meu Salgueiro querido e também por outra escolas como a Portela e Grande Rio. O samba é para mim, fonte de energia, de relaxamento, onde você consegue esquecer as dificuldades da vida, desestrassar e encontrar forças para seguir em frente, o samba é enfim, alegria! Uma vez, saindo de um ensaio da quadra da São Clemente, escutei um colega ritmista gritar a plenos pulmões: "O SAMBA É O JABACULÊ DA VIDA!" Estávamos com a alma lavada. O samba é iso aí, o jabaculê, o oxigênio da vida, no samba encontramos forças para recomeçar com mais força ainda. E atendendo a pedidos, publico hoje outra vez, dia nacional do samba, a letra de um samba meu, que define bem o que é o samba, o brasileiro e como um não pode viver sem o outro, porque "quem samba, se esquece da dor".
QUEM SAMBA SE ESQUECE DA DOR
letra e música de Ricco Duarte
Somos os zés
Da Silva dos rés
Da tribo de muitos pajés
Aldeias de Angola e de Olinda
Já vimos dançar uns mil Manuéis
Já vimos rolar cabeças e anéis
Coqueiros e igarapés
E estamos de pé ainda
No morro da silva dos zés.
Quando o batuque rolou nas marés
E deixou o meu canto de fé
Fazer a magia
Me espalhei pelas terras do Rio
Das Minas Gerais do Brasil
Dos mares azuis da Bahia
Quando rolou um barraco eu chorei
Mas a volta por cima eu dei
Pois quem samba só tem alegria
Sou o esplendor do morrro
Da vida eu sou
Quem samba se esquece da dor.
Feliz dia do samba para todos!
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
FINALMENTE É DEZEMBRO!
Finalmente é dezembro! Não vivemos em anos dourados, muito pelo contrário, mas temos que manter o espírito otimista no inicio do mês que fecha o ciclo de mais um ano cristão. Os shoppings vão estar abarrotados, com aquelas decorações natalinas de péssimo gosto. Papai Noel vai se multiplicar aos milhares por todos os cantos, com aquela roupa vermelha e ridícula. As crianças estarão à solta, de férias, barulhentas, infernizando a vida de mães e pais por toda parte. É o mês das festas, das confraternizações, quando se bebe mais do que o normal, portanto, apesar de continuarmos morrendo de calor, vamos manter o espírito prá cima.
Dezembro já começa com o dia mundial de combate a AIDS, que assim como o dia das mães, dos pais e do amigo, deveria ser celebrado todos os dias do ano. Tem gente que só se lembra de usar o preservativo no dia primeiro de dezembro, e gente que nem nesse dia consegue usar, nem que a vaca tussa. Parece incrível, mas a medida em que avançam as pesquisas em direção a uma possível cura da AIDS, as pessoas se esquecem cada vez mais de se proteger. Tenho visto de tudo, descuidos de todos os níveis, da classe A a Z. Gente com nível superior, professores universitários, diretores de faculdades federais, que se recusam a usar a camisinha terminantemente.
Ano passado eu terminei um relacionamento com um sujeito que dirige uma unidade de ensino da Universidade Federal da Bahia. No início o cara ainda era casado. Pai de três filhos adolescentes, ele sempre se recusava a usar a camisinha, pois se achava acima do bem e do mal, imune a esse ou a qualquer outro tipo de vírus, apesar do aspecto pouco saudável, franzino, aparentando ter muito mais dos 45 anos que ele diz ter. Quando o mandei pastar e o adverti que ele teria dificuldade de encontrar alguém, homem ou mulher, que aceitasse transar sem camisinha, ele me respondeu sorrindo: “você é que pensa”. Pois é, as estatísticas hoje comprovam que nos últimos anos, a maior incidência de infectados com o Vírus HIV, está justamente entre as mulheres, a maioria casadas, contaminadas pelos seus maridos. Não foi o caso que eu saiba, da mulher desse cidadão que se diz educador. Na verdade nem sei se ainda estão vivos, o que eu sei, é que quando eu voltei para o Rio, disposto a apagar o erro de ter me relacionado com uma pessoa tão equivocada, tomei a providencia de refazer os exames, e graças a Deus estou limpo, pois sempre tomei a precaução de me proteger e de fazer os exames periodicamente.
Vamos usar camisinha sim, todos os dias, homens e mulheres, que tenham parceiros estáveis ou não, pois quem vê cara não vê coração. Uma pessoa pode estar infectada e não manifestar nenhum sintoma da doença por até dez anos. Feliz Dezembro de um ano bronzeado, com saúde e consciência de que a vida é o bem maior que nós temos. E nas confraternizações desse mes, se por acaso beber, não dirija, chame um taxi, ou vá de carona com um amigo sóbrio.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
A COR DA PAZ
DE FRANCO CAVA E RICCO DUARTE
TÁ NA PENA DO PATO
TÁ NA PALMA DO PRETO
TÁ NA DUNA DE AREIA
TÁ NO AVENTAL DA FEIRA
BRANCA FARDA DE MARINHEIRO
SAL, AÇUCAR
BRANCO DE TERREIRO
SEXTA FEIRA
CLARÃO DA LUA
ABA DE CHAPÉU DE FREIRA
OXALÁ
ABADÁ
GAIVOTA E VELA NO MAR
A COR DA PAZ
BRANCA ROSA PRA IEMANJÁ
TÁ NA PENA DO PATO
TÁ NA PALMA DO PRETO
TÁ NA DUNA DA AREIA
TÁ NO AVENTAL DA FEIRA
BRANCA ESPUMA
NA BEIRA DA PRAIA
VÉU DE NOIVA
RENDA DE SAIA
ACAÇÁ, CUSCUZ E COCADA
O SORRISO DA MULATA
REVEILLON
PÉROLA
GAIVOTA E VELA NO MAR
A COR DA PAZ
BRANCA ROSA PRÁ IEMANJÁ
UMA SEMANA DE PAZ PARA TODOS.
TÁ NA PENA DO PATO
TÁ NA PALMA DO PRETO
TÁ NA DUNA DE AREIA
TÁ NO AVENTAL DA FEIRA
BRANCA FARDA DE MARINHEIRO
SAL, AÇUCAR
BRANCO DE TERREIRO
SEXTA FEIRA
CLARÃO DA LUA
ABA DE CHAPÉU DE FREIRA
OXALÁ
ABADÁ
GAIVOTA E VELA NO MAR
A COR DA PAZ
BRANCA ROSA PRA IEMANJÁ
TÁ NA PENA DO PATO
TÁ NA PALMA DO PRETO
TÁ NA DUNA DA AREIA
TÁ NO AVENTAL DA FEIRA
BRANCA ESPUMA
NA BEIRA DA PRAIA
VÉU DE NOIVA
RENDA DE SAIA
ACAÇÁ, CUSCUZ E COCADA
O SORRISO DA MULATA
REVEILLON
PÉROLA
GAIVOTA E VELA NO MAR
A COR DA PAZ
BRANCA ROSA PRÁ IEMANJÁ
UMA SEMANA DE PAZ PARA TODOS.
domingo, 29 de novembro de 2009
BISCOITOS GLOBO
Quase trinta anos morando no Rio e eu não sabia ainda, exatamente porque, os biscoitos Globo, dividiam, com o Pão de açúcar, o Corcovado, a praia de Copacabana e até com a garota de Ipanema, a honra de ser um dos marcos da cidade maravilhosa. Nove entre dez cariocas preferem os biscoitos Globo, na praia, no cinema, e principalmente nos estádios de futebol. Aí, finalmente acabou a minha dúvida. A sete rodadas do final do campeonato brasileiro, o meu Fluminense já estava virtualmente rebaixado para a segunda divisão. Aí eu tive um sonho, no qual o Fluminense ganharia do Atlético mineiro por dois a zero, com gols do nosso maestro Dario Conca.
Aí eu acordei animado, e não sei porque, decidi ir ao Maracanã (com maiúscula por favor, pois trata-se do templo do futebol). Ao chegar ao “maraca” me deparei com uma torcida atleticana que nos deixava em minoria. Mas eu estava otimista que só, e comentei com um anônimo colega tricolor: ”logo hoje que eles resolveram vir ao estádio vamos ganhar de dois a zero”. Ganhamos de dois a um, mas antes do jogo começar, eu que não tinha comido nada antes de sair de casa, passei em um dos bares do maraca e sem saber porque, pedi um pacote de biscoito Globo, só para experimentar.
Fui ao paraíso das onze mil virgens e voltei. O biscoito nada mais é que biscoito de polvilho, mas com fome, até pedra é banquete. No intervalo do primeiro para o segundo tempo repeti a dose. E o Fluminense ganhou a partida, o segundo gol marcado pelo Conca, e começou ali, a sua incrível reação no brasileirão. Como eu sou baiano e consequentemente superticioso, não necessáriamente nessa ordem, adotei o hábito de antes de qualquer partida do meu Fluzão, comer pelo menos um pacotinho de biscoito Globo.
A mandinga tem dado certo, pois hoje saímos da zona de rebaixamento, após 27 rodadas entre os quatro últimos, ganhando os seis últimos jogos, dos sete que nos faltava, alguns inacreditáveis como o jogo contra o Cruzeiro, lá em Belo horizonte, e tudo isso, atribuído por esse escriba que vos escreve, maluco pelo Fluminense, à magia dos deliciosos biscoitos Globo, que agora não só considero um marco da cidade maravilhosa, como também considero os tais biscoitos, tricoloríssimos de coração. E com a vitória de hoje, por quatro a zero sobre o “derrota da Bahia”, seguimos para a frente, comendo biscoitos Globo antes do próximo jogo, para nos sacramentar para sempre na primeiríssima divisão do maior e melhor futebol do mundo.
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